segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Creighton Brown, O Descobridor De Senna

Por Flávio Gomes
Coluna do Flávio Gomes - Grande Prêmio - http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br
TERÇA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2006 - 14:23

SÃO PAULO (um minuto de silêncio) – Morreu domingo em Edimburgo, na Escócia, Creighton Brown, um dos sócios da Project 4 com Ron Dennis, dono da McLaren. Ele tinha câncer e era casado com uma brasileira. Passou os últimos anos vivendo em Santa Catarina. Era muito amigo de Tarso Marques e de seu pai, Paulo de Tarso.

Brown foi quem convidou Senna para correr na McLaren, ainda na época em que o brasileiro estava na F-Ford inglesa. Teve uma equipe de F-2 e um de seus pilotos foi Chico Serra.

Em 1988, quando Ayrton finalmente foi para a equipe, tornou-se grande amigo de Creighton, a ponto de ser padrinho de sua filha Allie.

Brown juntou-se à P4 em 1978. Ele, Dennis e John Barnard assumiram a McLaren em 1980. Foi diretor da equipe até 1992. Em 1990, com Gordon Murray, foi encarregado de montar a McLaren Cars, que deu no espetacular McLaren F1, um protótipo de rua caríssimo que chegou a fazer algum sucesso nas pistas.

As informações acima e a foto abaixo foram passadas por Carlos Eduardo Ramoa, amigo de Brown, que nos últimos anos vinha desenvolvendo o projeto de montar uma fábrica de carros esportivos fora-de-série no Brasil.

Conheci-o bem. Era uma doce pessoa.



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Saudades do Amigo Creighton Brown



Por Mario Alberto Bauér
Postado em 20/08/2007 
Motor Sport Consult - motorsport-consult.com

Figura querida e amável, sempre gentil e mostrando um sorriso simpático, Creighton Brown era um verdadeiro gentleman. Hoje, no primeiro aniversário da sua morte, quero aproveitar para lembrar esta pessoa magnífica que deixou muita saudade.


Creighton começou no automobilismo como piloto na Inglaterra, mas logo entendeu que sua verdadeira habilidade é a de empreendedor, era um verdadeiro imã de patrocinadores e logo fundou a Ardmore Racing, equipe que disputou o campeonato europeu de Fórmula 2 e se tornou uma das mais bem sucedidas da categoria com sete campeonatos e mais de 100 vitórias.


 

No fim de 1978, no auge da Ardmore, Brown juntou-se a Ron Dennis e dois anos depois fundaram a Project 4 Racing que iniciou um joint-venture com a McLaren para depois, com a fundação da McLaren International da qual Brown e Dennis eram acionistas, assumir o controle da equipe de Fórmula 1.

Uma de suas maiores amizades na F-1 foi com Ayrton Senna, com quem trabalhou junto entre 1988 e 1990. O brasileiro era, inclusive, padrinho de Allie, filha de Brown. No ano do bicampeonato de Senna, Creighton deixou a diretoria da McLaren International para fundar a McLaren Cars Ltd para a qual Gordon Murray projetou a McLaren F1, o superesportivo que em sua versão de corrida venceu as 24 Horas de Le Mans em 1995 e dominou a categoria GT nos anos seguintes.



Eu o conheci em 2000, quando era redator-chefe da Formula1.com, o site oficial da F1 no qual Creighton tinha participação antes de ser vendida para a Formula One Management de Bernie Ecclestone no ano seguinte. Ele era casado com uma catarinense, além de uma fazenda no Rio Grande do Sul tinha propriedades em Florianópolis e batalhou durante anos para realizar um sonho: A construção da primeira fábrica de automóveis de Santa Catarina em Joinville, a South American Sports Cars Ltda. A montadora iria fabricar em licença da inglesa TVR o Tuscan com motor V8. O esportivo seria tanto vendido no Brasil, por US$ 90 mil, como exportado para os ademais mercados da TVR.

Mudei-me da Europa para Santa Catarina no final de 2002 na expectativa de poder participar do projeto, já que em anexo à fábrica estavam planejando uma pista de testes de 4.5 kms de extensão com planos de expansão para um autódromo homologado e escola de pilotagem. Como se sabe, o sonho virou fumaça graças às picaretagens diversas e Creighton sofreu alguns calotes também. O terreno rural de 2,7 milhões de metros quadrados no km 52 da BR-101, adquirido por Creighton sozinho, acabou sendo leiloado.

Poucas pessoas sabiam de seu verdadeiro estado de saúde, já que sempre se apresentava da mesma forma sorridente e positiva. Fiquei em estado de choque quando recebi um e-mail da família em meados de agosto do ano passado que estaria em estado terminal de câncer. Era totalmente inesperado, ainda tinha conversado com ele sobre o seu mais novo projeto na véspera da etapa de abertura da Stock-Car em Interlagos. A idéia então era a produção de um carro urbano brasileiro no estilo do Smart projetado pelo novo sócio, o Gordon Murray.

Creighton partiu deste mundo da forma soberana e distinta como sempre se apresentava. Sobrevivendo somente com a ajuda das aparelhagens nas quais estava conectado, tinha pedido à família de antemão de lhe poupar um fim sem controle sobre si, sem dignidade. Aproveitou para ouvir todas as mensagens de apoio e solidariedade que ainda recebeu nesta ultima semana, a família respondeu que Creighton recebeu cada mensagem com um sorriso típico dele. Na tarde do dia 20 de agosto de 2006, na presença de seus entes queridos, a jornada de Creighton Brown neste mundo recebeu a bandeirada final em um hospital em Edimburgo na Escócia.


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FONTE PESQUISADA

GOMES, Flávio. CREIGHTON BROWN, O DESCOBRIDOR DE SENNA. Disponível em: <http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/2006/08/creighton-brown-o-descobridor-de-senna/>. Acesso em: 05 de dezembro 2015.


BAUÉR, Mario Alberto. Saudades do amigo Creighton Brown. Disponível em: <http://motorsport-consult.com/2007/08/20/saudades-do-amigo-creighton-brown/>. Acesso em: 06 de dezembro 2015.

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