Luiz Andreoli entrevista Ayrton Senna - 10-12-83
Fui o primeiro a entrevistar Ayrton Senna na Globo quando fechou o
contrato na Fórmula Um com a Toleman, como mostra a foto acima (um outro dia
vou mostrar a reportagem pra vocês).
Um dia, em sua casa na
Cantareira, estávamos sozinhos perto de uma enorme garagem, onde ele mexia nos
motores e brincava com muitos cachorros.
Naquela época, Senna tinha
muitos inimigos dentro e fora da pista. Alguns declarados, como Piquet, Mansell
e Prost. Todos disputavam a vitória palmo a palmo e o questionamento ao amigo e
gênio das pistas era inevitável.
Então perguntei: Ayrton, você
não tem medo de morrer na pista?
Ele me respondeu com uma
rapidez e certeza absolutas: “Nunca morrerei na pista porque as cagadas só
acontecem lá atrás, e eu não faço parte desse pelotão, sempre estou na
frente''.
Penso nessa resposta e sempre
lembro de outro cara genial, Nelson Rodrigues, que tinha um personagem chamado
Sobrenatural de Almeida.
Senna, que por sinal era
cristão, esqueceu naquele momento que existem coisas que não estão nas nossas
mãos. E uma delas, com certeza, é o futuro.
Mas queria, por aqui,
homenagear meu amigo e o cara mais brilhante
que o automobilismo conheceu.
Saudades, Ayrton Senna da
Silva.
FONTE PESQUISADA
ANDREOLI, Luiz. Ayrton Senna me
confidenciou: “Nunca morrerei na pista”. Disponível em: <http://andreoli.blogosfera.uol.com.br/2015/03/23/ayrton-senna-me-confidenciou-nunca-morrerei-na-pista/>.
Acesso em: 13 de março 2016.
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