Postado por: VICKTOR TIGRE
01/05/2014
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O fundador e dono da Williams
relembrou quando Senna assinou o contrato com o time de Grove para pilotar o
FW16 na temporada de 1994.
Entrevistado pela revista
alemã ‘Auto Motor und Sport’, Frank Williams admitiu que se sente culpado pela
morte de Ayrton Senna, que aconteceu há 20 anos, no circuito Enzo e Dino
Ferrari, durante o GP de San Marino de 1994. Segundo Williams, a pressão exercida
por ele para que Senna superasse Michael Schumacher fez com que o tricampeão
mundial não respeitasse os seus limites dentro das pistas.
Frank Williams (esquerda) se
sente culpado pela morte de Ayrton Senna (direita)
“Ao final de todos os fins de
semanas, a pressão aumentava cada vez mais. Foram três corridas sem nenhum
ponto marcado. Nunca tinha passado por uma situação dessa. Por isso, eu o
exigia ainda mais. Todo mundo sabia que a pista de Ímola era perigosa. Quando
eu vi o carro de Senna sair naquela velocidade e ir para no muro, eu pensei: ‘O
que eu fiz!’. Ao ver a reação de Ayrton [Senna], eu me preparei para enfrentar
o pior”, relembrou.
Frank ainda comparou a morte
de Ayrton Senna com a do bicampeão mundial Jim Clark. “Quando Clark morreu.
Ninguém viu. Não tinha fotos e nem imagens do acidente que foi mais trágico do
que o de Senna. Quando Ayrton Senna morreu dentro de uma Williams, em uma
transmissão ao vivo, milhares de pessoas me culparam por isso. E eu carrego
essa culpa até os dias atuais. Ayrton era considerado como uma estrela
superstar internacional. No seu funeral, eu me senti muito culpado”, lembrou.
O fundador da Williams também
destacou boas lembranças em que teve com Ayrton Senna. Uma delas foi no momento
das negociações com o tricampeão mundial em 1993.
“Eu estava familiarizado com
Ayrton Senna e esperava que ele tivesse condições de conquistar o título de
1994. O nosso primeiro contato foi em 1983, quando eu o convidei para ir jogar
futebol lá na minha casa. Ele recusou, mas continuamos sempre tendo contatos.
Eu tive que esperar um longo tempo para assinamos um contrato e irmos trabalhar
juntos. Pena que trabalhamos por um pequeno período de tempo”, encerrou.
Frank Williams e Ayrton Senna pouco antes do primeiro teste de Ayrton em um Fórmula 1 - no Williams FWO8C em Donington, em Julho de 1983.
Frank Williams e Ayrton Senna no primeiro teste de Ayrton em um Fórmula 1 - com uma Williams FWO8C em Donington, em Julho de 1983.
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Frank Williams pediu perdão a
Adriane Galisteu pela morte de Ayrton Senna
Extraído do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu
Senna e o patrão Frank Williams, dono da equipe Williams
Já era noite e a família Senna se retirara, para descansar. Alguém se aproximou de mim e propôs:
- Vai você também. Será um dia duro, amanhã.
- Descansar, hoje? Tenho o resto de meus dias para descansar.
De madrugada, não tenho idéia da hora (1h30? 2h00?), alguém tocou no meu ombro, cerimoniosamente. "Tem um senhor chamando você lá fora?" Um senhor? Sim, Frank Williams. Imóvel no meu canto, eu tinha visto quando, sempre amparado em sua cadeira de rodas, aquele que havia sido o último patrão de Ayrton chegou diante do caixão, guardou um silêncio comovido, alheio a tudo que se passava ao lado, como se estivesse numa comunicação muito direta com a vítima de um infeliz acidente de trabalho - o seu trabalho. Afastou-se assim como chegou, sempre muito discreto, como se seu status pudesse ficar invisível diante da curiosidade dos que ali estavam. Agora, Frank me mandava chamar lá fora. Já se instalara no seu carro. Aproximei-me e ele me disse, como se sua alma falasse, não a sua boca:
- I'm very sorry, Adriane. (Eu lamento muito, Adriane)
Repetiu, com sentimento. Na surpresa, não esbocei nenhuma resposta, a não ser um gesto qualquer de cabeça. O chefão de uma das usinas da Fórmula 1 pedindo desculpas a mim? Só no dia seguinte, ao vê-lo de novo, no enterro, é que fui até ele e o beijei no rosto, com um obrigado, obrigado.
Frank Williams no enterro de Ayrton
Adriane Galisteu no velório sendo consolada pela assessora de Senna, Betise Assumpção
Adriane Galisteu perdeu tudo, o homem que amava, seu futuro marido, um ótimo partido, um futuro todo pela frente com seu grande amor. Sem contar tudo aquilo que ela sofreu depois da morte dele, o sofrimento pela falta que ele fazia e pela dor que a família dele a causou. Ela quase foi a senhora Senna, como disse o biografo dela e do tricampeão, Nirlando Beirão. Adriane estava no Algarve, onde Senna a iria encontrar depois do Grande Prémio de San Marino para a pedir em casamento, mas aconteceu o acidente, Ayrton morreu e não houve encontro.
*Nenhum piloto morreu na F-1 desde Ayrton Senna, em 1994.
Adriane Galisteu e seu futuro marido Ayrton Senna, os dois já eram praticamente casados, eles moravam juntos havia mais de um ano quando o acidente aconteceu. Senna iria pedir a amada em casamento no mesmo dia que sofreu o acidente que acabou tirando sua vida.
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FONTES PESQUISADAS
TIGRE, Vicktor. Frank Williams revela que
se sente culpado pela morte de Ayrton Senna. Disponível em: <http://portalrace.com.br/frank-williams-revela-que-se-sente-culpado-pela-morte-de-ayrton-senna/>.
Acesso em: 12 de julho 2016.
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994.
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