Rio de Janeiro
05/08/2019 07h00 Atualizado há 6 dias
Foto: Reprodução/FOM
Ayrton vinha de um excelente terceiro lugar em Brands Hatch, como o F1 Memória já contou, e era considerado ao lado do alemão Stefan Bellof a grande revelação da temporada de 1984. Mas a velocíssima pista de Hockenheim não era das mais adequadas ao conjunto de Ayrton, pois o motor Hart era o mais fraco dos turbos.
Largada do GP da Alemanha de 1984, em Nürburgring — Foto: Divulgação/McLaren
Nos treinos classificatórios, Senna ficou na nona colocação, a 2s383 da pole position de Alain Prost. Elio de Angelis (Lotus) ficou em segundo, e a Renault ocupou a segunda fila com Derek Warwick à frente de Patrick Tambay. Surpreendentemente Nelson Piquet ficou em quinto com sua poderosa Brabham-BMW, enquanto Niki Lauda era um discreto sétimo colocado.
Na largada, De Angelis superou Prost, que foi seguido por Piquet. Senna fez excelente começo de prova e passou em sexto no fim da primeira volta. Com pouquíssima inclinação das asas para compensar a falta de potência do motor Hart, Ayrton despachou Tambay na segunda volta e partiu para cima de Warwick. Quando já atacava o inglês, aconteceu o acidente.
Ayrton Senna acelera carro da Toleman em Hockenheim, em 1984 — Foto: Getty Images
Após a pancada, o carro saiu deslizando por centenas de metros antes de parar. Senna saiu rapidamente do carro e, em vez de alívio, o que se viu foi um lance de fúria: Ayrton simplesmente desconectou o volante e o atirou dentro do cockpit. O susto se deu logo na corrida seguinte àquela na qual seu antigo companheiro Johnny Cecotto havia quebrado as pernas num outro acidente.
- Foi uma experiência que não quero repetir. Eu me vi num túnel sem gravidade, voando a esmo. Mesmo depois de parado, não sabia onde estava, tinha perdido o senso de direção - comentou Senna depois do acidente.
Alain Prost a caminho da vitória no GP da Alemanha de 1984 — Foto: Divulgação/McLaren
Na sequência, a disputa ficou entre Prost e De Angelis, que resistia de todas as formas aos ataques do francês, enquanto Piquet se aproximava deles. Na sétima passagem, o motor Renault de Elio foi pelos ares, e, na mesma volta, Nelson assumiu a liderança com uma ultrapassagem sobre Prost na aproximação para a terceira chicane. A essa altura, Lauda, em mais uma corrida de recuperação, era o terceiro, mas já longe.
Inicialmente, Piquet manteve uma vantagem que variava de um a dois segundos, mas, forçando o ritmo, chegou a abrir quatro segundos sobre Prost. Mas aquele ano de 1984 não era mesmo de Nelson, e o câmbio, que não tinha sofrido nenhum problema até então, quebrou. Lentamente, o brasileiro chegou aos boxes e pediu desesperadamente para os mecânicos trocarem os quatro pneus. Quando a operação acabou, Piquet saiu do carro com a cara mais lavada do mundo enquanto a equipe ria da brincadeira. Coisas de Nelson Piquet.
Pódio do GP da Alemanha de 1984, em Hockenheim — Foto: Reprodução
Sem ninguém a perturbá-lo, Prost administrou o carro e tirou o pé nas voltas finais. O francês cruzou a linha de chegada três segundos à frente de Lauda, com Derek Warwick conquistando mais um pódio para a Renault em sua melhor temporada na Fórmula 1.
Era, de fato, a vez da Fórmula McLaren, com a equipe inglesa mostrando todo seu poderio. Até o fim daquele ano, Lauda e Prost continuariam trocando vitórias, e no fim o austríaco levaria o tricampeonato por mísero meio ponto.
FONTE PESQUISADA
SABINO, Fred. Ayrton Senna levou seu primeiro grande susto na Fórmula 1 há 35 anos em acidente na Alemanha. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/blogs/f1-memoria/post/2019/08/05/ayrton-senna-levou-seu-primeiro-grande-susto-na-formula-1-ha-35-anos-em-acidente-na-alemanha.ghtml>. Acesso em: 11 de agosto 2019.
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