sábado, 8 de junho de 2013

CAMINHO DAS BORBOLETAS - O contrato de Ayrton Senna com a Williams


O que eu não suspeitava é de que havia mais coisas entre o céu e a terra do que poderia ser solucionado com uma carinha risonha. Ayrton Senna, o piloto, estava numa encruzilhada profissional. As duas semanas de intervalo entre o GP da Itália e o GP de Portugal, dia 26 de setembro, significavam dias de agradável convivência com os amigos de Sintra, do Algarve e os camaradas brasileiros desgarrados por lá, mas sempre fiéis. Marquinhos Magalhães Pinto, que cuidava do patrocínio do Banco Nacional, iria aparecer. Braga prometia também o tenista Cássio  Motta. Nuno Cobra apareceria, para dar um suporte de corpo e alma. A temporada européia chegava ao final. Mas, ansioso porque decisões importantes estavam sendo ruminadas na sua cabeça, Ayrton entregava-se a exercícios como o de ficar pendurado três minutos seguidos, pelos braços, no galho de uma árvore na casa do Algarve. Ele, aquela fortaleza, gemia e tremia. Apertava o passo nas suas corridas. Mas as idéias estavam distantes.

Imaginem o clima em casa depois da prova em Portugal - Ayrton fora, decepção total. O jornalista português Francisco Santos, habitué das pistas e amigo de longa data do Ayrton, me recordou que, ao chegar ao autódromo do Estoril, naquele 26 de setembro, Senna trazia a tiracolo sua 007. Aquela maleta escondia o resultado de  duas negociações que iriam abalar a Fórmula 1. Primeiro, o contrato já acertado do piloto brasileiro com a Williams. Segundo, e quase como conseqüência, a despedida de Alain Prost - que saía das pistas com as honras de um tetracampeonato.

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