sábado, 8 de junho de 2013

CAMINHO DAS BORBOLETAS - A raiva pela morte do grande amor



O circo não pode parar. As provas prosseguem, outros campeões virão, as gerações de homens de aço se sucederão. Certo dia, aqui em Portugal, enquanto botava em ordem minhas idéias, uma amiga ligou do Brasil contando o encontro dela com uma cigana. Sem mais nem menos, sem saber de qualquer ligação dela comigo, a cigana desvendou  na sua mão uma curiosa mensagem. Dizia assim:
- Estranho, estou vendo aqui alguém muito parecido com aquela namorada do Ayrton Senna, aquela loirinha.
- Adriane, aquela? - ela se fez de desentendida.
- É. Estou vendo ela se casando. Com um outro piloto. Um grandalhão.
Com todo o respeito à secular sabedoria das quiromantes, mas é de gargalhar.
Estou fora. Depois de depositar flores naquela maldita curva Tamburello, que ele não concluiu, faço minha despedida. Não pertenço mais a esse mundo da velocidade e do big business. A vertigem dos bilhões de dólares pode cegar as pessoas. Aprendi essa lição cedo, ao ver meu pai morto, aos 54 anos. Sejam dois mil dólares, sejam dois milhões, ou sejam trinta dinheiros, nada disso terá o valor de uma vida vivida com dignidade e coerência com você mesma.


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