sábado, 7 de setembro de 2013

Ayrton Senna deixa o projetista Gerard Ducarouge boquiaberto na véspera do GP de Monza 1985

Monza 1985


Logo em seguida, na véspera do GP da Itália, em Monza, a décima-segunda prova da temporada de 1985, veio o dia em que Gerard Ducarouge ficou mais impressionado com a capacidade de Senna ser, ao mesmo tempo, calculista e incrivelmente veloz. Piquet, com a Brabham-BMW, liderava o treino com um tempo que era 1s06 mais veloz que ele. Ayrton chamou Ducarouge a uma sala, debruçou-se sobre um mapa do circuito de Monza e começou a descrever, de forma incrivelmente precisa, o que acontecia com o carro, o que precisava ser feito em termos de aerodinâmica e geometria de suspensão e qual seria o ganho de tempo em cada trecho do circuito.
Junto com a receita de acerto, Ayrton fazia também uma análise crítica de sua performance em cada ponto, dizendo onde freara errado, onde precisava corrigir a trajetória e onde teria de acelerar mais. Ducarouge fez tudo o que Ayrton pediu e, no final do treino oficial, a diferença de 1s06 em relação à Brabham de Piquet simplesmente tinha desaparecido. Momentos como esse levaram Ducarouge a uma inspirada comparação: "A diferença de Senna para os outros pilotos é a de um filme colorido para um filme preto-e-branco.”
Para Piquet, o filme era outro. Naquele mesmo GP da Itália, depois de se recuperar de forma brilhante de uma péssima largada, Nelson acabou sendo empurrado para a grama por Ayrton. Deu o troco em plena reta dos boxes, jogando a Brabham para cima da Lotus a quase 300 por hora. Não houve vítimas. Apenas um pouco mais de cimento na construção de uma sólida inimizade.

FONTE


Livro Ayrton, o herói revelado

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