Opinião blog Ayrton Senna Vive
Senna
O Ayrton estava feliz, era
feliz com a Adriane [Galisteu] como nunca havia sido. Lutou tanto para chegar onde chegou,
para ter tudo que tinha, me refiro ao sucesso na carreira e fortuna pessoal. Mas tudo foi muito difícil para ele. No começo
da carreira, embora fosse de família rica, passou até privações na Inglaterra (país onde viveu dos 18 aos 25 anos, após deixar o Brasil) – pois não queria depender do pai Milton da Silva –, para comprar os equipamentos de competição e
disputar corridas de Kart e depois as Formulas Ford (1600 e 2000). Qualquer
dinheiro que ganhava nessa época, seja quando vencia corridas ou com trabalhos
extras, era destinado ao automobilismo. Vivendo em um país distante, longe de casa, da família, dos amigos, matava a saudade através de rápidos telefonemas e cartas. Ayrton vendia peças, fazia bicos como
montar karts para os outros, e se alimentava muito mal por lá, na Inglaterra,
por não saber cozinhar. Sua principal refeição eram sanduíches e ovos fritos,
preparados por ele mesmo. Era o que sabia fazer na cozinha. Aprendeu inglês
pela televisão, assistindo os noticiários daquele país.
Senna e Galisteu
E depois de ter alcançado o
sucesso, era um homem muito triste e tenso, encontrou a felicidade nos braços
de Adriane Galisteu (namorada com quem viveu seu último ano de vida). A família sabia
disso tudo, de tudo que ele sofreu vivendo em um país distante no começo e
mesmo depois de conquistar sucesso o quanto ele era triste e a Adriane mudou a
vida dele para melhor, fazendo ele feliz. E o Tom Rubython, biógrafo de Ayrton, autor do
“The Life of Senna”, disse em sua obra que possivelmente a família sabia das
intenções dele de casar com a Adriane, por isso começaram a infernizar sua
vida. Fizeram crueldade com ele, e depois da morte dele, com sua amada Adriane. Foram
muito cruéis, eles só queriam ser felizes. Eles não mereciam ser severamente
castigados por pessoas que deveriam apoiá-los.
Agora isso é coisa que se
faça? Ayrton e Adriane se amavam e só queriam ser felizes juntos, assim como alguns que
casam, vivem juntos, montam casa, tem filhos, enfim chega um momento e saem da
casa dos pais. Outras pessoas preferem viver sozinhos. Mas Ayrton já havia vivido por muitos anos sozinho no exterior, estava cansado da solidão, sempre sonhou em casar e ter filhos, ele queria construir uma nova família com Adriane. A família não o apoiou em nada, só os amigos deram suporte ao
casal, até mesmo o sogro da Viviane Senna (irmã de Ayrton), apoiou os planos
dos dois. Assim como Braga e sua esposa Luiza, Jo Ramirez, Alfredo Popesco...
A família tinha que apoiar a
felicidade dele, como os amigos apoiaram, querer vê-lo feliz, isso é o que se
espera de uma família que realmente ama seu filho, irmão... e não magoá-lo,
deixá-lo triste, infernizar a vida do rapaz. Como eles fizeram. Ayrton morreu
muito magoado com eles. Não tem mais como voltar atrás. Agora Ayrton está lá,
debaixo da terra, com todos seus sonhos enterrados com ele. Foi embora tão
jovem. Você tem que fazer o bem para a pessoa enquanto está vivo. Foram tão
mesquinhos, essa família, não queriam aceitar Adriane como esposa do campeão
por ela ser de origem humilde. Ninguém leva nada desta vida quando morre, a
prova está no que aconteceu com o próprio Ayrton, morreu e não levou
absolutamente nada. Outros estão usufruindo de seus bens.
Senna está enterrado no Cemitério do Morumbi, São Paulo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RUBYTHON, Tom. The Life of Senna. 1º Edição Sofback. London :
BusinessF1 Books, 2006.
SANTOS, Francisco. Ayrton Senna Saudade. Edição Brasileira. São Paulo: EDIPROMO, 1999.
GONZALES, Wagner. Ayrton Senna: garra de campeão. Quatro Rodas, São Paulo, edição 289, ano 25, p. 148 – 151. Agosto de 1984.
WILLIAMS, Richard. Ayrton Senna: the gladiatorial virtuoso who still sets the standard. Disponível em: <http://www.theguardian.com/sport/blog/2014/apr/30/ayrton-senna-death-formula-one-20-years>. Acesso em: 01 de outubro 2014.
Ayrton Senna Documentário - The Right To
Win
SBT Brasil 2014
Excelente texto. Concordo plenamente. Disse tudo.
ResponderExcluirConcordo completamente
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