quarta-feira, 16 de março de 2016

Senninha Vira Caso de Justiça

Ayrton Senna posa com Rogério Martins e Ridaut Dias criadores de -Senninha- além de sua secretária Cecília Yoshizawa, no dia do lançamento do personagem em 1994

Agencia Estado
31 Maio 2004 | 08h 07 - Atualizado: 04 Março 2012 | 05h 37
Estadão - esportes.estadao.com.br

Depois de tentar um acordo amigável com os responsáveis pela Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos, o fã do piloto e criador do personagem Senninha, Rogério Morais Martins, decidiu entrar com duas ações na 35ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo. Uma é para reparação de danos morais e outra é por danos materiais, motivadas, como informou, pelas constantes alterações no desenho e estilo do personagem, pela ausência ou ilegibilidade do nome do autor e co-criador do personagem, Ridaut Dias Júnior, em todos os produtos que levam a figura Senninha, e pela exploração indevida do personagem. O Senninha foi criado e registrado em duas versões, a primeira como uma criança de 8 anos que freqüenta a escola e tem uma turma de amigos, e uma segunda com o Senninha jovem. Agora é possível encontrar Senninha bebê junto a outro personagem não criado pelos autores originais, em pacotes de fraldas, os olhos foram arredondados e estão desproporcionais, perderam o ar perspicaz do olhar de Senna, e há produto cuja mão do Senninha tem apenas quatro dedos, diz Martins. O diretor da Ayrton Senna Promoções, Fábio da Silva Machado, que é primo de Senna, diz que o personagem tem vida e movimentos que seguem à risca a legislação e que todos os procedimentos estão documentados. Ele afirma desconhecer as alterações apontadas e que as ações judiciais pegaram os diretores da empresa de surpresa. Fábio Machado adianta que, com a morte de Ayrton Senna, a família do piloto licenciou gratuitamente o personagem e a marca Senninha ao Instituto Ayrton Senna (IAS). Criado em novembro de 1994 para dar condições de desenvolvimento a crianças carentes, ideal de Ayrton Senna (segundo o que afirma sua irmã Viviane Senna), o IAS recebe todos os royalties provenientes dos contratos comerciais com a figura e a logomarca Senninha. De acordo com Fábio Machado, e com o próprio Rogério Martins, em 96 o co-criador do Senninha, Ridaut Dias Júnior, entrou com um processo contra a Ayrton Senna Promoções, depois de ser demitido da empresa, mas perdeu em todas as instâncias. Já Rogério Martins não se conforma em ver seu trabalho mal reconhecido pela empresa. Sempre tentaram esconder nossos nomes, são dez anos de uma criação que enfrentou vários revezes e um clima de trabalho péssimo, acusa. Ele diz que foi obrigado a assinar um contrato espartano, regido pela CLT. Era isso ou dávamos adeus ao sonho de desenvolver o personagem inspirado pelos ideais e pelo jeito de ser de Ayrton Senna, revela. Senna afirmou que poderíamos assinar o contrato que ele garantiria. Nós tínhamos uma relação de confiança muito boa, mas quatro meses depois ele morreu.

Leia também: Criadores de "Senninha" alegam que nunca receberam por direitos autorais


 Irmã de Ayrton, Viviane Senna posa com criadores de Senninha, Ridaut Dias Jr. (e) e Rogério Martins, após morte do piloto


Ayrton Senna fala sobre a proposta do projeto Senninha

Ayrton Senna lendo a revistinha Senninha em 1994




FONTE PESQUISADA

ESTADÃO - Senninha vira caso de justiça. Disponível em: <http://esportes.estadao.com.br/noticias/velocidade,senninha-vira-caso-de-justica,20040531p39126>. Acesso em: 16 de março 2016.




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