Ayrton Senna posa com Rogério Martins e Ridaut Dias
criadores de -Senninha- além de sua secretária Cecília Yoshizawa, no dia do lançamento do personagem em 1994
Agencia Estado
31 Maio 2004 | 08h 07 - Atualizado:
04 Março 2012 | 05h 37
Estadão - esportes.estadao.com.br
Depois de tentar um acordo
amigável com os responsáveis pela Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos, o
fã do piloto e criador do personagem Senninha, Rogério Morais Martins, decidiu
entrar com duas ações na 35ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo. Uma é
para reparação de danos morais e outra é por danos materiais, motivadas, como
informou, pelas constantes alterações no desenho e estilo do personagem, pela
ausência ou ilegibilidade do nome do autor e co-criador do personagem, Ridaut
Dias Júnior, em todos os produtos que levam a figura Senninha, e pela
exploração indevida do personagem. O Senninha foi criado e registrado em duas
versões, a primeira como uma criança de 8 anos que freqüenta a escola e tem uma
turma de amigos, e uma segunda com o Senninha jovem. Agora é possível encontrar
Senninha bebê junto a outro personagem não criado pelos autores originais, em
pacotes de fraldas, os olhos foram arredondados e estão desproporcionais,
perderam o ar perspicaz do olhar de Senna, e há produto cuja mão do Senninha
tem apenas quatro dedos, diz Martins. O diretor da Ayrton Senna Promoções,
Fábio da Silva Machado, que é primo de Senna, diz que o personagem tem vida e
movimentos que seguem à risca a legislação e que todos os procedimentos estão
documentados. Ele afirma desconhecer as alterações apontadas e que as ações
judiciais pegaram os diretores da empresa de surpresa. Fábio Machado adianta
que, com a morte de Ayrton Senna, a família do piloto licenciou gratuitamente o
personagem e a marca Senninha ao Instituto Ayrton Senna (IAS). Criado em
novembro de 1994 para dar condições de desenvolvimento a crianças carentes,
ideal de Ayrton Senna (segundo o que afirma sua irmã Viviane Senna), o IAS recebe todos os royalties provenientes dos contratos
comerciais com a figura e a logomarca Senninha. De acordo com Fábio Machado, e
com o próprio Rogério Martins, em 96 o co-criador do Senninha, Ridaut Dias
Júnior, entrou com um processo contra a Ayrton Senna Promoções, depois de ser
demitido da empresa, mas perdeu em todas as instâncias. Já Rogério Martins não
se conforma em ver seu trabalho mal reconhecido pela empresa. Sempre tentaram
esconder nossos nomes, são dez anos de uma criação que enfrentou vários revezes
e um clima de trabalho péssimo, acusa. Ele diz que foi obrigado a assinar um contrato espartano, regido pela CLT. Era isso ou dávamos adeus ao sonho de desenvolver o personagem inspirado pelos ideais e pelo jeito de ser de Ayrton
Senna, revela. Senna afirmou que poderíamos assinar o contrato que ele
garantiria. Nós tínhamos uma relação de confiança muito boa, mas quatro meses
depois ele morreu.
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Ayrton Senna fala sobre a proposta do projeto Senninha
Ayrton Senna lendo a revistinha Senninha em 1994
FONTE PESQUISADA
ESTADÃO - Senninha vira caso de justiça. Disponível
em: <http://esportes.estadao.com.br/noticias/velocidade,senninha-vira-caso-de-justica,20040531p39126>.
Acesso em: 16 de março 2016.
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