sexta-feira, 1 de março de 2013
Neide
Dona Neide Senna da Silva não faz promessas.
Ao contrário, ela apenas espera que seu filho Ayrton
seja campeão para cobrar uma promessa. Na véspera do
Grande Prêmio Brasil deste ano, do Neide arrancou um juramento
de Ayrton: "Quero vencer uma temporada. Depois, faço as malas
e largo tudo", prometeu ele. Dona Neide está cansada.
Cansada de trancar-se sozinha - "Tem que ser sozinha,
porque torço tanto que me torno incoveniente e não vou
aos autódromos para não atrapalhar", ela explica - para
assistir às corridas do filho pela televisão. Cansada
de sustos e aflições.
Dona Neide foi cumplice do filho desde que esse era um
garotinho. Fingia ignorar, por exemplo, que Ayrton, com apenas
8 anos de idade, tirava o carro da garagem para ousados
passeios pelo mirante de Santana, bairro da zona norte de
São Paulo: "Uma vez ele entrou em casa dizendo que havia
um homem lá fora, querendo falar comigo", lembra ela. Era
um delegado que flagrara o menino dirigindo.
Ela está cansada de se enganar. "Kart, tudo bem. Mas F1,
não", ela dizia quando ele completou 11 anos e começou a
competir. Nove anos depois, quando ele saiu do Kart para
a Inglaterra, dona Neide dizia para si mesma: "Vai
aguentar apenas um ano lá fora". Não voltou até hoje.
Dona Neide está cansada das fãs que aliciam
os empregados da família e, de repente, são descobertas
na piscina da casa. Cansada de ter de controlar
a alimentação do filho, obrigando-o à dieta de peixes, franco e
verduras, quando o que ele gosta mesmo é de "macarrão da mamma".
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