07/05/2014 10h00 - Atualizado em 07/05/2014
12h07
SporTV - sportv.globo.com/site/programas/linha-de-chegada
Pilotos brasileiros recordam convivência com Ayrton Senna na infância
Hoje pentacampeão da Stock
Car, Cacá Bueno, filho do narrador esportista Galvão Bueno, recorda que a estrela das pistas era também um amigo de sua
família e, por isso, tinha uma relação muito próxima com Senna.
Ayrton Senna e Cacá Bueno no extinto autódromo de Jacarepaguá em 1984 (Foto: Arquivo Pessoal)
- A gente ia para a casa (de praia, em Angra dos Reis, local onde Senna passava as férias) dele e eu brincava no jet-ski dele, ele tinha bastante brinquedinhos lá para a
garotada se divertir, e eu lembro bastante nas férias, do convívio, das
brincadeiras, mas muito mais uma relação de criança chamar o cara de tio. No final
das contas, você chamava o Ayrton de tio, era uma relação um pouquinho
diferente. Eu fui ter mesmo uma noção do que ele representava mais para a
frente. Muito mais do que um ídolo da TV, era um amigo da família. Eu tenho
algumas fotos com ele, mas eu tenho uma bacana, no autódromo de Jacarepaguá,
num teste de pneus. Então já era aquilo ali, já era o cara, já era o tio
andando na Fórmula 1, eu já tendo noção do que era aquilo, e eu começando a
andar de kart e falando: "Nossa, um dia eu quero andar igual a esse
cara". Fiquei só na vontade, porque andar igual àquele cara, ninguém nunca
andou. Mas acabamos aprendendo muita coisa.
Irmão de Cacá e também piloto
da Stock Car, Popó Bueno também afirma que demorou a "cair a ficha"
do que realmente Ayrton Senna representava para o esporte brasileiro.
- Na verdade eu era pequeno,
então a gente não tinha um assunto. Eu só olhava para ele como "o
cara" do automobilismo, e eu começando no kart. Eu tenho certeza de que,
tanto para mim quanto para o Cacá, essa foi a maior influência que a gente teve
no automobilismo. Você ter "o cara", o ídolo mundial, aquele cara
campeão mundial, melhor piloto de todos os tempos, na sua casa, é uma coisa
muito diferente; e foi um prazer muito grande em ter. Ele tinha uma amizade
muito legal com o meu pai (Galvão Bueno, narrador esportivo), então a gente estava sempre junto. Ele sempre falava
para o meu pai que ele se sentia muito bem na nossa casa, porque a gente não
ficava em cima dele. A gente curtia, mas até não dava muito valor. Eu ganhei
luva, ganhei várias coisas de corrida pro kart, e não guardei, para você ter
uma ideia. Muita gente fala: "Nossa, isso aí estaria na moldura, na
parede". Eu acabei não guardando porque eu achava ali muito normal, como
criança, vendo o cara ali todo dia - recorda Popó Bueno.
Nuno Cobra e Ayrton Senna trabalharam juntos durante muito
tempo na preparação física e espiritual do piloto (Foto: Agência Estado)
Outro piloto da Stock,
Ricardo Maurício lembra que também teve a chance de conhecer Ayrton e que
ficava colado na frente da TV para acompanhar as corridas do ídolo.
- A lembrança é enorme.
Acordava todo dia de manhã no sábado e no domingo, aquela volta voadora dele na
classificação e aquelas corridas que ele proporcionava no automobilismo eram
sensacionais. Eu acabei fazendo um tempo com o Nuno Cobra, preparação física, e
acabei conhecendo ele junto ao Nuno Cobra. Então foi uma grande satisfação, foi
muito bacana ter conhecido ele, um gênio, uma pessoa formidável. Todo mundo
queria ser como ele. Não tinha um piloto naquela época que não queria ser que
nem o Ayrton, e todo mundo se espelhava muito no talento dele. Logo cedo
preparação física, focado no trabalho, focado em desenvolver o carro. Era um
grande gênio - afirmou Ricardo Maurício, piloto da Stock Car.
Hoje na Fórmula Truck, Danilo
Dirani era um dos companheiros do sobrinho de Ayrton (Bruno Senna) em seus treinos na pista
de Tatuí (localizada dentro da fazenda de Ayrton Senna em Tatuí, interior de São Paulo). O piloto lembra com carinho da influência de Senna em sua carreira.
- Meu primeiro contato com
kart foi lá, meu primeiro capacete foi ele que me deu, meu primeiro macacão foi
ele que me deu. Aqueles logos que ele usava na McLaren na época ele me deu, eu
bordei. Tenho esse macacão, esses logos, guardados até hoje, então é bem
especial, porque tudo, a velocidade, quanto colocou na minha veia foi ele,
através daquela pista lá em Tatuí, então é a recordação que fica dentro da
cabeça e levo comigo sempre. Eu ainda vivo de corrida, então para mim é
gratificante saber que ele que colocou isso na minha veia – finalizou Danilo
Dirani.
Danilo Dirani e Ayrton Senna na pista de Tatuí
(Foto: Arquivo Pessoal)
REFERÊNCIAS
SPORTV - Bruno Senna lembra bandeirada e
tapa do tio Ayrton em 1ª vitória. Disponível em: <http://sportv.globo.com/site/programas/linha-de-chegada/noticia/2014/05/ricardo-mauricio-e-caca-bueno-relembram-convivencia-com-senna.html>.
Acesso em: 29 de fevereiro 2016.