domingo, 28 de janeiro de 2024

Relógio que Senna usou antes de sua morte é devolvido a fabricante

Ex-gerente de marketing da Tag Heuer doa protótipo que ganhou do piloto brasileiro no dia da prova fatal em 1994

28.jan.2024 às 9h49

Simon de Burton

FINANCIAL TIMES

Na semana passada, Mike Vogt, ex-gerente de marketing da Tag Heuer, foi até a sede da marca, em La Chaux-de-Fonds, na Suíça, para entregar o protótipo de um relógio que havia guardado por 30 anos.

Era o relógio de pulso desenvolvido em 1994 em colaboração com o brasileiro Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1, pouco antes de sua morte durante o Grande Prêmio de San Marino daquele ano.

Senna usou o relógio durante o fim de semana da prova, mas o entregou a Vogt pouco antes do acontecimento fatal.

Ayrton Senna ajusta retrovisor antes do início do GP de San Marino, em Ímola, na Itália, em 1994 - Jean-Loup Gautreau - 1º.mai.94/AFP

Desde então, Vogt manteve o relógio que o piloto lhe deu guardado a sete chaves, colocando-o em seu próprio pulso apenas uma vez —logo depois de retirá-lo de um cofre de segurança para entregá-lo à Tag Heuer.

"Eu nunca quis propriamente usá-lo", explica. "De alguma forma, não pareceria correto, pareceria até mesmo desrespeitoso." Então, há dois anos, depois de conversar com Frédéric Arnault, CEO da Tag Heuer à época, Vogt iniciou o processo de entrega do protótipo do relógio ao museu da marca. Na sexta-feira (19), ele o entregou ao diretor de patrimônio da Tag Heuer, Nicholas Biebuyck.

O relógio agora terá um lugar de destaque em uma exposição especial sobre Senna que também inclui um dos capacetes de corrida do piloto e outros relógios Senna de edição especial e limitada que a marca lançou nos últimos 30 anos.

Vogt, hoje com 60 anos, era um fã de Fórmula 1 de 28 anos quando conseguiu o emprego dos seus sonhos na marca. Logo depois, tornou-se gerente de marketing. "A crise do quartzo nos anos 1970 e 1980 fez com que uma geração inteira de pessoas da minha idade deixasse o setor de relógios porque as empresas não estavam contratando", diz.

"Mas, então, as marcas começaram a perceber que o marketing profissional precisava ser incorporado ao negócio, e eu me tornei um dos vários jovens gerentes famintos da Tag Heuer durante o que se provou ser um período incrível no setor —não menos importante para mim, porque me pediram para formar uma equipe para lidar com marketing, relações públicas e patrocínio e para desenvolver e implementar uma estratégia."

Este é Ayrton Senna


Parte disso envolvia a promoção agressiva da marca nos círculos da Fórmula 1, o que significava fazer tudo, desde garantir que os banners da Tag Heuer fossem pendurados nos melhores lugares para uma exposição ideal na televisão até receber varejistas, clientes e jornalistas durante os fins de semana de corrida.

"Também foi essencial desenvolver relacionamentos pessoais com os pilotos", diz Vogt. "Isso incluiu o fornecimento de relógios, em troca dos quais eles conversavam alegremente com nossos clientes durante o fim de semana das provas."

Foi por meio dessa rede de contatos que Vogt conheceu e fez amizade com Senna em 1992, quando o brasileiro pilotava para a McLaren —que, cerca de uma década antes, havia se fundido com o Tag Group de Mansour Ojjeh para iniciar uma parceria que continua até hoje.

Em 1985, a Tag adquiriu a marca Heuer, que, logicamente, patrocinou a equipe McLaren, com a qual Senna venceu o Mundial de Fórmula 1 em 1988, 1990 e 1991 —antes de se transferir para a Williams para a temporada de 1994 em troca de um salário de US$ 20 milhões (R$ 98,3 milhões).

"A Tag Heuer era patrocinadora da McLaren, mas, quando Senna foi para a Williams, era muito importante para nós mantê-lo", diz Vogt.

O ex-gerente de marketing lembra que, na época, tanto Senna quanto seu empresário, Celso Lemos, estavam muito interessados em desenvolver a marca Senna para garantir que ele tivesse renda depois de se aposentar das provas. Eles criaram o slogan "levado à perfeição" e criaram o famoso logotipo "S" de Senna, que aparece nos relógios.

Relógio Tag Heuer da coleção em homenagem a Ayrton Senna - Divulgação

"Nossa ideia era fazer um relógio especial baseado na nova Série 6000 de modelos de alto padrão que foram oficialmente lançados em 1994, e Senna sugeriu que o mostrador deveria ter um padrão de bandeira quadriculada e um S de Senna vermelho e que o relógio deveria ser equipado com seu tipo preferido de pulseira de couro", afirma Vogt.

Um protótipo foi devidamente fabricado e fornecido a Senna, que o usou no fatídico fim de semana do Grande Prêmio de San Marino, em Ímola.

No dia anterior à corrida, Senna se reuniu com Vogt para discutir a série de relógios proposta. Durante a conversa, Vogt explicou que, por mais que ele quisesse comprar um imediatamente para ele mesmo, as regras da Tag Heuer proibiam os funcionários de fazer isso.

"Foi nesse momento que Ayrton tirou o protótipo do pulso, entregou-o a mim e disse que queria que eu ficasse com ele."

Após a morte de Senna, houve sugestões de que o projeto do relógio deveria ser abandonado. "Mas eu senti que havia assumido um compromisso com ele de tornar o relógio um sucesso", diz Vogt. "Então, chegamos a uma solução elegante: fazer mil peças em cada um dos três tamanhos e doar parte dos lucros para o Instituto Ayrton Senna, que sua família, liderada por sua irmã Viviane, criou seis meses após a morte dele."

Os relógios produzidos diferiam do design original por apresentarem o S aplicado em prata, em vez de vermelho. Desde então, a Tag lançou cerca de dez edições diferentes dedicadas a Senna, enquanto exemplares dos modelos originais da Série 6000 agora são vendidos no mercado vintage por até 4.000 libras (R$ 25 mil).


FONTE PESQUISADA

DE BURTON, Simon. Relógio que Senna usou antes de sua morte é devolvido a fabricante. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2024/01/relogio-que-senna-usou-antes-de-sua-morte-e-devolvido-a-fabricante.shtml>. Acesso em: 28 de Janeiro de 2024.


quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Ayrton Senna e Adriane Galisteu em helicóptero — Foto: Acervo pessoal

 


Adriane Galisteu chora no velório de Ayrton Senna, em 1994 — Foto: Fernando Maia/Agência O GLOBO

 

Adriane Galisteu e Ayrton Senna no Aeroporto de Jacarepaguá, em dezembro de 1993 — Foto: Ari Lago/Agência O GLOBO

 


Senna e Galisteu após queda na rede e caminhando na casa do piloto, em 1993 — Foto: Jorge Peter/Agência O GLOBO



Adriane Galisteu durante ação de Páscoa na Avenida Paulista, em 1993 — Foto: Daniel Augusto Jr/Agência O GLOBO

 


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Uma Biografia de Ayrton Senna Sem Adriane Galisteu? Impossível!

FLAVIO RICCO | Do R7

24/01/2024 - 00H07 (ATUALIZADO EM 24/01/2024 - 12H06)

Faltou isso

Dia desses a coluna falou da série do Ayrton Senna. Que as gravações terminaram e do projeto tratado como superprodução.

E com a maior das razões. Fontes do mercado asseguram que foram gastos cerca de 250 milhões de reais na sua realização. São oito episódios, mas ainda sem estreia definida pela Netflix.

Julia Foti  faz Adriane Galisteu na série do Senna
Imagem: Instagram

Como detalhe

Ignorar Adriane Galisteu, que antes não seria nem mencionada na série, apesar de toda a sua importância na história de Senna, informa-se, foi um detalhe a tempo corrigido. Felizmente, porque além de incompleto, pecaria pela ignorância.

Julia Foti fará as vezes de Adriane. Uma biografia dele sem ela? Como? Chapa branca? Ninguém, nem aqui, nem em outro planeta, por mais que existam interesses ou diferenças, pode tirar. 


FONTE PESQUISADA

RICCO, Flavio. Culpa de quem? Por que não aparecem mais novos repórteres na TV?. Disponível em: <https://entretenimento.r7.com/prisma/flavio-ricco/culpa-de-quem-por-que-nao-aparecem-mais-novosreporteres-na-tv-24012024>. Acesso em: 24 de Janeiro de 2024.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

F1: Prost esclarece polêmica sobre veto a Senna na Williams em 1993



Kadu Gouvêa | 10/01/2024 - 09:28

F1 Mania - f1mania.net

Uma das maiores rivalidades da história da Fórmula 1, a disputa entre Ayrton Senna e Alain Prost, ganhou um novo capítulo. A polêmica em torno de uma suposta cláusula no contrato de Prost em 1993, impedindo Senna de ser seu companheiro na Williams, foi esclarecida pelo próprio francês em entrevista ao podcast ‘Beyond the Grid’.

Em resumo, o contrato de Prost realmente continha uma cláusula vetando Senna como companheiro de equipe, mas segundo Prost, ele não foi o responsável pela inserção dessa cláusula no contrato. “Não, eu não tentei fazer isso”, afirmou ele. “Frank (Williams, então chefe e dono da equipe) estava usando a mídia para dizer isso, mas ele sabia há muito tempo que era o caso.”

Prost explica que, ao entrar na Williams, ele não tinha ideia de quem seria seu companheiro e tampouco havia exigido o status de número um no time. Ele acredita que a própria equipe inseriu a cláusula para evitar qualquer conflito futuro.

“Eu realmente me senti mal com essa história porque é normal quando alguém entra em um time, como muitos outros, eles pedem um contrato de número um”, disse Prost. “Eu nunca pedi um contrato de número um. Nunca fui número um. Eu até fui número dois atrás de Niki Lauda quando entrei na McLaren em 1984.”

Apesar de entender a posição da equipe, Prost admite que não gostaria de dividir a garagem com Senna novamente, caso essa possibilidade existisse. “Eu não tive problemas em lutar contra ele na Ferrari e ele na McLaren. Mas não queria repetir o que fizemos na mesma equipe, trabalhando duas vezes mais, comigo fazendo todos os testes de pré-temporada enquanto ele estava descansando no Brasil. Você não quer isso.”

No entanto, a relação entre os dois pilotos sofreu uma reviravolta no final da carreira de Senna. Após Prost anunciar sua aposentadoria em 1993, Senna, que não falava com o francês havia um ano, surpreendentemente pediu para que ele reconsiderasse.

“A única coisa que Ayrton disse, a primeira vez que ele falou comigo novamente, foi no pódio em Adelaide. Mas especialmente depois do pódio, ele já me pediu para que voltássemos a conversar”, afirmou Prost.

Mesmo com essa tentativa de reconciliação, Prost acredita que Senna e ele eram pilotos muito diferentes. “Éramos muito diferentes. Estilos de pilotagem muito diferentes, especialmente no início. Uma maneira muito diferente de trabalhar dentro da equipe, pensamento diferente, educação diferente. Diferentes também em nossa mentalidade, então eu diria que éramos muito diferentes”, finalizou o ex-piloto francês.

A entrevista de Prost revela detalhes interessantes sobre a relação complexa entre os dois maiores pilotos de sua geração, mostrando que mesmo longe das pistas, a rivalidade Senna x Prost continua a despertar interesse e debate até os dias de hoje.


FONTE PESQUISADA

GOUVÊA, Kadu. F1: Prost esclarece polêmica sobre veto a Senna na Williams em 1993. Disponível em: <https://www.f1mania.net/f1/f1-prost-esclarece-polemica-sobre-veto-a-senna-na-williams-em-1993/>. Acesso em: 10 de Janeiro de 2024.





Coleção de Livros de um Fã (Foto)


Coleção de Martin Brady