sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Surgimento de Ayrton Senna na F1 determinou outro tipo de piloto

Ayrton Senna em treinamento com Nuno Cobra


O surgimento de Ayrton Senna no cenário da Fórmula 1, nos anos 1980, parece determinar outro tipo de piloto. Ele sublima o risco inerente do esporte, mas não o faz pelo prazer de pilotar, e sim pela obsessão em vencer. Percebe que será um piloto melhor se conseguir tornar-se também um atleta melhor e passa a se dedicar a uma preparação física cruel, e a controlar a alimentação, e a viver como um prolongamento da máquina, enxergando o próprio corpo como parte daquele conjunto vencedor. Não é diletante, não é herói, não é hedonista: é um mártir que exibe suas vitórias com esforço e faz questão de expor o sacrifício que se impõe para conquistar seu objetivo. Não parece ter prazer, mas imolar-se em prol de uma meta. É evidente que não foi a obsessão de Senna que lhe tirou a vida, foi a barra de direção enfiada no crânio. Foi-se o piloto, ficou seu espírito: vencer, vencer, vencer, custe o que custar, ainda que eu gaste meu tempo livre correndo, nadando, pedalando, fazendo exercícios mentais. Ainda que eu precise jogar o carro sobre o adversário, já que ele fez isso antes e estou apenas me defendendo, ou convencer minha equipe a apostar toda sua atenção em mim, e subjugar meu companheiro de equipe. Mas não basta fazer tudo isso: há que fazê-lo com ar de sofrimento, exacerbando que meu sucesso é fruto, sobretudo, do meu esforço. Meritocracia, teu nome é Ayrton Senna.

FONTE

GP Total


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