Ayrton Senna em treinamento com Nuno Cobra
O surgimento de Ayrton Senna
no cenário da Fórmula 1, nos anos 1980, parece determinar outro tipo de piloto.
Ele sublima o risco inerente do esporte, mas não o faz pelo prazer de pilotar, e
sim pela obsessão em
vencer. Percebe que será um piloto melhor se conseguir
tornar-se também um atleta melhor e passa a se dedicar a uma preparação física
cruel, e a controlar a alimentação, e a viver como um prolongamento da máquina,
enxergando o próprio corpo como parte daquele conjunto vencedor. Não é
diletante, não é herói, não é hedonista: é um mártir que exibe suas vitórias
com esforço e faz questão de expor o sacrifício que se impõe para conquistar
seu objetivo. Não parece ter prazer, mas imolar-se em prol de uma meta. É
evidente que não foi a obsessão de Senna que lhe tirou a vida, foi a barra de
direção enfiada no crânio. Foi-se o piloto, ficou seu espírito: vencer, vencer,
vencer, custe o que custar, ainda que eu gaste meu tempo livre correndo, nadando,
pedalando, fazendo exercícios mentais. Ainda que eu precise jogar o carro sobre
o adversário, já que ele fez isso antes e estou apenas me defendendo, ou
convencer minha equipe a apostar toda sua atenção em mim, e subjugar meu
companheiro de equipe. Mas não basta fazer tudo isso: há que fazê-lo com ar de
sofrimento, exacerbando que meu sucesso é fruto, sobretudo, do meu esforço.
Meritocracia, teu nome é Ayrton Senna.
FONTE
GP Total
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