Por Ismael Paulino
01 de maio de 2015
Blasting News - pt.blastingnews.com
Faz hoje 21 anos que o
tricampeão faleceu num acidente nessa curva do circuito de Imola.
Senna e Berger
Faz hoje 21 anos que Ayrton
Senna faleceu num acidente na curva Tamburello, na pista de Imola, em
Itália, durante o GP San Marino de Fórmula 1. Os carros passavam ali a 300
km/h, e estima-se que o tricampeão tenha conseguido reduzir para 200 km/h até
ao momento do embate contra o muro. Contudo, Senna já havia pensado em alterar
ou eliminar a curva, mas a ideia não chegou a avançar. É Gerhard Berger, amigo
próximo e colega de Senna na McLaren durante 3 anos, que conta a história, numa
entrevista que hoje recordamos aqui na Blasting News.
No GP San Marino de 1989,
Berger teve um acidente muito grave nessa mesma curva. Tal como Senna, o
austríaco perdeu o controlo do Ferrari e bateu a alta velocidade no muro; o
carro incendiou-se e passaram-se longos segundos de angústia até à chegada de
socorro. Berger escapou quase ileso, mas aponta que o acidente lhe deixou
sequelas psicológicas, nunca mais tendo arriscado em pista da mesma forma.
À data, Senna e Berger
já eram amigos próximos, embora o austríaco só viesse a juntar-se ao
piloto de S. Paulo na McLaren no ano seguinte. Algumas semanas depois, Senna
(que vivia na Europa durante a temporada de F1) desafiou o amigo a ir
inspecionar a curva e ver como poderiam aumentar a segurança ali. Ambos foram
até Imola e entraram a pé, ao longo da pista, indo até à curva.
Nessa altura, não existiam
fotos aéreas, de satélite ou Google Maps. Hoje, é fácil para qualquer pessoa
ver aquilo que Senna e Berger, que não viviam em Imola nem sequer em Itália,
não sabiam ainda: passa um pequeno rio do lado de fora da curva
Tamburello, entalado no fundo de um pequeno vale. Os pilotos saltaram o muro de
proteção, pensando que a escapatória poderia ser aumentada. Mas ainda que as árvores
(situadas atrás do muro, claro) pudessem ser cortadas, a área de segurança
ficaria praticamente do mesmo tamanho. E seria impossível fazer algum aterro
para aumentar a escapatória.
"E fazer uma
chicane, como se fez em 1995?" pergunta o entrevistador. A resposta de
Berger foi sincera e desconcertante. "Não nos ocorreu, não nos passou pela
cabeça", disse. "À data, não era habitual a colocação de curvas muito
lentas para diminuir a velocidade em zonas rápidas. Nem sequer pensámos nisso."
Em 1989 já existiam algumas chicanes desse género, nomeadamente nas pistas de
Monza (Itália), Hockenheim (Alemanha) e Suzuka (Japão).
Gerhard Berger foi um dos
pilotos mais devastados pessoalmente pelo GP San Marino de 1994. Além de perder
um amigo muito próximo em Senna, perdeu também o amigo e compatriota Roland
Ratzenberger, morto no dia anterior, e numa curva onde também se veio a colocar
uma chicane em 1995. Berger disputou ainda 3 Grandes Prémios em Imola, com
chicanes nas curvas onde morreram Senna e Ratzenberger, antes de se reformar no
final de 1997. A pista de Imola foi remodelada e modernizada após 2007, mas
atualmente não recebe a Fórmula 1.
FONTE PESQUISADA
PAULINO, Ismael. Fórmula 1: Senna pensou em
eliminar a curva Tamburello. Disponível em: <http://pt.blastingnews.com/desporto/2015/05/formula-1-senna-pensou-em-eliminar-a-curva-tamburello-00373433.html>.
Acesso em: 12 de maio 2015.
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