1 – GP do Brasil: Rio de Janeiro, 25 de Março de 1984
“São seis horas. O Intercontinental Hotel lhe deseja um bom
dia. A temperatura é de 26 graus e a previsão é de tempo bom e dia ensolarado.”
Ayrton já estava
acordado desde as 5 horas. Mesmo assim, respondeu a gravação da mensagem de
bom-dia e pulou da cama. Chegara, enfim, o dia da estréia na Fórmula 1. E logo
no Brasil, no autódromo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, circuito onde ele nunca
havia competido.
Bom, já que estava
ali, melhor tentar fazer o máximo. E era o máximo que ele vinha tentando, e
conseguindo, há 16 anos, desde que havia começado a competir de Kart.
Os adversários da
estréia na F1 não eram muito diferentes daqueles que Beco – apelido familiar –
enfrentou ao estrear no Campeonato Paulista de Kart, aos 10 anos, em 1971. Também
eram maiores e mais experientes. Seus nomes: Niki Lauda e Alain Prost (McLaren-TAG), Keke Rosberg (Williams-Honda),
Nelson Piquet (Brabham-BMW) e Nigel Mansell (Lotus-Renault).
Senna já tinha
visto todos eles em ação. Muitas vezes, as corridas da Fórmula Ford e Fórmula 3
antecederam os GPs da Inglaterra. Viu Niki Lauda, chamado de piloto-computador
por sua regularidade, ser bicampeão do mundo – seria tri naquela temporada. Alain
Prost já era um vencedor, tinha conseguido várias vitórias, primeiro com
Renault-turbo e depois com McLaren, e era apontado como o melhor francês da
história da Fórmula 1. Nelson Piquet, bicampeão de 1981 e 1983, era ídolo brasileiro
substituto de Emerson Fittipaldi nos pódios e no orgulho nacional. Keke
Rosberg, famoso pelo arrojo, também tinha sido campeão do mundo, com um
Williams-Ford, em 1982. Nigel Mansell, lutador, destemido e chamado de Leão por
seus conterrâneos pela garra com que corria, era a grande esperança inglesa de
ganhar o títutlo que não viam desde que James Hunt lareou-se com a McLaren M23
em 1976.
Foi contra essas
feras, todos candidatos ao título de 1984, que Ayrton estreou na Fórmula 1. A classificação não foi
muito promissora. Ele esperava mais do que o 16º lugar, mas o motor Hart de seu
Toleman estava longe da potência dos motores Porshe-TAG, Honda, Renault, BMW e
Ferrari. Além disso, a vibração na suspensão dianteira do Toleman, nas voltas
da tomada de tempo, não permitiu mais do que a oitava fila no grid.
Senna largou bem,
ganhou três posições na primeira volta, chegou a ser novo colocado, mas o turbo
do motor Hart quebrou na oitava volta. O dia no Rio de Janeiro Realmente foi
lindo e ensolarado, mas não para a estréia de Senna, e sim para Alain Prost,
que venceu o GP do Brasil pela segunda vez consecutiva.
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