segunda-feira, 29 de julho de 2013

A história de Ayrton Senna nas competições

Introdução



Ayrton Senna da Silva nasceu no dia 21 de março de 1960 em São Paulo e, faleceu no dia 01 de maio de 1994 no hospital de Bolonha na Itália, após a Williams-Renault com a qual competia na temporada se chocar contra o muro durante o GP de San Marino de Fórmula 1, no autódromo de Ímola, circuito Enzo e Dino Ferrari na Itália. Ayrton Senna é reconhecido como um dos maiores nomes do esporte brasileiro em todos os tempos e, reconhecido como o maior piloto de corridas de todos os tempos. Reconhecimento este que veio a partir de centenas de enquetes pelo mundo todo, onde opinaram desde fãs, especialistas, jornalistas e pilotos.
Ayrton começou competindo no kart, obtendo resultados expressivos, tais como dois vice-campeonatos mundiais, logo depois migrou para as corridas com carros e, no ano de 1984, iniciou na Fórmula 1 pela equipe Toleman-Hart. Ayrton venceu suas primeiras corridas competindo pela equipe Lotus-Renault no ano de 1985. Os títulos mundiais foram alcançados nos anos de 1988, 1990 e 1991 quando competiu pela equipe McLaren-Honda. Ayrton também foi vice-campeão em 1989 e 1993 (Neste ano a equipe McLaren competiu com um motor da Ford).
O piloto brasileiro obteve especial destaque pela forma como conduzia o profissionalismo no esporte, concentrando-se em pequenos detalhes dos quais até então, os demais pilotos desprezavam, principalmente o trato com os mecânicos, patrocinadores e extenuantes reuniões antes e depois das atividades normais na pista.
Ayrton Senna venceu 41 corridas e marcou 65 pole-positions. A facilidade para marcar uma volta rápida nos treinos lhe deu a fama de rei da volta rápida, além, da facilidade em correr no piso molhado, sendo praticamente imbatível em tais condições desfavoráveis.
Ayrton também se destacou na pista que talvez seja a mais difícil do campeonato, o GP de Monte Carlo, disputado nas ruas de Mônaco. Ali o piloto venceu a prova em seis oportunidades, retirando de Graham Hill o título de "Mister Mônaco" ou, "Rei de Mônaco". Além de vencer na pista travada, Ayrton também se destacou por dar um "banho" na família real toda vez que ia ao pódio da corrida.
Ayrton foi o maior rival de Alain Prost, protagonizando duelos espetaculares, que entraram para os anais do automobilismo como provavelmente a maior rivalidade de todos os tempos. Rivalidade esta que começou quando os dois competiram pela equipe McLaren-Honda nas temporadas de 1988 e 1989. No ano de 1990 o francês mudou-se para a equipe Ferrari, e a rivalidade só aumentou. Em 1993 Prost pilotou a imbatível Williams-Renault e, durante o ano, com um carro muito superior a McLaren-Ford de Senna, Prost protagonizou belos embates com o piloto brasileiro. O ano de 1993 foi a temporada em que a rivalidade entre os dois pilotos foi menor, pelo menos extra-pista, resultando no aperto de mão e reaproximação entre os dois nas últimas provas da temporada. Nas pistas belas ultrapassagens e atuações de tirar o fôlego marcaram a disputam entre os dois mitos do esporte. Senna não seria Senna caso não tivesse enfrentado na pista Alain Prost e, vice-versa. Assim também como os rivais Nigel Mansell da Inglaterra e o também brasileiro Nelson Piquet, valorizaram muito a carreira do brasileiro.


Carreira

Início no kartismo



Filho do empresário brasileiro Milton da Silva, incentivado pelo pai, ainda muito jovem se interessou pelas corridas. Aos quatro anos de idade ganhou o primeiro kart, que fora montado pelo próprio pai, que utilizava um motor de um cortador de grama. A habilidade do menino impressionou a família, que pouco depois resolveu investir no desenvolvimento da carreira do pequeno Ayrton.
Aos treze anos o piloto começou a competir profissionalmente de kart. Foi no kart que o piloto desenvolveu a habilidade para pilotar em condições adversas, principalmente em pista molhada. A técnica para competir no molhado começou a ser aperfeiçoada após o piloto perder corridas neste tipo de adversidade para os pilotos mais experientes. A partir de então Ayrton passou a sair para treinar ao menor sinal de chuva. Tal dedicação fez dele o piloto praticamente imbatível que se tornou em pista molhada.
Não tardou muito e, o jovem Ayrton começou a vencer campeonatos no kart, dentre eles o campeonato paulista de 1975 e 1976 e o campeonato brasileiro de 1977, 1978 e 1980. Ayrton também venceu o campeonato sul-americano da modalidade em 1977, 1978 e 1980. Ayrton tentou vencer o campeonato mundial por quatro vezes, sendo vice-campeão em 1979 e 1980.
O maior rival de Ayrton no kartismo foi o piloto brasileiro Mário Sérgio de Carvalho, filho e hoje proprietário da fabricante de chassis de kart brasileira Mini.

Automobilismo

Categorias iniciais



No ano de 1981 Ayrton partiu para a Europa, onde competiu no campeonato inglês de Fórmula Ford 1600, pela equipe de Ralf Firman, sendo campeão logo no ano de estréia.
Em 1982 competiu no campeonato inglês e europeu de Fórmula Ford 2000, sendo campeão em ambos. Ayrton competiu neste ano pela equipe de Dennis Rushen. Até então o piloto assinava como Ayrton da Silva, adotando a partir de então o sobrenome materno Senna, em substituição ao Silva paterno. O nome de solteira da mãe era menos comum no Brasil e, soava melhor para um piloto de corridas.
Na temporada de 1983 Ayrton passou a competir no campeonato inglês de Fórmula 3, o último degrau antes da Fórmula 1. Ayrton venceu o campeonato em uma disputa acirrada com o inglês Martin Brundle. Ayrton competiu nesta vitoriosa temporada pela equipe de Dick Bennetts. Ainda em 1983, o piloto participou da prova que é considerada o mundial da categoria, o GP de Macau pela equipe Teddy Yip's Theodore Racing Team. Ayrton venceu a corrida e mais uma vez chamou a atenção do mundo. Ironicamente Ayrton disputou a corrida com um carro patrocinado com as cores do cigarro Marlboro, que marcou os melhores anos da carreira do piloto na Fórmula 1.
Ainda na temporada de 1983, após as brilhantes vitórias do piloto brasileiro em Silverstone, tradicional circuito inglês, o nome da pista, em uma montagem de palavras com um dos sobrenomes do piloto, passou a ser chamado pela imprensa inglesa de "Silvastone".
O sucesso alcançado na Inglaterra alçou Ayrton na posição de futura estrela da Fórmula 1. Ainda no ano de 1983, o piloto brasileiro testou um carro de Fórmula 1 pela primeira vez. A Williams, que utilizava motores Ford Cosworth, do finalndês Keke Rosberg. No dia do teste, Senna deu um tapinha no aerofólio traseiro do carro, que ainda estava dentro do caminhão e falou: "É hoje". Ayrton simplesmente bateu o recorde da pista de Domington Park na Inglarreta. Dez anos depois o brasileiro fez nesta mesma pista uma das maiores corridas que um piloto já fez na F1 (Veja mais a frente no ano de 1993). Ayrton testou também pelas equipes McLaren, Brabham e Toleman.
No teste que fez pela Brabham, começou a nascer a rivalidade do piloto brasileiro com o compatriota Nelson Piquet. Ayrton desconfiou que Nelson mexeu no carro para ele não baixar o tempo feito pelo conterrâneo. Mais tarde, Ayrton acreditou firmemente que Nelson Piquet barrou sua entrada na equipe Brabham. Segundo consta, o veto partiu da Parmalat, a patrocinadora da equipe, que queria um piloto italiano, no qual se confirmou com a contratação de Teo Fabi. A rivalidade dos dois apenas cresceu a partir de então, onde, a partir da temporada de 1987 não mais se falaram.

1984 - Toleman Hart



Ayrton Senna disputou a primeira temporada na Fórmula 1 com a única opção viável de que dispunha, a fraquíssima equipe Toleman, que utilizava motores Hart, tão fracos quanto. O ano seria mais de aprendizado do que qualquer outra coisa mas, mesmo assim, o brasileiro não decepcionou, aproveitando as poucas chances reais de pontuar e andar entre os primeiros colocados que teve. O venezuelano Johnny Cecotto foi o principal companheiro de equipe do brasileiro na temporada.
A estréia  foi no GP do Brasil, onde Ayrton acabou tendo problemas durante a prova, porém, no segundo GP do ano na África do Sul, o brasileiro garantiu o sexto lugar na corrida, marcando seu primeiro ponto. O carro era muito fraco e, no primeiro circuito de alta velocidade em que competiu, o brasileiro não conseguiu se classificar para a largada do GP de San Marino, para enorme frustração do futuro campeão.
Ayrton Senna chamou a atenção do mundo no GP de Mônaco. Largando em décimo terceiro, debaixo de forte chuva, o brasileiro ultrapassou aos ponteiros e chegou a tomar a segunda posição do austríaco Niki Lauda da McLaren, que seria campeão mundial no final da temporada. Quando se preparava para ultrapassar o futuro rival Alain Prost da McLaren, a corrida foi interrompida. O belga Jacky Ickx, ex-piloto e considerado o rei da pista molhada até então, resolveu interromper a prova antes de metade das voltas ter sido cumprida, dando a vitória para Alain Prost. Os pontos valeram pela metade. Tais pontos fizeram falta para o francês no final do ano, pois perdeu o campeonato para o companheiro Niki Lauda por apenas meio ponto. Ayrton perdeu a corrida, já Prost, o campeonato.
Além do pódio em Monaco, Ayrton ainda alcançou mais dois na temporada. Um terceiro lugar no GP da Inglaterra em Brands Hatch, e outro no GP de Portugal no Estoril.
Ayrton Senna não disputou o GP da Itália daquele ano, pois ao saber que o piloto tinha assinado com a Lotus para a temporada de 1985, a equipe o suspendeu da prova, o que se mostrou uma atitude idiota, pois como o futuro mostrou, ficar na Toleman seria um atraso na carreira do piloto.
Ainda nesta temporada, Ayrton Senna disputou corridas em outras categorias, como os 1000 quilômetros de Nurburgring, na Alemanha, onde pilotou um Porsche 956 em parceria com Henri Pescarolo e Stefan Johansson, terminando o trio na nona posição. Outra prova disputada por Ayrton foi uma competição de exibição patrocinada pela Mercedes, entre os pilotos da Fórmula 1, para celebrar a inauguração do novo traçado do autódromo de Nurburgring. Todos os pilotos pilotaram os modelos Mercedes 190E 2.3-16 idênticos, Ayrton venceu a prova.
No final da temporada, o piloto terminou o campeonato em nono lugar com 13 pontos, marcando três pódios, um segundo lugar e dois terceiros lugares.

1985/1986 - Team Lotus Renault Jhon Player Special



De casa nova para a temporada de 1985, Ayrton Senna teria em mãos um carro que possuía um forte motor Renault para classificação, que nas mãos do piloto brasileiro se transformou em um verdadeiro foguete. Na corrida, tanto carro quanto motor não iam bem, e o brasileiro invariavelmente abandonava muitas provas. O italiano Elio de Angelis foi o companheiro de equipe do brasileiro.
O carro, que possuía a que é considerada uma das mais belas pinturas de um bólido de Fórmula 1, ganhou maior destaque com um capacete amarelo florescente, do qual o já falecido Sid Mosca, pintou especialmente para ornar com o preto do carro. Segundo o pintor, o capacete iria parecer uma bola amarela amedrontadora em um fundo preto.
Na segunda corrida do ano, disputada no autódromo do Estoril, em Portugal, Ayrton marcou a primeira pole-position na carreira e, debaixo de um temporal, venceu a corrida de ponta a ponta. Ao receber a bandeirada, o brasileiro tirou o pé tão bruscamente do acelerador para comemorar, que o inglês Nigel Mansell, que estava logo atrás, mas com volta de atraso com a Williams, teve de sair da pista para evitar uma batida na traseira do carro do brasileiro. Ayrton venceu ainda o GP da Bélgica em Spa-Francorchamps, também debaixo de chuva.
Senna terminou o campeonato na quarta posição com 38 pontos anotados, marcando seis pódios, sendo duas vitórias, dois segundos lugares e dois terceiros lugares.
O pacote se manteve o mesmo para 1986, porém, a temporada começou polêmica para o piloto brasileiro, que vetou a contratação do inglês Derek Warwick, alegando que a equipe Lotus não tinha como manter dois carros competitivos, para dois pilotos de ponta na temporada. Senna errou ao considerar o inglês um piloto de ponta, como a história veio a provar. Em seu lugar entrou na equipe um playboy aventureiro, o conde escocês Johnny Dumfries, extremamente limitado.
A temporada foi marcada mais uma vez por exibições fantásticas do piloto brasileiro, marcando a maior parte das pole-positions, como em 1985, e vencendo apenas duas provas, mais uma vez em virtude do limitado equipamento que possuía.
Na abertura da temporada, Ayrton chegou em segundo no GP do Brasil, em corrida vencida pelo conterrâneo Nelson Piquet. Uma imagem rara marcou o pódio, onde os dois futuros "inimigos" seguraram juntos a bandeira do Brasil no pódio. Ato que nunca mais se repetiu.
As vitórias de Ayrton nesta temporada foram marcantes. A primeira aconteceu no GP da Espanha, em Jerez, onde após não parar para trocar pneus, herdou a primeira colocação do inglês Nigel Mansell e sua Williams Honda, o melhor carro da época. Nas últimas voltas, o inglês conhecido pela alcunha de Leão, estava alucinado atrás de Ayrton Senna, tentando de todas as formas se aproximar para tentar a ultrapassagem. Na última volta, após entrarem na reta de chegada, o inglês iniciou a manobra de ultrapassagem dando pressão total no turbo e, cruzou a linha de chegada a apenas 0014 milésimos de segundo do brasileiro. Ayrton venceu a prova mais apertada da história da Fórmula 1.
A segunda vitória aconteceu em Detroit nos Estados Unidos. Após o Brasil ser eliminado da Copa do Mundo do México pela França, os técnicos franceses da Renault tiraram muito sarro do brasileiro. Ao vencer a prova nas ruas da capital mundial do automóvel, Ayrton retribuiu a brincadeira pegando de um torcedor uma pequena bandeira do Brasil e fez a volta da vitória com ela em punho. O gesto virou marca do piloto e, em quase todas as demais vitórias o gesto foi repetido. Ayrton Senna aproximava-se desta forma da grande massa de brasileiros, que nem ao menos sabiam que um carro de Fórmula 1 era movido a gasolina, ou seja, o povão comum.
Na Hungria, o brasileiro tentou mais uma vez a tática de não trocar pneus, mais foi superado pelo compatriota Nelson Piquet da Williams Honda. A ultrapassagem que Piquet fez sobre Senna entrou para os anais do esporte como uma das mais belas e difíceis já executadas. Depois de tentar uma vez e não obter sucesso, Piquet veio por fora e ficou com o carro de lado, derrapando nas quatro rodas, como um carro de drift, superando Ayrton se forma sensacional.
Ayrton Senna terminou o campeonato de 1986 na quarta posição, tendo anotado 55 pontos. Ayrton fez neste ano uma temporada mais regular, tendo subido oito vezes ao pódio, sendo duas vitórias, quatro segundos lugares e dois terceiros lugares.

1987 - Team Lotus Honda Camel



Para a temporada de 1987 a Lotus mudou radicalmente o pacote. Saiu a Jhon Player Special como patrocinadora principal e entrou a Camel. O carro preto e dourado agora seria amarelo com detalhes em azul. O motor também era novo e iniciaria a saga de Ayrton Senna ao lado dos japoneses da Honda. Os nipônicos equipariam além da Williams, a Lotus do brasileiro. Para companheiro de equipe foi contratado o até então desconhecido Satoru Nakajima, que se tornaria famoso pelas rodadas e batidas em que se metia constantemente. Bancado pela Honda, o samurai, como ficou conhecido, era extremamente simpático e uma figura querida no circo da Fórmula 1.
O carro não era tão bom de classificação, marcando apenas uma pole-position, porém era mais regular nas corridas. Ayrton venceu duas corridas de rua em seguida. Venceu o GP de Detroit e, iniciou a série de seis vitórias que iria obter em Mônaco. Após vencer a prova nas ruas do principado, Ayrton deu um banho de champanhe na família real no pódio, para vergonha de seu pai, que pasmo assistia a cena pela televisão.
A Lotus não projetou um carro tão bom quanto as Williams, ficando aquém do rendimento esperado para levar Ayrton ao primeiro título mundial. Para complicar, a equipe estava desenvolvendo um sistema de suspensão ativa, quem em 1992 e 1993 iria encantar ao mundo nos carros da Williams Renault. O sistema ainda não era o ideal, prejudicando o desempenho do brasileiro. Mesmo assim Ayrton se manteve na luta pelo título até três etapas do fim, onde após rodar por falha na embreagem da Lotus no GP do México, Ayrton ficou sem chances nas últimas duas etapas que restavam.
Nigel Mansell se feriu em uma acidente na penúltima etapa, durante os treinos para o GP do Japão. Mansell ficaria impossibilitado de disputar o título. Caso Senna chegasse nas duas últimas corridas no mínimo em terceiro lugar em cada, ele seria o vice-campeão daquele ano, atrás do brasileiro Nelson Piquet, em uma inédita dobradinha para o Brasil. Ayrton chegou em segundo nas duas etapas, mais do que suficiente para a conquista do vice-campeonato mundial, porém, foi constatado após a prova da Austrália, a última da temporada, que os dutos de freio da Lotus do brasileiro estavam maiores do que o regulamento permitia. Desta forma, o brasileiro que terminou a corrida como segundo colocado no campeonato, teve a posição cassada e terminou na terceira posição geral do ano.
Ayrton marcou 57 pontos no campeonato, subiu oito vezes ao pódio, sendo duas vitórias, quatro segundo lugares e dois terceiros lugares.



1988 a 1992 - McLaren Honda Marlboro

Após a boa temporada de parceria com os japoneses da Honda na Lotus, Ayrton Senna migrou para a equipe McLaren, que utilizaria os potentes motores da montadora japonesa, um V6 turbo. A temporada foi marcada pelo domínio completo de Ayrton Senna e seu companheiro de equipe Alain Prost, do qual iriam disputar o título até a penúltima etapa no Japão.
A Williams, campeã do ano anterior com Nelson Piquet, perdeu o piloto e os motores Honda, vindo a competir com um raquítico motor Judd, não sendo nem sombra da equipe da temporada de 1987.
A relação entre Nelson Piquet e Ayrton Senna deteriorou-se de vez no início de 1988. Piquet, em entrevista, declarou que o carro da Lotus, para onde ele foi era bom, tinha andando algumas vezes atrás do Ayrton e pode comprovar isso, só que faltava um bom piloto para acertar o carro. Ayrton sentiu o golpe e, indagado pela mídia porque tinha sumido e não estava dando entrevistas neste início de ano, Ayrton devolveu o golpe dizendo que tinha de sumir um pouco para o "outro", que era tricampeão mundial, aparecer um pouco. Tempos mais tarde Piquet retrucou apelando, dizendo que Ayrton Senna era homossexual, sendo posteriormente acionado na justiça pelo rival. Nunca mais os dois pilotos se falaram.
Ayrton venceu oito das dezesseis provas da temporada e, marcou treze pole-positions, sendo as duas marcas recordes absolutos até então. Alain Prost venceu sete provas, tendo a McLaren perdido apenas o GP da Itália, vencido pela Ferrari de Gerhard Berger.
O título, conquistado na última etapa no Japão poderia ter sido mais fácil, caso Ayrton não tivesse perdido duas corridas da qual tinha grande folga na liderança. Em Mônaco, quase um minuto à frente do segundo colocado Alain Prost (que competia com um carro idêntico), o piloto relaxou e bateu no guard rail da entrada do túnel. Na Itália, faltando duas voltas para o final, Senna se complicou no momento em que iria colocar uma volta sobre o francês Jean Louis Schlesser, que substituía a Nigel Mansell (que por problemas de saúde não disputou a etapa). Senna não levou em consideração que Schlesser continuava ao lado dele após a manobra de ultrapassagem e acabou levando um toque na roda traseira, saindo desta forma da corrida.
No GP de Portugal, a aparente relação de amizade entre Senna e Prost começou a dar mostras de intensa rivalidade. Ao ultrapassar o brasileiro na reta Prost foi espremido no muro pelo brasileiro, o que poderia ter causado um grave acidente. Sinais de que as coisas já não andavam boas nos boxes da equipe.
No Japão, bastava Ayrton chegar na frente de Prost para ser campeão. Na largada o motor de Ayrton veio a baixo e o brasileiro deixou o carro descer na reta de Suzuka, que é uma descida, para pegar no tranco. Ayrton fechou a primeira volta na décima nona colocação, enquanto Prost, com um carro igual, sumia na ponta. Senna fez uma corrida fantástica, talvez a melhor da carreira, veio ultrapassando os adversários um a um, que contavam com equipamentos bem inferiores. Rapidamente alcançou a segunda colocação e passou a se aproximar de Prost. Senna o ultrapassou na reta, com o francês devolvendo a espremida no muro que recebeu em Portugal, Senna venceu e conquistou o título de campeão mundial de 1988.
Ayrton Senna, o campeão, marcou 90 pontos e, subiu onze vezes no pódio na temporada de 1988, sendo oito primeiros lugares e três segundos lugares.



Para a temporada de 1989, a rivalidade entre Ayrton Senna e o francês Alain Prost aumentou cada vez mais, chegando ao ponto da ruptura completa no GP de San Marino. Prost propôs um acordo ao brasileiro,  onde, até a primeira curva, quem pulasse na frente teria a preferência na primeira no contorno. Prost largou melhor e ultrapassou ao brasileiro. Para Senna a primeira curva era a Tamburello que é feita de pé embaixo, Ayrton iniciou a manobra de ultrapassagem, superando o rival na curva seguinte. Prost alegou quebra de acordo e começou a guerra pública contra o brasileiro, desestabilizando emocionalmente o companheiro de equipe como tática para vencer o título daquele ano.
A tensão entre os dois pilotos persistiu até o GP do Japão, onde, mais uma vez, os dois pilotos duelariam pelo título. Ao Ayrton apenas a vitória interessava para adiar a decisão para a Austrália, última etapa. Ayrton Senna marcou a pole-position para a prova do Japão, a posição, como nos anos anteriores ficava do lado sujo da pista. Prost largou melhor e tomou a frente de Ayrton, que iniciou um intensa perseguição ao rival. Próximo do final da prova, Ayrton tentou pela primeira vez a manobra de ultrapassagem sobre o francês. Prost jogou o carro acintosamente em cima do brasileiro, bloqueando a sua passagem. Os carros se enroscaram no ponto de menor velocidade do circuito, um "cotovelo" antes da reta principal. Prost abandonou e Ayrton foi empurrado pelos fiscais japoneses para a pista. Com o bico quebrado, Ayrton contornou a volta toda com dificuldade. Após trocar a peça, fundamental para manter o carro na pista, Ayrton deixou os boxes e fez talvez as voltas mais alucinadas da carreira. Ayrton alcançou e ultrapassou o piloto Alessandro Nanini da Benetton faltando duas voltas para o fim. Senna venceu a corrida, mas, capitaneados pelo ex-colaborador dos nazistas na França a época da Segunda Guerra, o então presidente da FISA, o francês  Jean-Marie Balestre, os diretores de prova desclassificaram o brasileiro.
O caso foi o de maior recuperação da história da Fórmula 1 em todos os tempos. A McLaren, que era a equipe de ambos os pilotos defendeu abertamente ao brasileiro, porém, Alain Prost aproveitou para alegar que a equipe dava prioridade ao Ayrton Senna. A situação foi parar nos tribunais e, Ayrton Senna foi condenado a seis anos de suspensão pelo ditador Jean-Marie Balestre, o que foi evitado após um pedido de desculpas públicas do piloto, o que foi feito, não claramente, através de uma carta assinada por Ayrton Senna.
Ayrton Senna terminou o campeonato na segunda posição, marcando 60 pontos, conquistou sete pódios durante a temporada, sendo seis vitórias e um segundo lugar.



Em 1990 Alain Prost deixou a equipe McLaren e seguiu para a Ferrari, em uma despedida fria e nada merecedora da história de seis anos que o francês construiu na equipe, que rendeu três títulos mundiais a ambos. Tal saída foi fruto do último ano conturbado que o piloto teve na equipe.
Para o lugar de Prost foi contratado o austríaco Gerhard Berger, bem menos talentosos que o francês, porém muito mais limpo como pessoa e piloto, sendo o companheiro de equipe que realmente estabeleceu uma relação de amizade com Ayrton Senna.
O ano foi marcado por mais uma disputada entre Senna e Prost, com a Ferrari acreditando que seria campeã com o francês. Em 1990 o GP do Brasil passou a ser disputado em Interlagos, depois de quase uma década em Jacarepaguá no Rio de Janeiro. Ayrton deu palpite nas obras do autódromo paulistano  durante a reforma que o autódromo teve de passar para se adaptar aos padrões da Fórmula 1 da época, recebendo inclusive uma homenagem que ficou para sempre no autódromo paulistano, a curva após a reta principal chamada de S do Senna, pelo desenho do seu traçado. Na corrida que reinaugurou o autódromo, Ayrton marcou a pole position e liderou a maior parte do tempo, mas ao buscar ultrapassar o atrapalhado japonês Satoru Nakajima da Tyrrell, Ayrton acabou batendo com o japonês, quebrando o bico do carro. Em um completo anti-clima, Prost venceu a prova na casa do brasileiro, que após os problemas, se recuperou e chegou em terceiro.
Mais uma vez a temporada terminou no Japão, com fortes repercussões da decisão da temporada anterior ainda presentes. Mais uma vez Ayrton voou baixo nos treinos e marcou a pole-position, que mais uma vez foi posicionada do lado sujo da pista, mesmo com um pré-acordo de correção da posição. Desta vez, caso Senna e Prost não terminassem a prova, o brasileiro seria o campeão por ter vantagem nos pontos. Na largada, Prost aproveitou e saiu melhor, tomando a ponta do brasileiro. A corrida de ambos duraria apenas até a primeira curva. Prost tomou a tangência para contornar a curva e Ayrton não desacelerou o carro que já estava em alta velocidade, atingido o francês na roda traseira. Os dois abandonaram e Ayrton Senna se tornou bicampeão mundial. Prost como de costume gritou para todos os lados para impugnar a conquista de Ayrton, mas desta vez não obteria sucesso.
Ayrton Senna terminou o ano como campeão, tendo marcado 78 pontos, tendo subido ao pódio em onze etapas, sendo seis primeiros lugares, dois segundos lugares e três terceiros lugares.
Na temporada de 1991 a Honda desenvolveu um motor V12, vindo a conquistar o título com o piloto brasileiro, o único a vencer o título com o potente motor, que tinha alto consumo de gasolina.
Finalmente nesta temporada Ayrton conseguiu vencer o GP do Brasil, mas quase que a vitória escapou. Senna mais uma vez fez a pole-position para a prova, em um ano em que a Ferrari não seria párea para os carros da equipe inglesa. Desta vez o rival seria o inglês Nigel Mansell, competindo com a Williams, equipada com o competente motor Renault V10. Senna liderava a prova com boa vantagem para o piloto inglês, porém, pouco a pouco as marchas foram quebrando, deixando o carro extremamente difícil para o piloto brasileiro se manter na disputa. Mansell rodou no S do Senna e abandonou. No caminho para os boxes o inglês foi aplaudido pela torcida brasileira. Próximo do final, Ayrton ficou apenas com a sexta marcha, tornando a condução altamente sacrificante. A chuva, eterna aliada do brasileiro começou a cair no autódromo, o que motivou ao piloto brasileiro, que estava exausto com o esforço físico, a pedir a antecipação do final da prova, apontando desesperadamente para o céu. A chuva era insuficiente para terminar a corrida, e Senna já começava a entrar na mira do segundo piloto da Williams, o italiano Ricardo Patrese. Com a chuva, o italiano sem ter conhecimento dos problemas de Senna levantou o pé para assegurar a segunda colocação. Senna se manteve na pista de forma inacreditável e venceu a corrida. O áudio da equipe McLaren foi captado pela televisão, Senna gritava e chorava, repetindo constantemente que não acreditava na vitória, palavras repetidas mais tarde pelo diretor da equipe Ron Dennis. Na reta oposta Senna deixou o carro apagar e, literalmente apagou junto, necessitando de atendimento médico para conseguir subir ao pódio, que teve de esperar a recuperação do piloto. Ayrton quase não conseguiu levantar o troféu, pois os braços sofriam com câimbras terríveis.
O título foi confirmado mais uma vez no GP do Japão, onde o rival Nigel Mansell precisava vencer a corrida de qualquer forma para forçar a decisão para a última etapa na Austrália. Como Mansell precisava vencer, independente da posição de Ayrton na corrida, o brasileiro fez uma tática com o companheiro Gerhard Berger que foi perfeita. Senna deixou Berger pular na frente na largada e, ficou na segunda posição, segurando o inglês na terceira colocação. Senna andava em um ritmo muito mais lento de propósito, enquanto Berger abria boa vantagem na primeira colocação, levando consigo as chances do inglês em ser campeão. Mansell desesperado andava colado no vácuo de Ayrton e, na nona volta, após descerem a reta principal, o inglês se aproximou muito e perdeu o controle do carro, saindo da pista e atolando na brita. Ayrton Senna se tornou tricampeão com o abandono de Mansell. O que se viu depois foi mais um show do brasileiro, que passou a acelerar e alcançou o companheiro Berger, que não ofereceu resistência ao Ayrton. No contorno da última curva, por sugestão de Ron Dennis, Senna deixou Berger passar e vencer a primeira prova pela McLaren em dois anos. Apesar de receber a vitória, Berger não gostou do ato do brasileiro, alegando anos mais tarde no seu livro que teve vontade de dar um soco em Ayrton, pois se sentiu humilhado com a forma que Ayrton o deu passagem. Segundo o austríaco, a inversão poderia ser durante a prova, em uma suposta ultrapassagem dele sobre o brasileiro.
Ayrton Senna terminou o ano como campeão, marcando 96 pontos, tendo subido doze vezes ao pódio, sendo sete primeiros lugares, três segundos lugares e dois terceiros lugares.



Em 1992 a equipe McLaren foi superada pelo melhor desenvolvimento do chassis da Williams, que, além de contar com o rápido motor Renault V10, mais econômico que o V12 Honda da McLaren, também dispunha de um bólido com a vanguarda da eletrônica embarcada. O desnível de equipamento era latente e, logo nos testes, ficou claro que Ayrton Senna teria um ano difícil, no qual poderia ter a chance de conquistar apenas vitórias esporádicas.
A grande vitoria de Ayrton Senna nesta temporada se deu no principado de Mônaco, onde, Nigel Mansell da poderosa Williams liderava a corrida com ampla vantagem. Próximo do final o inglês teve de parar nos boxes para trocar um pneu que havia furado. Ayrton Senna ultrapassou o rival, que nas cinco voltas finais iniciou uma perseguição implacável ao brasileiro. Ayrton usou de todo talento que tinha, além de contar com a maior dificuldade em se ultrapassar na pista do principado para segurar o leão e vencer o GP pela quinta vez, igualando o feito do inglês Graham Hill. Ayrton ainda venceu os GPs da Hungria e da Itália.
Ainda no final de 1992, o piloto testou um carro de Fórmula Indy da equipe Penske, a convite de Emerson Fittipladi, na pequena pista de Firebird, nos Estados Unidos. O piloto, desiludido com a falta de competitividade de seu carro, além da preferência da Renault em colocar Alain Prost na Williams, começava a cogitar a possibilidade de mudar de categoria.
Ayrton Senna terminou o ano na modesta quarta colocação, marcando 50 pontos, tendo subido sete vezes ao pódio, sendo três primeiros lugares, um segundo lugar e três terceiros lugares.

1993 - McLaren Marlboro - Ford



Ao final de 1992 Ayrton Senna ainda não tinha firmado contrato para competir na temporada seguinte pela equipe McLaren, como também com nenhuma outra. As perspectivas ruins de Senna residiam na perda dos motores Honda pelo time inglês. Os japoneses se retiraram da categoria após um ano ruim, onde venceram apenas 5 das 16 etapas, sendo três com Ayrton e duas com o austríaco Gerhard Berger. Ron Dennis, diretor da equipe McLaren, ainda tentou em vão conseguir uma parceria com a Renault, mas acabou encontrando apenas uma versão do motor Ford V8 para clientes. Tal versão possuía pelo menos 100 cavalos a menos do que a equipe Benetton, que era o time de fábrica da montadora estadunidense.
Ron Dennis, embasado nos resultados dos testes que mostravam que a McLaren tinha construído um carro que tinha um dos chassis mais eficientes do grid, que contava inclusive com suspensão ativa, desta vez eficiente e com boa eletrônica embarcada, convenceu Senna a assinar para a primeira corrida da temporada, o GP da África do Sul. A intenção do brasileiro era sentir como estaria a equipe no início da temporada, para ver se depois seria interessante participar do campeonato todo.
Ayrton Senna terminou na segunda colocação na abertura da temporada e, resolveu continuar a assinar a cada corrida com a equipe, recebendo um milhão de dólares por prova disputada. Senna constatou que o carro tinha bom potencial, ainda assim insuficiente para vencer a Williams Renault.
Ayrton chegou a liderar este início de campeonato, após vencer no Brasil, Europa e Mônaco. No meio do ano o piloto já tinha assinado pelo resto da temporada com a McLaren e, a Ford passou a fornecer motores com cavalaria equivalente à Benetton de Michael Schumacher.
A vitória de Ayrton Senna no Brasil foi facilitada pela chuva, que tirou da corrida o favorito Alain Prost da Williams. Senna ultrapassou o inglês Damon Hill, da mesma equipe e venceu a prova. Como em 1991, Senna não concluiu a volta da vitória. A torcida invadiu a pista para comemorar a vitoria e, Ayrton Senna parou, mais uma vez na reta oposta para evitar um acidente. Senna saiu do carro, escoltado por policiais e seguranças e, no meio do povo brasileiro, ergueu os dois braços e foi saudado por toda a nação, em uma imagem única na história da Fórmula 1. No pódio Senna recebeu o troféu do pentacampeão mundial Juan Manuel Fangio, argentino do qual Ayrton era fã declarado.
No GP da Europa, que foi disputado no circuito de Domington Park na Inglaterra, o brasileiro deu um show de pilotagem. Ayrton Senna havia marcado apenas o quarto melhor tempo nos treinos. Antes da prova a chuva começou a cair forte, deixando a corrida ao gosto do brasileiro. Na largada Senna perdeu a quarta posição para Michael Schumacher, mas alguns metros a frente a recuperou, iniciando uma corrida fantástica. Um a um o brasileiro ultrapassou a todos os adversários, alcançando a primeira posição ainda na primeira volta da corrida. Um show, que o brasileiro eternizou no circuito inglês, o mesmo que, dez anos antes, Ayrton andou em um carro de Fórmula 1 pela primeira vez. Durante a prova, Senna foi o piloto que menos vezes parou para trocar os pneus, vencendo com ampla vantagem. Um fato curioso é que Ayrton percebeu que indo pelos boxes o circuito ficaria mais curto, e seria fácil marcar a volta mais rápida da corrida. Em uma época em que a velocidade dos carros na área dos pits não era limitada, Senna entrou e passou acelerando fundo, comprovando assim sua tese, ao marcar a volta mais rápida da corrida. Domington Park homenageou e eternizou o piloto brasileiro com uma estátua em sua homenagem no circuito.
Em Mônaco Senna venceu pela sexta vez no principado, batendo definitivamente o recorde de Graham Hill, sendo até hoje o maior vencedor do GP.
Senna ainda venceria os GPs do Japão e da Austrália, os dois últimos da temporada. Na vitória no Japão, Ayrton ainda protagonizou um episódio pitoresco ao acertar um murro na cara do piloto irlandês Eddie Irvine da Jordan, que fazia a sua estréia. Durante a prova Ayrton chegou para colocar uma volta de vantagem no piloto, Irvine endureceu e dificultou a ultrapassagem do brasileiro, segurando Senna por algumas voltas. Ao final da prova Senna foi tirar satisfações com o piloto, que alegou que Senna era mais lento do que ele. Senna ficou irritado, pois como era mais lento se estava para lhe colocar uma volta de vantagem e era o líder da corrida. Irvine lhe deu as costas e na sequência apanhou do brasileiro. O detalhe interessante é que Irvine era até então fã de Ayrton, tendo inclusive usado um capacete que era igual ao do brasileiro, no desenho e cores. Irvine foi proibido de continuar a usar a pintura, por conta dela ser a identidade visual do piloto brasileiro, talvez este fato, somado com o gosto infantil de desafiar o ídolo que Irvine sentiu na corrida, motivou o episódio.
Na última prova do ano, já de contrato assinado com a Williams Renault para a temporada de 1994, Senna venceu o GP da Austrália, dando naquele momento, o maior número de vitórias na Fórmula 1 para a McLaren, uma a mais que a Ferrari. Na festa de encerramento teve show da cantora Tina Turner. Senna subiu ao palco e a cantora se derramou em elogios ao brasileiro, dizendo que era sua fã e que ele era o melhor. Tina Turner então cantou a música Simply the Best em homenagem ao brasileiro. Observado por um certo Michael Schumacher, solenemente ignorado pela cantora.
Ayrton Senna saudou o campeão da temporada, o francês Alain Prost, em uma clara reaproximação entre os dois grandes pilotos.
Ayrton Senna terminou o ano na segunda posição com 73 pontos, tendo subido sete vezes ao pódio, sendo cinco primeiros lugares e dois segundos lugares.

1994 - Rothmans Williams Renault



Em 1994 finalmente a Fórmula iria presenciar o casamento entre o que já era tido como o maior piloto do circo da velocidade com o melhor carro que já competiu. O tetracampeonato de Ayrton Senna era tido como certo não só pela mídia brasileira, assim como por toda mídia mundial. A FIA deu uma rasteira nas expectativas de Ayrton com relação ao novo carro, ao banir praticamente toda a eletrônica embarcada, que tornava os carros mais fáceis de pilotar e menos propensos a acidentes. A Williams, sem os equipamentos eletrônicos que tinha feito dela imbatível nos dois últimos anos, enfrentaria problemas de estabilidade com o novo equipamento. O parceiro de equipe de Ayrton seria o inofensivo inglês Damon Hill, vencedor de três provas no ano anterior.
Logo nos primeiros testes, Ayrton percebeu que não teria vida fácil na outrora supercampeã Williams. O carro necessitava de desenvolvimento, além do que enfrentaria a concorrência da Benetton Ford de Michael  Schumacher. A equipe da grife de roupas concentrava todos os esforços apenas no carro do alemão, fazendo dos vários segundos pilotos que passaram pela equipe durante o ano apenas pilotos de testes de luxo. A Benetton, comandada por Flávio Briatore, uma raposa nata, tinha diversos itens irregulares em seu bólido, fazendo com que obtivesse vantagem durante as corridas. Mesmo assim Ayrton Senna demonstrava habilidade fora do comum ao marcar três poles nas três corridas da qual participou na temporada.
Ayrton dizia que o carro da Williams ficaria bom lá pelo meio do campeonato. O brasileiro acertou nas previsões, pois o carro passou a andar rápido com o inglês Damon Hill, que no final do ano perdeu o campeonato para Michael Schumacher por apenas um ponto de diferença.
Na abertura da temporada no Brasil, Ayrton Senna saiu na frente, mesmo guiando um carro instável. Senna tinha Michael Schumacher em seu encalço. Senna acabou perdendo a posição após a primeira parada para reabastecer, novidade introduzida com o pacotão de novas regras da FIA. Como se averiguou mais tarde, a parada de Schumacher foi mais rápida devido a um filtro de reabastecimento obrigatório que a Benetton tinha retirado, diminuindo o tempo da parada e devolvendo o alemão à frende do brasileiro na pista. Schumacher abriu boa vantagem para Senna, que buscando recuperar o tempo perdido acabou rodando com o câmbio travado na subida anterior à reta. A torcida começou a abandonar o autódromo após a saída de Senna.
Nesta corrida Ayrton narrou uma volta nos treinos para a televisão brasileira enquanto guiava, mostrando na instabilidade da voz, a dificuldade de guiar um Fórmula 1.
A etapa seguinte foi em Aida no Japão, por ocasião do GP do Pacífico. Ayrton Senna mais uma vez conseguiu marcar a pole no travado circuito japonês. Na largada Ayrton foi tocado pela McLaren do filandês Mika Hakkinen e, assim que saiu da pista foi atingido por uma Ferrari, abandonando a corrida.
A terceira etapa do campeonato foi o GP de San Marino, disputado no autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola na Itália. No primeiro circuito de alta velocidade do calendário, os carros ariscos começaram a dar mostras dos perigos que os pilotos corriam. O brasileiro Rubens Barrichello da Jordan, decolou após passar por uma zebra, capotando e sendo encaminhado desacordado para o hospital do autódromo, tendo apenas uma luxação em um dos braços. Ayrton Senna, preocupado com o conterrâneo, pulou o muro da enfermaria do circuito e conversou com o jovem piloto. Ao sair Ayrton deu sua última entrevista na carreira, respondendo para a televisão brasileira que o piloto estava bem, apesar de assustado com o choque.
No sábado, a Simtek do austríaco Roland Ratzenberger perdeu o controle após um aerofólio se soltar, vindo a bater forte em um dos desprotegidos muros do autódromo e faleceu. Foi a primeira morte em um evento da Fórmula desde 1982. Ayrton Senna foi até o local conversar com médicos e fiscais sobre o ocorrido. Mais tarde o brasileiro foi chamado à torre de controle e repreendido por suas atitudes nos dois acidentes anteriores.
Vivivelmente tenso antes da largada no domingo, Senna não esboçava expressão, apenas um rosto fechado e chateado com os últimos acontecimentos. Na largada, a Benetton do finalndês J.J. Lehto ficou parada no grid, sendo atingida em cheio pela Lotus do português Pedro Lamy. Um pneu voou na arquibancada, ferindo gravemente alguns torcedores. O safety-car foi acionado pela primeira vez em uma corrida com pista seca na Fórmula 1. O carro era lento quando comparado aos bólidos da categoria, por isso não mantinha um ritmo ideal para manter os pneus dos F1 aquecidos, o que irritou a Ayrton Senna, que várias vezes "encostava" ou ficava ao lado do carro em protesto.
Na relargada Ayrton manteve a primeira posição e, deu na sexta volta a sua última completa na carreira. Após abrir a sétima volta, Senna perdeu o controle da Williams no contorno da veloz curva Tamburello, vindo a bater violentamente contra o muro, que não possuía nem ao menos uma única barreira de pneus, encerrando ali a sua vida.
Investigações posteriores constaram que o braço da direção da Williams se partiu, deixando Senna em uma carro desgovernado. A batida em si não mataria o piloto brasileiro segundo se acredita. A morte se deveu a um braço da suspensão do carro de Ayrton que perfurou o capacete do piloto na altura do supercílio, furando o crânio de Ayrton.
O piloto foi levado de helicóptero ao hospital Maggiore de Bolonha, onde a morte foi oficializada, para a corrida não ser interrompida. Segundo Sid  Watkins, neurocirurgião e médico da FIA a época do acidente, o piloto morreu na hora da batida, sem chances de sobreviver.
Após muita investigação, ninguém foi culpado, sendo o acidente considerado apenas um incidente de corrida, do qual, nem administração do autódromo, equipe ou a própria Fórmula 1, tivessem alguma culpa confirmada.
Antes da prova, de dentro de sua Williams, quando o áudio do piloto foi aberto enquanto estava na pista para a TV francesa, Ayrton mandou uma mensagem para Alain Prost, seu maior rival, que estava trabalhando como comentarista - "Eu gostaria de enviar um alô especial para o meu amigo Alain, eu sinto a sua falta".
A temporada de 1994 foi a única em que Ayrton Senna não pontuou, não tendo terminado portanto nenhuma corrida.

Surge o Mito


Após a morte de Senna, a Fórmula 1 passou a adotar medidas mais amplas com relação à segurança dos carros, e mais nenhum piloto da categoria veio a falecer em um acidente, apesar de termos presenciado nos últimos anos muitas batidas realmente fortes, tanto quanto os demais que foram fatais em 1994.
Ayrton Senna deixou plantada antes de morrer a semente do Instituto Ayrton Senna, na qual a preocupação com um Brasil melhor, por parte do piloto, seria transformada em ações concretas em projetos beneficentes e educativos. Senna lançou em 1994 a revista em quadrinhos Senninha, da qual a renda obtida seria destinada para projetos educacionais. A irmã Viviane Senna deu sequência ao ideal do irmão após sua partida, fundando o Instituto Ayrton Senna e, participando tanto em ações governamentais, como em ações próprias, ajudando a pavimentar o caminho de um Brasil melhor, principalmente através da educação. Estimativas apontam que o instituto já ajudou cerca de 13 milhões de crianças em todo o Brasil.
O instituo obtém recursos através da venda de produtos relacionados com a imagem do ídolo, como também do personagem Senninha, como doações, principalmente no exterior. Alain Prost é um dos principais colaboradores do Instituto Ayrton Senna.
Após a morte de Ayrton, vieram a tona doações e equipamentos que o piloto comprava para hospitais, tudo no mais absoluto sigilo, reforçando ainda mais os laços entre o piloto e o povo brasileiro.
Hoje Ayrton sobrevive como um mito, tido e havido como o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. Da manutenção de sua imagem dependem milhares de crianças que buscam um futuro melhor no Brasil.
Obrigado Ayrton, de todo o coração.
Daniel Gimenes

Números impressionantes da carreira do tricampeão

Campeão da Fórmula 1 em 1988, 1990 e 1991
Vice-campeão em 1989 e 1993
Vitórias: 41
Pole-positions: 65
Pontos: 614
Corridas disputadas: 161
Corridas finalizadas: 105
Pódios: 80
Voltas na liderança: 2987
Quilômetros na liderança: 13676
Total de voltas percorridas: 8219
Total de quilômetros percorridos em corridas: 37.934
Largadas da primeira fila: 87
Vitórias com pole position: 29
Vitórias de ponta a ponta: 19
Voltas mais rápida: 19
Máximo de poles conquistas em uma só temporada: 13 de 16 em 1988 e 1989
Pole-positions consecutivas: 8, entre os GPs da Espanha de 1988 e do Brasil de 1989.

Um comentário:

  1. que saudades sinto desse cara que saudades era a alegria do brasil senpre os fins de semana de formula 1 eram especiais pois sabiamos senna iria vencer e o brasil ir la no alto que saudades senna do brasil

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