09/04/2009 - 13h30
Adriane Galisteu revela como superou a morte de Senna
e entes queridos
Folha Online
Lidar com a morte de pessoas
importantes na nossa vida é doloroso, angustiante e emocionalmente desgastante.
Nestes momentos, é importante se apegar ao sentimento de fé e seguir em frente.
Obra mostra como famosos superaram momentos difícieis
"Acho que no caso de uma
perda, você tem que sofrer tudo que precisa e ser humilde no sentido de
reconhecer que precisa de ajuda", afirma Adriane Galisteu.
A apresentadora enfrentou a
morte de três pessoas importantes em sua vida: do namorado, o piloto Ayrton
Senna da Silva, do pai, Alberto, e do irmão, Roberto.
Ayrton Senna e Adriane Galisteu
No livro "A Força da Fé" (Panda
Books) e à venda na
Livraria da Folha, Galisteu revela como superou estes momentos e fala como
lida com a fé.
A obra, escrita pela
jornalista Iva Oliveira, traz, ainda, o relato de outros famosos, como Ivete
Sangalo, Ana Maria Braga, Daniel e Carlos Alberto de Nóbrega.
Confira abaixo o trecho
extraído de "A
Força da Fé" com o relato de Galisteu.
*
Adriane Galisteu
"Passei por muitos
momentos difíceis na vida, principalmente nos casos de morte de pessoas tão
queridas como o Ayrton (Senna), meu pai (Alberto, que morreu aos 54 anos, de
infarto) e meu irmão (Roberto, que faleceu aos 28 anos, portador de HIV). A
gente está preparado para tudo na vida, menos para a morte. É uma dor muito
profunda que não passa nunca. Eu enfrentei esses momentos primeiro vivendo o
luto - que serve também para a perda de um amor - e sempre reverenciando essas
pessoas. Quando dou um autógrafo, por exemplo, coloco sempre três estrelas, que
significam justamente meu pai, meu irmão e o Ayrton. Eles são os três homens da
minha vida e acredito que estão sempre me protegendo.
Acho que no caso de uma
perda, você tem que sofrer tudo que precisa e ser humilde no sentido de
reconhecer que precisa de ajuda. Aí vale tudo: terapia, família, amigos...Mas o
importante é reconhecer a dor.
Minha família passou por
muitas dificuldades financeiras na época em que me pai ficou doente. E eu só
tinha 15 anos. Ele tinha problemas com álcool e foi muito difícil pra gente.
Mas enfrentamos tudo com muita dignidade.
Depois de tanto sofrimento e
de tantas mortes, decidi que deveria fazer um pacto com a vida e aproveitar as
oportunidades que me oferecessem. Porque as oportunidades aparecem para todas
as pessoas, só que algumas ficam com medo. Eu me permito chorar, sofrer, porém
tenho sempre um objetivo maior, que é ser feliz. Não abro mão disso: de ser
feliz, custe o que custar.
Temos que administrar os
mistérios da vida e reconhecer que somos muito pequenos, muito impotentes
diante de uma força maior.
Minha relação com a religião
é uma mistura muito grande porque fui batizada na Igreja Cristã Reformada,
minha avó materna (Agnes Korcsög) era católica e me levava à missa todo domingo
e passei minha infância na Igreja Metodista. Além disso, converso muito com uma
monja budista e tenho vários amuletos. Na cabeceira da minha cama há imagens
Santo Expedito e São Jorge, um guia espiritual que ganhei na primeira vez que
fui ao Gantois (em Salvador, na Bahia) e um budista.
Acho que o mais importante é
você ter fé. Não há necessidade de seguir uma religião específica e, sim,
conversar com Deus, agradecer, acreditar na vida. Eu converso todos os dias com
Ele e rezo também. Quando acordo, faço o sinal-da-cruz. Não costumo ir com
freqüência a igrejas, mas, quando viajo e vejo uma, entro para fazer minhas
orações. Também gosto muito da Igreja São José, no bairro do Itaim, em São
Paulo. Eu sempre peço tranqüilidade, paz, sabedoria e saúde, porque essas
coisas não dependem da gente, não podemos controlar.
Acredito que temos uma missão
na Terra e devemos viver com dignidade, sabedoria e procurando a felicidade.
Sempre acreditei que vale tudo para ser feliz, desde que você não traia os seus
princípios e não fira ninguém. E quando você acredita na vida, tem fé, tudo
fica mais fácil."
A Força da Fé - 30 Celebridades Revelam Histórias de Superações nos Momentos Mais Difíceis da Vida
Autora: Iva Oliveira
Editora: Panda Books
Páginas: 140
Editora: Panda Books
Páginas: 140
FONTE
FOLHA ONLINE
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