sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Galvão Bueno Tenta Convencer Senna a ir Para a Escuderia Ferrari

Trecho extraído do livro “Ayrton, o herói revelado”:

Senna e Galvão eram grandes amigos

Foi Galvão Bueno quem atendeu ao telefone na casa de Senna no Algarve (Portugal), em setembro (de 1993), dias depois do Grande Prêmio da Itália.

Do outro lado da linha, Flavio Briatore, diretor da Benetton, em desespero:

- Não deixe Senna assinar contrato sem antes falar comigo! Galvão respondeu que não sabia como Ayrton poderia ser localizado.

Briatore insistiu:

- Mas eu sei que ele está aqui em Londres...

- Mas eu não sei onde ele está.

- Como você, um amigo dele, hospedado na casa dele, não sabe onde ele está?

- Não sei mesmo. Só sei que ele ia pegar o avião e voltaria à noite. Na véspera, a decisão sobre o futuro de Senna na Fórmula 1 fora o assunto predominante no jantar em que estavam Ayrton, Adriane Galisteu, Galvão e a mulher Lúcia.

Galvão e sua mulher jantavam com Ayrton e Adriane na mansão do Algarve em Portugal quando o assunto Ferrari surgiu


Galvão tinha uma posição, repetida com impaciência:

- Cara, vai para a Ferrari! É o sonho da sua vida. E os caras estão loucos para ter você lá!

- Mas o carro é uma bosta!

- Eu sei que é. Mas faz um contrato de três anos. Na coletiva de imprensa você promete que, no primeiro ano, remonta a equipe, no segundo, consegue algumas vitórias e, no terceiro, é campeão. Vai que acontece de você ser campeão no segundo ano. Hein? Sabe o que acontece? Você vira Deus!

Ayrton parou, pensou e revelou onde estaria no dia seguinte:

- Você está inteiramente certo em tudo o que está falando, mas tem uma coisa: eu já estou há dois anos sem ganhar. Não tenho o direito de passar mais um ano sem ser campeão.

Vou para a Williams, ganho dois campeonatos e aí vou para a Ferrari pra ser o maior de todos...


Era exatamente o que Ayrton estava fazendo naquele momento: assinando com a Williams. Tarde demais para Briatore, cujos carros dariam a Michael Schumacher os dois títulos que Ayrton estava planejando conquistar na Williams. O mesmo Schumacher que, na Ferrari, realizaria o plano de Senna de ser "o maior de todos".

Ilustração de Senna correndo pela equipe de F1 Ferrari




FONTE PESQUISADA

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

Um comentário:

  1. seria muito bom poder ver o Ayrton guiando uma ferrari e encerrando a carreira na maior escuderia da F1. Pena que o destino não deixou isso acontecer...

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