Nuno Cobra em entrevista a rádio Jovem Pan no último 24/08
Foto: Johnny Drum/Jovem Pan
O comentarista da SporTV, Sérgio Xavier Filho, descreveu bem Nuno Cobra na maneira de ser e tratar as pessoas:
"Nuno Cobra passou a vida tocando nos outros. Abraços demorados, por exemplo. Antes de condená-lo ou absolvê-lo, sugiro mais calma." -
Nuno Cobra ficou conhecido
por ter sido o preparador físico de Ayrton Senna
Gabriela Moreira, blogueira
do ESPN.com.br
Publicado em 04/09/2017, 16:30
Atualizado em 04/09/2017, 16:37
Publicado em 04/09/2017, 16:30
Atualizado em 04/09/2017, 16:37
Famoso e consagrado por ter
sido o preparador físico de Ayrton Senna, Nuno Cobra, de 79 anos, está sendo
acusado pelo crime de violação sexual contra uma mulher durante um voo de
Curitiba para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Na semana
passada, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação do preparador
físico. O processo é de 2015 e corre em segredo de justiça na 3ª Vara
Federal de São Paulo. Os advogados de Cobra negam a acusação.
Segundo relato da vítima e de
testemunhas, o preparador físico "sentou-se ao lado da mulher e
começou a conversar com ela, dizendo que trabalhava com o corpo e manipulação
de energias. Porém, durante a decolagem, passou a tocar os seios e pernas da
mulher várias vezes. Enquanto tocava a passageira, o homem dizia que o formato
do corpo da vítima lhe despertava pontos energéticos que não sentia havia muito
tempo", narra o MPF sem divulgar os nomes dos envolvidos.
De acordo com o MPF,
"ficou demonstrado que o agressor sentou-se ao lado da vítima e
passou a agir de uma forma e numa posição que dificultava que outros
passageiros percebessem o ato. Além da dissimulação, o acusado aproveitou-se da
vítima estar em local fechado e durante a decolagem do avião, impedindo-a de
abandonar o assento, surpreendendo-a e dificultando uma eventual reação para
que ela se livrasse das investidas do acusado."
Ainda de acordo com os
relatos, a mulher só teria conseguido se desvencilhar do agressor quando a
aeronave estabilizou após a decolagem. Foi quando ela pôde se levantar e
procurou a ajuda dos comissários de bordo. Ao chegar em Congonhas, ela prestou
depoimento na Polícia Federal.
Defesa afirma inocência
O advogado Sergei Cobra, que
defende o preparador físico, disse que seu cliente é inocente e nada ficou
provado nos autos.
"A acusação não foi
provada. Foi um mal entendido e ele será inocentado", disse o advogado ao
blog.
Pedido de condenação
Todos já foram ouvidos no
processo e o veredito deve ser divulgado nos próximos dias. A procuradora
Ana Carolina Previtalli Nascimento pediu a condenação do acusado pelo crime 215
do Código Penal que enquadra os casos de "estupro ou ato libidinoso cometido
mediante fraude ou meio que impeça ou dificulte a defesa da vítima".
De acordo com o MPF, a vítima
"não conseguiu gritar, nem pedir auxílio imediatamente pois viu-se
paralisada e surpresa com a agressão repentina, reação bastante comum em
agressões sexuais".
A procuradora ainda lembrou
casos recentes de atos libidinosos cometidos em transporte público e criticou a
forma como a lei vem sendo interpretada.
“O crime do artigo 215
protege as vítimas não somente nos casos de `fraude´, quando a mulher é
enganada pelo agressor de alguma maneira, mas também nas vezes em que o
agressor se utiliza de meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da
vontade da vítima, impedindo-a de reagir ou dificultando a sua reação. Todavia,
infelizmente, vem sendo aplicado de forma muito restrita pelos operadores do
direito, o que precisa ser revisto. Os casos frequentes de agressões em
transportes coletivos demonstram que os agressores sabem que as vítimas estão
vulneráveis, muito embora em situação de aparente segurança porque pode haver
outras pessoas próximas. Os agressores aproveitam-se do fato de muitas vezes a
mulher estar distraída e surpreendem a vítima, que fica paralisada pelo susto
ou demora para entender o que ocorre a tempo de esboçar uma reação”, afirmou.
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Rádio Jovem Pan, 05/09/2017
O Ministério Público de São
Paulo pediu a condenação de Nuno Cobra, preparador físico de Ayrton Senna, por
assediar sexualmente uma mulher durante um voo de Curitiba para Congonhas, São
Paulo, em 2015.
Segundo o relato da vítima e
de testemunhas, o agressor se sentou ao lado da mulher no avião e começou a
conversar com ela, dizendo que trabalhava com o corpo e manipulação de
energias. De acordo com a investigação do Ministério Público, durante a decolagem,
o agressor “passou a tocar os seios e pernas da mulher várias vezes”.
O homem foi denunciado com
base no artigo 215 do Código Penal.
Segundo a procuradora da
República Ana Carolina Previtalli, Nuno Cobra foi enquadrado no artigo 215 do
Código Penal que se aplica em situações de violação à liberdade sexual
cometidos em transportes coletivos.
“Esse crime ele vem sendo
mais utilizado nas hipóteses de fraude, que seria quando a pessoa pratica ato
libidinoso mediante fraude, caso típico de médico que engana paciente, enquanto
a examina pratica ato libidinoso. Essa é a forma mais comum”, explicou.
No pedido de condenação, o
Ministério Público sustentou que a vítima não conseguiu gritar, nem pedir
auxílio, pois ficou paralisada e surpresa, reação considerada bastante comum em
agressões sexuais.
O artigo 215 prevê pena de
dois a seis anos de prisão. As investigações estão concluídas e a Justiça agora
aguarda um veredito da juíza responsável.
O advogado de Nuno Cobra,
procurado pela reportagem, preferiu não se manifestar devido ao caso estar
mantido sob segredo de justiça.
*Informações do repórter
Felipe Palma
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FONTES PESQUISADAS
MOREIRA, Gabriela. Ministério Público pede
a condenação de ex-preparador de Ayrton Senna por violação sexual durante voo. Disponível
em: <http://espn.uol.com.br/post/724390_ministerio-publico-pede-a-condenacao-de-ex-preparador-de-ayrton-senna-por-violacao-sexual-durante-voo>.
Acesso em: 05 de setembro 2017.
PALMA, Felipe. MP-SP pede condenação de
Nuno Cobra, preparador físico de Senna, por assédio sexual. Disponível em: <http://jovempan.uol.com.br/programas/jornal-da-manha/mp-sp-pede-condenacao-de-nuno-cobra-preparador-fisico-de-senna-por-assedio-sexual.html>.
Acesso em: 05 de setembro 2017.
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