quinta-feira, 29 de agosto de 2013

F1 Temporada de 1994 - A Morte de Ayrton Senna



O ano de 1994 foi marcado pelo acidente fatal de Ayrton Senna no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola. O automobilismo perdia um dos maiores pilotos da história.

EXIBIÇÃO
27/03/1994 a 13/11/1994

A Rede Globo transmitiu com exclusividade todas as provas do mundial, que começou com o Grande Prêmio do Brasil. Nesse ano, novas regras foram instituídas para tornar a disputa mais competitiva. Na tentativa de estabelecer equilíbrio entre as equipes, a Federação Internacional Automobilística, a FIA, aboliu dos carros inovações tecnológicas como suspensões ativas, freios ABS, controle de tração, aceleradores e os câmbios automáticos.
Uma das novidades da Fórmula 1 foi a volta do reabastecimento dos carros durante a corrida. Por causa disso, para evitar o risco de acidentes, foi necessário utilizar nos boxes câmeras que corriam sobre trilhos energizados e que não liberavam qualquer tipo de fagulha. O cinegrafista que operava essa câmera precisava utilizar roupas especiais à prova de fogo.

Senna vai para a Williams

Depois de quase 10 anos (na McLaren?), Ayrton Senna assinou contrato com a equipe Williams. Por causa disso, Alain Prost, seu principal rival nas pistas, parou de competir. Prost era campeão mundial na época, mas não admitiu correr na mesma equipe de Senna. 

O acidente que chocou o mundo

O ano de 1994 foi de tristeza para o automobilismo nacional e mundial. No dia 1º de maio, no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, Ayrton Senna sofreu um acidente fatal na sétima volta da corrida, na curva Tamburello. A Rede Globo transmitiu toda a cobertura da morte e do sepultamento do piloto nos seus programas, com destaque para o Fantástico e o Esporte Espetacular. Enquanto mostrou seu talento nas pistas, de 1984 a 1994, Ayrton Senna manteve tamanha empatia com o povo, que o país parava para assistir às suas manobras e se emocionar com suas vitórias. Os brasileiros souberam da morte de Ayrton Senna ao vivo, exatamente em um domingo de corrida, quando o piloto brigava volta a volta pela vitória. Nesse dia, o automobilismo perdia um de seus maiores pilotos, e o Brasil, um ídolo. 
O jornalista Ciro José recorda que a equipe de engenharia da Globo montou toda a estrutura para a cobertura do acidente em tempo recorde. “Quando aconteceu o acidente, percebemos que era muito grave. Nós fomos buscar gente na RAI para ajudar porque precisaríamos estar preparados. Tratamos de arrumar helicóptero, up-link em frente do hospital para onde ele seria removido e ficamos em contato com o pessoal que estava transmitindo a corrida. Então montamos todo o esquema imediatamente, com essas facilidades. Dentro de um período razoável, conseguimos colocar o up-link(talvez seja legal explicar o que é) na porta do hospital, que deu chance para que nós entrássemos com o nosso equipamento ao vivo de lá. Preparamos o cenário e entramos no Fantástico, já com a notícia da morte do Senna. Se analisarmos do ponto de vista jornalístico, foi uma coisa impressionante do aspecto de engenharia da Globo, de preparar tudo. Acompanhamos todo o cortejo, do aeroporto até o sepultamento, praticamente o tempo inteiro no ar. A engenharia da Globo conseguiu, num período recorde, montar todo aquele esquema. Além das imagens de helicóptero, você tinha imagens com câmeras e lentes especiais em alguns pontos da cidade de São Paulo. Foi um negócio muito triste pelas circunstâncias, mas, ao mesmo tempo, foi uma demonstração de uma capacidade ímpar da engenharia da Globo, com rapidez e agilidade, de conseguir montar esses esquemas”
O GP de Ímola foi marcado por uma série de acidentes. Nos treinos na sexta-feira, antes da prova, o piloto brasileiro Rubens Barrichello chocou a sua Jordan em uma curva rápida. Outra vítima foi o austríaco Roland Ratzenberger, que bateu em alta velocidade. O piloto chegou a ser atendido pelos médicos, mas, quando chegou ao hospital de Bologna, já estava morto. A série de acidentes provocou a discussão sobre a segurança nos carros de corrida na FIA. Nessa temporada, o campeão foi o piloto alemão Michael Schumacher. 

GP DO BRASIL



A Rede Globo acompanhou os detalhes da prova de Interlagos com 55 câmeras, no de 27 de março. A cobertura começou na sexta-feira com a apresentação do primeiro treino oficial. No sábado foi exibido o último treino para definição do grid de largada. Desde cedo, as equipes de jornalismo estavam no autódromo para cobrir a chegada do público e os últimos acertos das equipes. Uma hora antes do início do GP, foi apresentado um especial que mostrou os detalhes da pista, um perfil das equipes e dos pilotos. Três brasileiros — Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Christian Fittipali — participaram da prova.
Durante a transmissão, dois sinais diferentes foram enviados para o satélite. O primeiro era destinado ao Brasil, e o segundo para os 38 países que acompanharam o GP do Brasil ao vivo, sem as reportagens locais. Assim como em 1993, temas musicais especiais foram preparados para acompanhar a cobertura. Ao longo da prova, dados como troca de marchas e aceleração foram acompanhados pela Rede Globo com a apresentação de gráficos na tela.
O GP do Brasil foi disputado em 71 voltas de 4.325 metros cada, num total de 307.075 quilômetros. O brasileiro Ayrton Senna largou na pole position, mas não terminou a prova (por quê?). O vencedor foi o alemão Michael Schumacher, da Benetton. A corrida teve a direção de Aloysio Legey, a narração deGalvão Bueno, os comentários de Reginaldo Leme e as reportagens de Roberto CabriniMarcos Uchoae Luís Fernando Lima. A prova foi organizada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
FONTES


Depoimento concedido ao Memória Globo por Ciro José em 06/04/2001;  BPRG, 1107; “Os brasileiros no GP Brasil”, O Globo, 31 mar 2002.

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