segunda-feira, 24 de maio de 2021

André Ribeiro, ex-piloto da Fórmula Indy, morre de câncer

Ex-atleta de 55 anos não sobreviveu a um tumor no intestino. Ele deixa três filhas

Por Da Redação do Ge — Rio de Janeiro

23/05/2021 12h57  Atualizado há 12 horas

André Ribeiro — Foto: Ricardo Mello / Agência O Globo

Mais uma notícia triste para o esporte brasileiro. O ex-piloto de Fórmula Indy André Ribeiro faleceu neste domingo. O ex-atleta foi vítima de um câncer no intestino. Ele morreu com 55 anos e deixa três filhas.

André competiu em várias categorias do automobilismo até chegar na Fórmula Indy em 1995, quando também conquistou sua primeira vitória na competição. Em 96, ganhou outras duas corridas, sendo uma na etapa ocorrida no Rio de Janeiro. O brasileiro ainda disputou mais duas temporadas até decidir se aposentar do esporte.

São-paulino, André ganhou uma homenagem de seu clube do coração. Pelas redes sociais. o Tricolor paulista lamentou a morte do ex-piloto.



FONTE PESQUISADA

GLOBO ESPORTE - Ex-atleta de 55 anos não sobreviveu a um tumor no intestino. Ele deixa três filhas. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/motor/noticia/andre-ribeiro-ex-piloto-da-formula-indy-morre-de-cancer.ghtml>. Acesso em: 24 de maio 2021. 


quinta-feira, 20 de maio de 2021

Senna desprezava Schumacher quando assinou com a Williams

“O cara venceu dois grandes prêmios na vida até hoje, nada mais, e se acha um campeão do mundo, alguma coisa assim…”

Sergio Quintanilha

19 mai 2021

Terra - terra.com.br

Senna e Schumacher em 1994: tricampeão foi surpreendido.
Foto: Divulgação

Com a realização do Grande Prêmio de Mônaco sempre vem a lembrança de seus maiores vencedores: Ayrton Senna (seis vezes), Michael Schumacher e Graham Hill (cinco vezes cada). Schumacher iniciou sua lista de vitórias em Mônaco logo depois que Senna morreu, em 1994. Poucos meses antes, entretanto, Senna não considerava Schumacher um futuro campeão do mundo.

“Acho que o Schumacher, como tantos outros jovens, tem sede de vencer, mas talvez não tenha uma estrutura suficiente para administrar o sucesso tão cedo. Ele é competitivo e está tendo sucesso”, disse Ayrton Senna durante uma entrevista à revista Grid. “Só que essa falta de estrutura acaba trazendo uma série de situações indesejáveis… no relacionamento com as pessoas, pô! Não é só comigo. Isso tem sido uma constante para ele.” 

Senna continuou: “Schumacher não é visto da forma mais simpática dentro da Fórmula 1. Ele é visto como muito estrela. O cara venceu dois grandes prêmios na vida até hoje, nada mais, e se acha um campeão do mundo, alguma coisa assim…”

Senna, tricampeão, explica ao jovem Schumacher como são as coisas.
Foto: Divulgação

Senna tinha acabado de assinar contrato com a Williams, em 1993, e era o favorito disparado para ser campeão mundial no ano seguinte. Michael Schumacher corria pela Benetton e tinha vencido duas corridas: Bélgica (1992) e Portugal (1993). Tinha 38 Grandes Prêmios no currículo. Ayrton Senna, ao contrário, era tricampeão do mundo, tinha 158 GPs disputados e 41 vitórias.

Ayrton já havia se desentendido com Michael em algumas ocasiões. Por isso, não disfarçava um certo desprezo que sentia pelo futuro heptacampeão do mundo. Senna também jogou farpas contra Alain Prost, que teria vetado sua participação na Williams.

“Eu vou correr na Williams e ele não vai estar lá”, disse Senna. “Se ele disse que poderia me barrar, eu me surpreendo, pois não foi ele quem declarou tantas vezes que não tinha o direito de barrar ninguém, que isso era uma decisão da equipe? Então o Prost, apenas para variar, como sempre, fala muito. Ele ganharia muito mais se falasse menos. É isso que acontece com ele: fala demais!” Clique aqui para ler a entrevista completa.

Senna quase agrediu Schumacher quando estava na McLaren.
Foto: Divulgação





FONTE PESQUISADA

QUINTANILHA, Sergio. Senna desprezava Schumacher quando assinou com a Williams. Disponível em: <https://www.terra.com.br/parceiros/parabolica/senna-desprezava-schumacher-quando-assinou-com-a-williams,faea95027eef2a28d4337e995442feb9vguapzde.html>. Acesso em: 20 de maio 2021. 



De carona com Ayrton Senna pelas ruas de São Paulo

Em uma de suas últimas entrevistas, no final de 1993, Senna levou nosso repórter em sua perua Mercedes-Benz 300 e abriu o coração. Relembre

Sergio Quintanilha

8 nov 2019

Terra - terra.com.br

"Muitos olham para mim e pensam: 'Pô, esse cara ganha um monte de dólares num país com crianças na miséria!'. Sou cobrado, sim. Mas não fico falando se faço alguma coisa e o que faço."
Foto: Divulgação

Em outubro de 1993, pouco depois de assinar com a Williams, Ayrton Senna concedeu à extinta revista Grid a seguinte entrevista. Minha intenção, na época como editor-chefe da revista, era apenas agendar uma entrevista. Mas Ayrton decidiu falar naquele mesmo dia e me convidou a ir de carona em sua perua Mercedes-Benz 300 de um hotel na região da Avenida Paulista até o consultório de seu oftalmologista, na Avenida Faria Lima. 

Durante o percurso, Ayrton dirigiu de forma cuidadosa, enquanto via a pressa de outros motoristas no trânsito. Chegou a errar o caminho, por estar concentrado na entrevista, o que aumentou o tempo da carona. Ayrton abriu o coração e falou sobre vários aspectos da Fórmula 1, especialmente de sua relação com Alain Prost e com o então novato Michael Schumacher. Infelizmente, em 1993 não havia smartphones, então não temos fotos do dia, mas a entrevista foi gravada. Quando Ayrton disse que daria a entrevista ali mesmo, depois de um almoço com o presidente da Ford, corri numa loja do lado e comprei um gravador. Venha com a gente de carona com Ayrton Senna pelas ruas de São Paulo. 

De carona com Ayrton Senna

Não é todo dia que se pode pegar carona com Ayrton Senna. Mas, numa deferência especial aos leitores de Grid, o tricampeão abriu o bloqueio: vamos andar ao lado dele, em seu carro particular, num passeio pelas ruas de São Paulo. No trajeto, o novo piloto da campeoníssima Williams-Renault, favorito ao título de 1994, fala sobre o momento especial de sua carreira e sobre a Fórmula 1 em geral. Evita entrar em detalhes sobre os assuntos mais polêmicos, mas deixa escapar o seu sentimento, algumas mágoas e, principalmente, uma postura de autovalorização muito forte – seja falando de sua entrada na Williams ou dos acordos com os patrocinadores. “Estou numa boa, estou muito bem”, ele diz a certa altura. Vez ou outra, despe-se da condição de super-homem e lamenta não ter visto na TV Globo a reportagem em que Reginaldo Leme mostrou a Frank Williams seu primeiro teste na F1, com um  Williams, em 1983: “Putz! Cheguei em casa e, quando liguei a TV, estava terminando a reportagem”. Vamos em frente então…

"Prost, apenas para variar, como sempre, fala muito. Ele ganharia muito mais se falasse menos. É isso que acontece com ele: fala demais!"
Foto: Divulgação

Ayrton afivela o cinto, liga o motor e arranca, vagarosamente, acenando para os fãs na calçada. E começa a falar…

– Sou muito cobrado a respeito da situação social no Brasil. Nosso país tinha uma imagem alegre. Agora, com tanta violência, mudaram a imagem do Brasil. As pessoas me perguntam se faço alguma coisa pelas crianças. Não digo nada. Se faço, ninguém precisa saber. E se faço e fico contando o que faço, então acho que perde o valor. Muitos olham para mim e pensam: “Pô, esse cara ganha um monte de dólares num país com crianças na miséria!” Sou cobrado, sim. Mas não fico falando se faço alguma coisa e o que faço.

Esse sentimento talvez explique a insistência com que Ayrton pediu uma bandeira após vencer o GP do Japão.

– Carregar a bandeira, para mim, tem um valor simbólico forte. Olha que já estou acostumado com essa história de ouvir o hino nacional em cima do pódio, mas na hora isso sempre mexe comigo.

Vamos falar das vitórias, então. Não das quatro dezenas conquistadas em 10 anos de carreira, mas das que virão quando o tricampeão sentar no Williams-Renault número 2 para voltar a ser o número 1. Existe um clima de “já ganhou” no Brasil.

– Não me preocupo com isso. Desde que eu tenha um carro competitivo, as coisas surgem naturalmente. Já mostrei que sei vencer corridas – ele diz, acelerando mais forte para colocar o carro numa brecha aberta no trânsito engarrafado.

"Eu poderia ter uma cláusula no contrato dizendo assim: 'Se Damon estiver em primeiro e eu em segundo, tem que tirar o pé e deixar eu passar porque sou o número 1'. Mas não tenho isso no contrato. Isso é absurdo, não é competição."
Foto: Divulgação

Já imaginou Senna disparado na frente? Huummm… esse campeonato pode ficar muito chato.

– Isso não é problema meu. Se realmente acontecer, os outros é que têm de se preocupar em achar uma maneira de me alcançar.

Mas quem, afinal, pode alcançar o melhor piloto do mundo no melhor carro do mundo? Damon Hill, seu futuro companheiro de equipe?

– Damon aprendeu muito este ano, a ponto de vencer alguns grandes prêmios, conquistar poles. Há um ano, ele nem sabia direito o que era competir num carro de Fórmula 1. Tinha feito dois grandes prêmios pela Brabham, que estava no lado oposto do grid. Quanto ao relacionamento com ele, pelo contrato sou o primeiro piloto da equipe. Lógico que na prática isso não vai existir, porque a Williams tem condições técnicas e financeiras para fornecer material de ponta para dois pilotos. Ele vai ter o mesmo tratamento que eu, o que é uma vantagem para quem já está lá há um ano, conhece a equipe, conhece o carro…

A paisagem é meio repetitiva a cada esquina, o trânsito lento não deixa Ayrton dirigir como gosta, é muito acelera-freia-acelera-troca de marcha. Mas que imagem estaria passando pela sua cabeça? Vitórias? Mais um, dois títulos?

"Carregar a bandeira, para mim, tem um valor simbólico forte. Olha que já estou acostumado com essa história de ouvir o hino nacional em cima do pódio, mas na hora isso sempre mexe comigo."
Foto: Divulgação

– Não falo em vitórias porque o campeonato ainda nem começou – ele diz. – Já perdi muita corrida ganha na minha vida. Em 1989, no Canadá, eu estava poupando o carro nas voltas finais e, mesmo assim, o motor quebrou. Quem ganhou foi o Thierry Boutsen, que deu uma rodada de 360 graus na reta, num lugar em que o normal seria acabar no muro. Mas não, o carro ficou na trajetória certa e ele venceu. Por isso, aprendi uma coisa: para ganhar uma corrida, antes é preciso terminá-la.

E, para ir um pouco mais longe, para ser campeão é preciso saber atuar (e vencer) também nos bastidores.

– A parte política é mais difícil do que dirigir – concorda. – Só consegui meu lugar na Williams porque usei toda minha experiência. Aprendi não só a lidar com um carro de corrida, mas com os bastidores, o funcionamento político, o relacionamento com os organizadores de um grande prêmio, com os comissários de pista, com a imprensa, como ligar com a imagem das companhias que fazem parte da Fórmula 1. Ao longo de todos esses anos aprendi cometendo muitos erros.

"Ron sabia que eu ia sair, que era apenas uma questão de tempo para que isso se confirmasse. Naturalmente, depois de seis anos de trabalho juntos, não é uma separação fácil."
Foto: Divulgação

Ayrton erra o caminho e comenta: “Aqui não vai dar certo, não é por aqui”. Acelera mais forte para achar o rumo correto, como se estivesse recuperando o terreno perdido. Algumas esquinas depois, rumo tomado, desabafa: “Nada como a experiência!” O piloto parece estar intimamente satisfeito por ter alcançado o que queria. Mas, afinal, quem passou a perna em quem no affair Prost/Williams/Senna?

– Não tem quem passou a perna ou quem levou o tombo.

Longo silêncio. O piloto acelera, o homem pensa. Ao seu lado, muitos motoristas comuns, se virassem o rosto, veriam o ídolo de perto. Não o fazem. Todos parecem ter o mesmo objetivo: ir em frente, a qualquer custo. Ayrton sai do silêncio:

– Não tem nada disso. Minha ida para a Williams era só uma questão de tempo.

– Prost disse que, se quisesse, barraria sua entrada na equipe – provoco.

– Por que ele não fez isso, então?

– Conta como foi que aconteceu.

– Não! (nervoso) Não vou entrar em detalhes. Acho que é bobagem, não vem ao caso. A verdade é uma só: eu sou piloto da Williams e… (longa pausa)

E?

– … E ponto final. Essa é a verdade. Eu vou correr na Williams e ele não vai estar lá. Se ele disse que poderia me barrar, eu me surpreendo, pois não foi ele quem declarou tantas vezes que não tinha o direito de barrar ninguém, que isso era uma decisão da equipe? Então o Prost, apenas para variar, como sempre, fala muito. Ele ganharia muito mais se falasse menos. É isso que acontece com ele: fala demais!

Embora irritado, Ayrton não se altera ao volante. Vai dirigindo de forma tranqüila, diferente de tantos “Sennas” que andam por aí. E, por falar em inimigos, de onde vêm os problemas de relacionamento entre Senna e Michael Schumacher?

– Acho que o Schumacher, como tantos outros jovens, tem sede de vencer, mas talvez não tenha uma estrutura suficiente para administrar o sucesso tão cedo. Ele é competitivo e está tendo sucesso. Só que essa falta de estrutura acaba trazendo uma série de situações indesejáveis… no relacionamento com as pessoas, pô! Não é só comigo. Isso tem sido uma constante para ele. Schumacher não é visto da forma mais simpática dentro da Fórmula 1. Ele é visto como muito estrela. O cara venceu dois grandes prêmios na vida até hoje, nada mais, e se acha um campeão do mundo, alguma coisa assim…

Aliás, é bom que se diga, o tricampeão não perdoa, bate. Já deu uns empurrões em Schumacher. Em Suzuka, também não deixou barato o atrevimento do estreante Eddie Irvine, que também ganhou um sopapo do brasileiro. Ayrton não gostou da forma como ele pilotou e desaprovou também o comportamento de seu futuro “companheiro” Damon Hill. Senna dá o tom: faz o que quer, na pista e fora dela.

– Estou começando a colher os frutos de muitos anos de trabalho. Tenho certeza de que tem muito por vir. Se eu conseguir manter uma cabeça aberta, para continuar aprendendo, absorvendo, evoluindo, as coisas vaio acontecer.

"Schumacher não é visto da forma mais simpática dentro da Fórmula 1. Ele é visto como muito estrela. O cara venceu dois grandes prêmios na vida até hoje, nada mais, e se acha um campeão do mundo, alguma coisa assim…"
Foto: Divulgação

O carro avança, agora mais velozmente. Os automóveis à frente parecem abrir espaço. Senna acelera, passa raspando num carro, corta outro, tudo com a maior segurança. E continua falando da vida, vai mostrando sua cara:

– Estou muito bem, numa boa. Estou fazendo o que gosto, corro, tenho uma posição de destaque, credibilidade não só em guiar um carro de corrida, por ter demonstrado tecnicamente ser competente, mas também por honrar, no lado profissional, os compromissos que assumo. Isso tudo é uma grande conquista na vida de um profissional.

Ele agora fala solto, sem freios. Vamos ouvindo.

– Quando você faz um contrato de um ano, oferece o serviço e a outra parte assume a responsabilidade dela. Aí, ao longo do ano, vai depender da capacidade de ambos de conviver e cumprir o compromisso, não só no papel mas no espírito da coisa. O espírito do acordo é que vale realmente. E só quem tem condições realmente de cumprir, por desejo pessoal, competência, seriedade e profissionalismo, é que tem duração, que tem vida longa, senão dura um ano, dois anos e acaba. Este ano, por exemplo, assinei o contrato com o Banco Nacional em março, depois de já ter corrido na África do Sul. A gente sabe que pode contar um com o outro na hora boa e na hora difícil. Isso é credibilidade, é uma coisa que muito pouca gente tem na minha profissão. Aliás, acho que ninguém tem, se você quer que eu seja honesto. Não estou me gabando, não, mas honestamente acho que não tem nenhum corredor de Fórmula 1 hoje, ou nos últimos cinco anos, que tenha uma credibilidade como essa.

Se ouvisse isso, Prost diria que, além de acreditar em Deus, Senna pensa que é Deus. Eles que se entendam, ou se desentendam… Na verdade, o brasileiro mal disfarça um sabor de vingança, pois há um ano, quando pensou que poderia escolher a equipe que bem entendesse, deu com a cara na porta fechada da Williams.

– Eu podia correr em qualquer equipe menos na Williams. Não podia correr porque o Prost tinha um veto específico contra mim. Só por isso: ele se recusava a competir comigo na mesma equipe.

– Você não faria o mesmo se estivesse no lugar dele?

– Isso é covardia! Você pode fazer certas exigências dentro de uma equipe para ter uma posição forte. Existem equipes pequenas que não podem ter dois pilotos número 1. Mas numa Ferrari, numa McLaren, numa Williams e numa Benetton, isso não se aplica, porque elas têm possibilidade técnicas e econômicas para ter dois pilotos de ponta. Se eu não corresse este ano, a Williams teria ganho todos os grandes prêmios, com exceção de Portugal. O que ocorreu no ano passado foi uma vergonha. Mas cada um compete do jeito que quer. Tem uns que são felizes por competir assim, estabelecer as cartas antes de dar o baralho. Eu jamais competiria dessa forma.

Ok, mas dizem as más línguas que Ayrton teria barrado Derek Warwick quando corria na Lotus. Ele jura que não. E, como é o número 1 da Williams por contrato, o pobre Damon Hill estaria destinado a perder todas as corridas…

– Não, não! Eu poderia ter uma cláusula no contrato dizendo assim: “Se Damon estiver em primeiro e eu em segundo, tem que tirar o pé e deixar eu passar porque sou o número 1”. Mas não tenho isso no contrato. Isso é absurdo, não é competição. Se o cara está na sua frente andando melhor, o problema é seu de dar um jeito de andar melhor que ele e ganhar a corrida. Agora… já aconteceu de um piloto número 2 chegar no número 1 e a equipe dizer: “Não passa”. Isso existe, sim.

"Assinei o contrato com o Banco Nacional em março, depois de já ter corrido na África do Sul. A gente sabe que pode contar um com o outro na hora boa e na hora difícil. Isso é credibilidade, é uma coisa que muito pouca gente tem na minha profissão."
Foto: Divulgação

Na McLaren, mesmo durante a guerrilha com Prost, Senna sempre teve um tratamento VIP. Por isso, após vencer o GP do Japão, já de contrato assinado com a Williams, Ayrton deu um abraço fraternal em Ron Dennis. Mas, é inegável, sobraram muitas mágoas nesse episódio. Ficou um diz-que-diz no ar… Enquanto o carro roda macio pelas ruas de São Paulo, segue um diálogo sobre Ron Dennis.

– Telefonei para o Ron antes de anunciar meu contrato com a Williams porque queria que ele ficasse sabendo por mim, e não pela imprensa. Aí ele me disse que tinha acabado de fechar um acordo de colaboração muito importante com a Peugeot, maior que aquele que a McLaren tinha com a Honda.

– Ele teria dito, nesse telefonema, que agora você iria se arrepender por ter deixado a McLaren.

– Para mim ele não disse isso e duvido que tenha dito para alguém. Quando ele me disse que tinha fechado com a Peugeot, eu o parabenizei e desejei boa sorte. Acho importante que a McLaren continue sendo uma equipe forte e torço para o bem deles.

– Nenhuma mágoa de Ron?

– Não tenho mágoa de ninguém. Além do convívio profissional, criamos também uma grande amizade. Sabia que sou padrinho de uma filha dele? Acho que agora, sem compromisso profissional, poderemos ficar ainda mais amigos – diz.

Ora, ora… Todo mundo sabe que o relacionamento entre Ayrton Senna e Ron Dennis chegou a ficar realmente abalado… Ayrton se abstrai, aproveita o sinal vermelho para refletir um pouco e finalmente rompe o silêncio:

– Ron sabia que eu ia sair, que era apenas uma questão de tempo para que isso se confirmasse. Naturalmente, depois de seis anos de trabalho juntos, não é uma separação fácil. Foi trabalho e amizade que cresceram nesses anos todos. Nós também tivemos grandes conquistas. Você não apaga e muda como numa compra e venda de automóvel. Existiu e existe um certo desconforto com essa mudança, não só da parte dele mas também da minha. Eu tinha relacionamento não só com ele, mas com dezenas de membros da equipe, os quais eu considero profissionalmente e pessoalmente. A mudança de um piloto depois de seis anos não é uma coisa simples. Foi tudo feito da forma mais adequada possível, com as dificuldades normais de um relacionamento.

"A parte política é mais difícil do que dirigir. Só consegui meu lugar na Williams porque usei toda minha experiência. Aprendi não só a lidar com um carro de corrida, mas com os bastidores, o funcionamento político."
Foto: Divulgação

Mas onde, diabos, Ron Dennis errou para perder um piloto como Senna?

– Ah… não vou entrar em detalhes, não vem ao caso. Não fiquei na McLaren porque não era uma proposta interessante tecnicamente para mim.

– Mesmo depois do acordo com a Peugeot? – insisto.

– A curto prazo, não. Eles vão perder para a Renault no início… e é assim que se consegue alguma coisa na Fórmula 1. A Renault também não começou a ganhar da noite para o dia. O que está acontecendo agora é resultado de um trabalho que começou há dez anos. A Peugeot tinha que fazer alguma coisa porque eles analisaram as vendas de carros da Renault e viram que a marca está crescendo com as vitórias a Fórmula 1. Eles não podiam ficar de fora.

Nosso passeio está terminando, Ayrton tem hora marcada com o oculista. Algum problema na vista? “Não, é check. Faço um controle”, ele diz. Visão perfeita, olho no futuro. Como será? Depois de ganhar cinco títulos na F1, ele iria fazer companhia para Emerson na Indy?

– Primeiro tenho que ganhar os cinco títulos. Se isso acontecer, na hora vou pensar no que fazer. O importante para mim é estar sempre numa condição competitiva.

E uma dobradinha com Nigel Mansell na Fórmula 1, como seria?

– Não daria certo. Veja: o Mansell está com 40 anos e a Fórmula 1 está se renovando rapidamente. Não é fácil, aos 40, manter o mesmo ritmo de um piloto de 23. Por isso o Mansell chegou na Indy e ganhou tudo. Lá a média de idade é muito alta.

"Não é fácil, aos 40, manter o mesmo ritmo de um piloto de 23. Por isso o Mansell chegou na Indy e ganhou tudo. Lá a média de idade é muito alta."
Foto: Divulgação

Enquanto Ayrton fala, os carros à sua volta proporcionam as cenas habituais do trânsito brasileiro. Certos motoristas ignoram o sinal vermelho, outros freiam em cima da faixa dos pedestres, alguns fazem as ultrapassagens mais malucas. Tal como Eddie Irvine em Suzuka… O que vale mais ao volante? O arrojo ou a experiência?

– Na Fórmula 1, é mais difícil correr contra a experiência – comenta Senna, meio resignado por não ter mais um Prost ou um Mansell para enfrentá-lo nas pistas. – O piloto experiente não arrisca tanto em determinadas situações, mas em compensação, deixa a porta aberta para você ultrapassar, faz as voltas no mesmo ritmo…

Mas, afinal, o que será de Senna? Vai dar uma de Prost e parar de correr após ganhar quatro ou cinco campeonatos?

– Não tenho limite. Estou com 33 anos e acho que tenho muito pela frente ainda. Aliás, quando eu ficar velho, acho que vou relaxar na Indy. (risos)

Fim do passeio. Obrigado pela carona. E, agora sim, pode acelerar à vontade.

Nota do Autor: Reportagem publicada na revista Grid em novembro de 1993. A foto de Ayrton em seu carro é ilustrativa, pois não houve fotos nem filmagem dessa carona (o tricampeão resolveu dar a entrevista na hora, sem planejamento). A entrevista aconteceu a bordo de um Mercedes-Benz 300 Estate, pois foi pouco antes de Senna anunciar a vinda da Audi para o Brasil. 

Na foto, Ayrton com um de seus carros pessoais, um Ford Escort XR3. No dia da entrevista, dirigia um Mercedes 300 Estate.
Foto: Divulgação


FONTE PESQUISADA

QUINTANILHA, Sergio. De carona com Ayrton Senna pelas ruas de São Paulo. Disponível em: <https://www.terra.com.br/parceiros/guia-do-carro/de-carona-com-ayrton-senna-pelas-ruas-de-sao-paulo,a7246cb7be0657b42805ad3f7fa8c54cbaia4cik.html>. Acesso em: 20 de maio 2021. 



"A família de Ayrton tinha certeza do amor dele por Adriane, e que ele ia casar com ela. Por isso humilharam ela depois da morte dele." J.N.

"A família de Ayrton tinha certeza do amor dele por Adriane, e que ele ia casar com ela. Por isso humilharam ela depois da morte dele." J.N.

Sim, exatamente, tem um livro que fala sobre isso. Disse que a preocupação da família era que ele casasse de repente com Adriane e então seria tarde demais para eles fazerem algo a respeito.

*O livro citado é o The Life of Senna.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Corriere della Sera - Facebook - 21/03/2019



Ayrton Senna nasceu em 21 de março de 1960: apelidado de "Magic", tricampeão mundial de Fórmula 1, é considerado um dos maiores pilotos de todos os tempos. Lembramo-nos dele com esta frase e com uma foto tirada em 1987 em Venegono Superiore, na província de Varese. Senna morreu após um trágico acidente no Grande Prêmio de San Marino de 1994 👉 @ corriere

 

Il 21 marzo del 1960 nasce Ayrton Senna: soprannominato "Magic", tre volte campione del mondo di Formula 1, è considerato uno dei più forti piloti di tutti i tempi. Lo ricordiamo con questa frase e con una foto scattata nel 1987 a Venegono Superiore, in provincia di Varese. Senna muore in seguito ad un tragico incidente nel Gran Premio di San Marino del 1994 👉@corriere


Fonte: https://www.facebook.com/corrieredellasera/photos/bc.AbpTqsdYYI80LPOk51ZY97LbgW-Xsjt1QKpL9nvVB0ngdpj6WaTFGJ_M0E3TxZ758_CcZvfDAaStF02WP2LcP_0YaKoj625sGOQmXWi2aGJQmOsXpj1S43yYiRG1rdLi2YnEylWsey6MaS0vI-6U5WBX/10156994156297530/?opaqueCursor=AbqNvd1oKJnr8KVxQWnfI2_3iXUHDUbsUaRqJ9kRnXPcsy78zWYrmpTWfXvDxOfZyw53aYHdq1dhDkiEeEQanH5fklobfXITcHSPQU1jPRpexZ7VCX9ghvH0if2luECNXgj5Ra10axNzedkpaD6CCqwjJaegOZukbfCxxstUrHRINl5cc2Kf8TUqexj9aHAryzd55djytbZxExXqkY0-kz1U27GowHR-sYCEgvQ2-4BIMIpeX-XLvcJm_RXJrFJYkM85PtFIf7tjZjP84kSGi672a40YFWG5DcA_wm1UXLq067rMDOlhM_i_eqc_KRGy4yXYadXdEjdIXU4D2rec5WmxdupQdmUR79RzNYcHOr3u7H7_nos8XLN6u4dXVsk64eMQXqBRWlJvHzFcYeo4408sbxxK2N3PgepOtDG04YTiFDBAtlAHJAlYuPdxpur78fAKUzrKtWHNwTyR1xKpSct5ip7XGdUQ6gTmZ_0ECCc-YNAutsNTjbWXu1s0Fstg1V0yuciZeiLM9a9Chm-JMFzYf7mUUduT-JjTrm4p7mFU7b9i1x8-s60thRu_tqvxFTOEo04vSKuvLRsaGGz3pY5CvUldGiJASdVOvFYdoiqWvIPxhBb_T_6qxFoC2uIyznY



sexta-feira, 14 de maio de 2021

Livro de Flavio Gomes expõe desafios jornalísticos diante da morte de Senna

Jornalista lança 'Ímola 1994', obra que aborda sua carreira na cobertura de F1

Luciano Trindade

12.mai.2021 às 23h15

Folha de São Paulo - folha.uol.com.br

O dia 1º de maio de 1994 marca uma tragédia para os brasileiros: a morte do tricampeão de F1 Ayrton Senna. Enquanto fãs choravam, jornalistas buscavam entender o que causou o acidente.

Esse e outros questionamentos permeavam a mente de Flavio Gomes, à época enviado pela Folha à Itália para cobrir o GP de San Marino. Ele é autor do recém-lançado "Ímola 1994", obra em que narra a trajetória dele como jornalista até a cobertura de um dos piores momentos do esporte.

​Publicado pela editora Gulliver, o livro traz em formato de crônicas os bastidores do trabalho do repórter em veículos como a Folha e a revista Placar. De seus tempos no jornal da alameda Barão de Limeira, ele se recorda da liberdade que tinha para exercer seu ofício.

Acidente de Ayrton Senna no autódromo de Ímola, na Itália, durante o GP de San Marino de 1994 - 1.mai.94/Reuters

Gomes relembra ter sido designado para cobrir uma briga entre o jornal e o Sindicato dos Jornalistas sobre a obrigatoriedade de diploma para o exercício da profissão. Na ocasião, teve seus textos lidos diretamente pelo então diretor de Redação, Otavio Frias Filho (1957-2018), "que aprovava tudo sem mudar uma vírgula”, segundo ele.

A atenção aos detalhes lhe renderam boas entrevistas, como a última conversa com Senna antes do GP de San Marino. Do bate-papo, extraiu algo que hoje soa como um prenúncio:

"O maior problema da Williams é a falta de estabilidade em pisos irregulares. O carro ‘salta’ muito e não desfruta de seu potencial aerodinâmico. A suspensão, muito dura, agrava os defeitos de nascimento do projeto, originalmente concebido para utilizar um sistema computadorizado, que mantém o carro a uma altura constante do solo (eletrônica proibida naquele ano pelo regulamento da F1)", escreveu em trecho do texto publicado no periódico e reproduzido no livro.

Em 2007, a Suprema Corte italiana concluiu que a causa do acidente foi “a ruptura da barra de direção, causada por modificação mal projetada e executada”. Patrick Head, então diretor técnico da Williams, foi condenado por homicídio culposo (sem a intenção de matar), mas não cumpriu pena porque o crime prescrevera.

As causas da batida no muro de concreto logo após a curva Tamburello, porém, ainda são controversas entre alguns pilotos da época, como cita em trecho do livro que traz entrevista com Damon Hill, companheiro do brasileiro.​

"Ele [Senna] estava para uma parada [nos boxes], com o carro pesado e muito rápido, pneus frios, pressão baixa. Se numa curva daquela o carro oscila por alguma razão, é muito fácil perder o controle. Dá para ver claramente pela câmera do [Michael] Schumacher que o carro de Senna bate no chão."

Além da condição do carro, Gomes relata que o tricampeão estava “mais tenso do que o normal naquele fim de semana” por não ter pontuado nas duas corridas que fez na temporada.

Capa da Folha do dia 2 de maio de 1994, dia seguinte à morte de Ayrton Senna - Reprodução

Na segunda-feira pós-acidente, o desafio imposto aos jornalistas era de conseguir informações da Williams, da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e das autoridades italianas, que, afirma o jornalista, "se fecharam num silêncio sepulcral".

Antes do translado até o Brasil, o corpo do piloto passou pelo IML (Instituto Médico Legal), local onde o repórter tentou buscar informações sobre o ocorrido.

Por coincidência, uma antiga namorada dele, a italiana Maria Cristina Gervasi, fazia na época especialização em Medicina Legal. Os professores dela eram justamente os médicos que fizeram a autópsia em Senna.

Cristina contou detalhes de tudo o que pôde acompanhar. Segundo ela, “no estudo das meninges cerebrais, foram encontradas lesões que lembravam ferimentos típicos de soldados que morreram em conflitos militares por explosões próximas de bombas".

Ela disse, ainda, que o macacão usado pelo piloto naquele dia foi entregue à família pelos médicos, que antes tiveram de submetê-lo a várias lavagens para retirar todo o sangue.

Após essa apuração, Flavio esperava retornar ao Brasil para fazer a cobertura do velório, mas, segundo conta no livro, a ordem da Secretaria de Redação da Folha era para que ele ficasse na Itália para acompanhar o inquérito do acidente.

O jornalista diz ter argumentado que uma investigação como essa levaria anos e não faria sentido permanecer lá, mas não houve concordância com a chefia do jornal, e ele acabou desobedecendo a instrução de permanecer na Itália.

O conflito acabaria por encerrar a passagem dele na Folha. Gomes foi desligado oficialmente no dia 9 de maio de 1994, por insubordinação, segundo conta.

Ficha técnica

Título: Ímola 1994 — A trajetória de um repórter até o acidente que chocou o mundo

Autor: Flavio Gomes

Número de páginas: 263

Editora: Gulliver

Preço: R$ 69,90, disponível no site da editora: https://gullivereditora.com.br/

Capa do livro Ímola 1994 - Divulgação


FONTE PESQUISADA

TRINDADE, Luciano. Livro de Flavio Gomes expõe desafios jornalísticos diante da morte de Senna. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/05/livro-de-flavio-gomes-expoe-desafios-jornalisticos-diante-da-morte-de-senna.shtml>. Acesso em: 14 de maio 2021. 


quarta-feira, 12 de maio de 2021

Mônaco 1984 (Fotos)

 



Campeonato: Fórmula 1 1984 (Fórmula 1, 1984)
Evento: GP de Mônaco
Data da captura: domingo, 3 de junho de 1984
Local: Circuito de Mônaco, Mônaco



Championship: Formula 1 1984 (Formula 1, 1984)
Event: Monaco GP
Date taken: Sunday, June 03, 1984
Location: Circuit de Monaco, Monaco


terça-feira, 11 de maio de 2021

sábado, 8 de maio de 2021

Ayrton Senna era de Direita ou de Esquerda?

Aproveitando da polemica da qual Nelson Piquet subiu no palanque com o presidente Jair Bolsonaro, e chamou a emissora TV Globo de "lixo", nessas ocasiões, surgem sempre comentários de que Ayrton Senna seria bolsonarista, malufista, direita, estrema-direita e por aí vai. Será que seria? 


Afinal de contas: 

Qual era a real posição política de Ayrton Senna? 

A resposta: Nenhuma.


É isso mesmo, Ayrton não era de nenhuma ideologia política. O piloto declarou, inclusive, que odiava os políticos. Como vocês podem ver em uma de suas últimas entrevistas:

Ayrton era avesso aos políticos

“Odeio políticos, mas compreendo que países como o Brasil precisam de uma melhor organização, não sei se serão os políticos a conseguir isso, porque são muito egoístas.”

Declaração de Ayrton Senna a revista portuguesa “Nova Gente” publicada em 26 de abril de 1994, poucos dias antes de sua morte.

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sexta-feira, 7 de maio de 2021

Hamilton mostra controle de videogame com inspiração em Ayrton Senna

Piloto britânico exibiu o acessório aos seus seguidores do Instagram na noite de ontem
Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo
07/05/2021 10h26

Assumidamente fã de Ayrton Senna, o piloto Lewis Hamilton mostrou que a idolatria pelo brasileiro vai além das pistas da Fórmula 1.

Em seu Instagram, o britânico revelou ter um controle de videogame baseado no capacete utilizado por Senna ao longo de sua carreira.

O conteúdo foi disponibilizado aos seguidores de Hamilton na noite de ontem, horas antes dos treinos livres para o GP da Espanha. O acessório, criado pela Scuf Gaming, tem base amarela e conta com detalhes horizontais em verde e preto.




FONTE PESQUISADA

UOL -  Hamilton mostra controle de videogame com inspiração em Ayrton Senna. Disponível em: <https://www.uol.com.br/esporte/f1/ultimas-noticias/2021/05/07/hamilton-mostra-controle-de-videogame-com-inspiracao-em-ayrton-senna.htm?cmpid=copiaecola>. Acesso em: 07 de maio 2021. 

terça-feira, 4 de maio de 2021

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Série sobre Ayrton Senna encontra dificuldades e é adiada

Lendário piloto

Série sobre Ayrton Senna encontra dificuldades e é adiada

Ayrton Senna terá série na Netflix

Ayrton Senna olhando para o além

Ayrton Senna morreu há 27 anos em acidente na F1 - Foto: Divulgação

Redação NT

Publicado em 03/05/2021 às 09:05:16

Os trabalhos em torno da série sobre Ayrton Senna, da Netflix, começariam no final do ano, mas acabaram sendo adiadas para 2022, segundo informações do jornal O Globo desta segunda-feira (3). A dificuldade em gravar em outros países durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi determinante para o adiamento.

Além disso, existe um trabalho grandioso de reconstituição de época. A confecção de carros de corridas antigos, por exemplo, acaba sendo demorada e agora a série terá seu cronograma atrasado.

A série sobre Ayrton Senna foi anunciada há um ano e terá oito episódios.   “É muito especial poder anunciar que contaremos a história que poucos conhecem dele. A família Senna está empenhada em fazer deste projeto algo totalmente único e inédito. E ninguém melhor do que a Netflix, que tem um alcance global, para ser nossa parceira neste projeto”, comemorou Viviane Senna, irmã de Ayrton em comunicado.

A obra será produzida pela Gullane e contará com a participação ativa da família do ídolo brasileiro. A história será gravada em inglês e português e as locações ocorrerão em diversas cidades do mundo. No Brasil, as filmagens serão na Grande São Paulo, na casa em que o atleta cresceu.

“Senna é uma pessoa que precisamos. Um jovem que batalhou por seu sonho e enfrentou inúmeras barreiras para representar uma nação. Senna une o Brasil”, explicaram Fabiano e Caio Gullane em comunicado.


A trajetória de Ayrton Senna

O início do enredo vai ser logo no começo da carreira automobilística de Senna, quando ele deixou o Brasil e se mudou para a Inglaterra. A produção mostrará como o piloto tinha seus medos, desejos e que era mais do que apenas um dos maiores ídolos do esporte mundial.

"Assim como Senna começou sua jornada em São Paulo e conquistou o mundo, estamos honrados em levar sua inspiradora trajetória para todos os seus fãs, onde quer que eles estejam. Ayrton Senna tem um legado que atravessa gerações e fronteiras, e a Netflix se orgulha de poder levar um novo olhar sobre o homem por trás do piloto para os nossos assinantes em mais de 190 países", declarou Maria Angela de Jesus, diretora de produções originais internacionais da Netflix no Brasil.

Ayrton Senna venceu a Fórmula-1 em três oportunidades (1988, 1990 e 1991) e é considerado um dos maiores pilotos da história. Boa parte dos jornalistas esportivos também o coloca como o maior ídolo esportivo brasileiro.

Na vida pessoal, Senna era devoto do catolicismo e costumava ler a bíblia durante suas viagens. Torcedor fanático do Corinthians, fazia questão de demonstrar seu amor pelo clube durante suas vitórias. Não por acaso é homenageado frequentemente pela equipe alvinegra.

Já na vida amorosa, Senna apresentou cinco namoradas, sendo que as mais famosas foram Xuxa e Adriane Galisteu, sendo que essa última não foi aceita pela família do piloto.


FONTE PESQUISADA

NATELINHA - Série sobre Ayrton Senna encontra dificuldades e é adiada. Disponível em: <https://natelinha.uol.com.br/series/2021/05/03/serie-sobre-ayrton-senna-encontra-dificuldades-e-e-adiada-163369.php>. Acesso em: 03 de maio 2021. 

27 years ago, there was a black weekend at the #Imola circuit. #AyrtonSenna and #RolandRatzenberger lost their lives during qualifying and the @F1 race. #RIP





Que fim levou o Fiat Uno que Ayrton Senna deu para Adriane Galisteu?

Carro tem placa personalizada e era pilotado pelo tricampeão de Fórmula 1

Por Rodrigo Ribeiro

01/05/2021 07h40  Atualizado há um dia

Arquivo Pessoal/Instagram

Se um tricampeão mundial de Fórmula 1 lhe perguntasse qual carro você teria, como seria sua resposta? Quando Ayrton Senna fez esse questionamento para sua então namorada Adriane Galisteu a resposta não poderia ser mais surpreendente: um Fiat Uno.

"Era o sonho de qualquer menina da minha época, que era de classe média baixa. Para mim era um carro muito inalcançável", revelou Galisteu em entrevista exclusiva para a Autoesporte. A apresentadora da Record TV até hoje nutre um grande carinho pelo carro, que continua sob seus cuidados após 28 anos.

Então modelo, Galisteu namorou Senna até a morte do piloto de Fórmula 1 — Foto: Ari Lago/Agência O Globo

Galisteu conta que Senna não acreditou em um primeiro momento quando ela falou do Fiat Uno. "Ele ficou me olhando e disse: que carro você quer? (...) Para ele era um presente muito simples, mas ele [quando foi dar o carro de presente] encheu de rosas (...) e colocou um buquê de flores lindo no capô do carro", continua a apresentadora.

A troca das calotas foi uma das poucas mudanças no hatch ao longo dos anos — Foto: Arquivo Pessoal

Senna também teve uma atitude carinhosa que Galisteu mantém até hoje: colocar as iniciais DRI na placa do veículo. A sequência é adotada em todos os carros da apresentadora, que atualmente dirige um Porsche Cayenne e um Hummer H3.

A placa com as iniciais DRI inicou uma tradição que Galisteu mantém até hoje em seus carros — Foto: Arquivo Pessoal


Memórias sobre rodas

A associação do carro com Ayrton Senna é algo que permanece até hoje com Galisteu, que revelou algo curioso. "Eu ficava brava, porque ele queria correr com o meu carro. Morria de medo dele bater o carro (risos)". O Uno era sempre guiado por Senna quando o casal saía nos momentos em que o piloto estava no Brasil.

A opção de Senna guiar o pequeno compacto 1.0 surpreende considerando que, na época, o então piloto da McLaren tinha à sua disposição no Brasil um Honda NSX e uma Audi S4 Avant — o superesportivo japonês foi um presente da marca que patrocinava e fornecia motores para sua equipe, enquanto a perua alemã ajudava a divulgar a fabricante que Ayrton começaria a representar por aqui.

O interior impecável reforça o cuidado que Galisteu tem com o Uno — Foto: Arquivo Pessoal

A paixão por automóveis era compartilhada com Galisteu: "Sempre gostei de dirigir. Eu brinco com todo mundo que tive um ótimo professor", fala a apresentadora, que raramente opta por motorista particulares no seu dia a dia. Boa parte dos quase 40 mil quilômetros rodados pelo Uno, inclusive, foram com ela atrás do volante.

Atualmente a apresentadora roda a bordo de um Porsche Cayenne e um Hummer H3 — Foto: Divulgação/Danilo Borges

Todo esse carinho e as memórias em torno do Fiat Uno ajudam a explicar o cuidado com que Galisteu cuida do carro. "Ninguém roda com ele. Eu só deixo o motorista que trabalha com a gente, de vez em quando, para ir até o posto de combustível ou dar uma volta rápida", conta. "É um carro muito valioso, eu morro de medo de alguém bater nele, riscarem ou roubarem".

O Uno só sai da garagem para fazer manutenções eventuais, conduzido pela única pessoa autorizada a guiá-lo — Foto: Arquivo Pessoal

Por falar em valor, já teve gente que ofereceu pelo Uno R$ 200 mil, uma alta de 3.540% em relação aos R$ 5.649 estimados pela tabela Fipe. "Não vendo de jeito nenhum. (...) O que esse Uno carrega de história, eu não posso repassá-lo", afirma Galisteu. A única forma do Fiat sair da proteção de sua cuidadosa proprietária seria para ir a um museu. "Se houvesse um museu que tivesse a ver com a história do Senna, com todo o cuidado do mundo, eu deixaria [ele ser exposto]", conclui.

Enquanto (e se) esse dia não chega, os fãs podem ficar tranquilos: intacto e mais bem cuidado que muito superesportivo, o Fiat Uno que Senna comprou para Adriane Galisteu segue incólume e protegido.


Ficha técnica

Motor Dianteiro, transversal, 1.0 8V, carburador, gasolina

Potência 56 cv a 6.000 rpm

Torque 8,2 kgfm a 3.250 rpm

Câmbio Manual, 5 marchas

Suspensão Independente, tipo McPherson (dianteira) e dependente com feixe de molas semielípticas transversais (traseira)

Freios Disco sólido (dianteira) e tambor (traseira)

Rodas e pneus De aço, 145/80 R13

Comprimento 3,64 m

Largura 1,55 m

Altura 1,44 m

Entre-eixos 2,36 m

Tanque 50 litros

Peso 830 kg

Fonte: Fabricante


FONTE PESQUISADA

RIBEIRO, Rodrigo. Que fim levou o Fiat Uno que Ayrton Senna deu para Adriane Galisteu?. Disponível em: < https://autoesporte.globo.com/curiosidades/noticia/2021/05/que-fim-levou-o-fiat-uno-que-o-ayrton-senna-deu-para-adriane-galisteu.ghtml>. Acesso em: 03 de maio 2021.