Adriana Barsotti e Carlos
Henrique Ramos
Isto é - 29 de novembro de
1999
Victória de Barros Gonçalves
conheceu Milton Guirardo da Silva e sua mulher, Neyde Senna, quando tinha um
ano e seis meses. Foi levada pela mãe, a modelo Marcella Praddo, ao apartamento
do casal no Pacaembu, zona oeste de São Paulo. Neyde abrigou a menina em seu
colo, mas o marido observou a cena a distância. Disse que estava resfriado.
Essa cena seria considerada normal se esses personagens não estivessem
envolvidos numa pendenga jurídica. Elas são atormentadas por uma grande dúvida:
Victória é ou não é filha de Ayrton Senna? "Ela levou a criança algumas
vezes para visitar a dona Neyde", confirma João Freitas, pastor da
Assembléia de Deus da Barra da Tijuca, igreja evangélica que Marcella passou a
freqüentar há três anos.
Esse encontro foi o primeiro
e um dos poucos. O mistério que cerca o convívio das famílias Barros Gonçalves
e Senna está próximo de um desfecho. No dia 4 de novembro, Milton Guirardo da
Silva, pai do corredor, ingressou na 5.ª Vara de Família do Rio com uma ação
para tentar provar que Victória, hoje com 6 anos, não é sua neta. Marcella
reagiu e, na segunda-feira 22, deu entrada a uma ação tentando provar o
contrário. Em ambos os casos, o exame de DNA será requisitado.
Se a paternidade for
confirmada, a menina passa a ser herdeira de um patrimônio estimado em US$ 200
milhões. "Queremos esclarecer essa questão de uma vez por todas",
desabafa Viviane Lalli Senna, 42 anos. Além do reconhecimento da paternidade,
Marcella está reivindicando uma pensão alimentícia de R$ 2 mil mensais para o
sustento da criança. "Até hoje, ela não recebeu um centavo dos
Senna", afirma seu advogado, Emmanuel Francisco Viegas. No processo, ele
tentará provar que o relacionamento durou nove anos, intercalados por períodos
de afastamento, nos quais a ex-modelo se casou com o apresentador Fernando
Vanucci e com o empresário Rogério Oliveira, pai de seu filho mais velho, Luiz
Felipe, 8 anos.
Na ação, Viegas anexou fotos,
tíquetes de reservas de hotéis e passagens aéreas em nome do casal. A família
Senna sustenta o contrário. No processo impetrado pelo advogado João Luiz
Aguiar de Medeiros, eles alegam que a relação foi efêmera e que os dois já não
estavam juntos na época em que Victória foi concebida.
Em janeiro de 1994, Marcella
chegou a ensaiar uma ação contra Ayrton Senna, através do advogado carioca
Michel Assef. Desistiu da empreitada na semana da morte do piloto. "Ela
não queria ser acusada de oportunista", diz um amigo da ex-modelo. Consta
que um exame de DNA já teria sido realizado extrajudicialmente este ano, por
iniciativa da família Senna. "Marcella me disse que deu negativo, mas que
não acreditava no resultado", conta o mesmo amigo. A prova teria sido
anexada à ação. Um novo exame deverá ser pedido em breve pela Justiça do Rio. O
corpo do piloto não precisará ser necessariamente exumado, embora exista essa
possibilidade. Já existe uma tendência entre os juízes de requisitar que os
parentes consangüíneos do piloto se submetam aos testes necessários.
Esse tipo de ação já não é
novidade para a família. Em maio de 1996, a professora de música Erotides Gallucci
entrou com uma ação na 1.ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo, na qual
requeria que Milton Guirardo da Silva reconhecesse que era pai de seu filho
Antonio Carlos Barsumian. O suposto affair teria começado em 1966, e os
encontros amorosos aconteciam em um pequeno apartamento no centro de São Paulo.
Nessa época, ele já era casado com Neyde, mãe de Ayrton e seus irmãos, Viviane
e Leonardo. Milton submeteu-se ao exame de DNA e ficou constatado que Antonio
Carlos não era seu filho.
Marcella Praddo, que
abandonou a carreira de modelo depois da morte de Senna e voltou a adotar seu nome
de batismo, Edilaine, conheceu seu advogado, Emmanuel Viegas, no templo da
Assembléia de Deus da Barra. Quando o piloto morreu, trocou a religião
messiânica pela evangélica. As curvas de Marcella, alguns quilos a mais,
deixaram de ser sinuosas. Sua exuberância, que ganhou notoriedade após ser
eleita Garota do Fantástico, em 1987, e posar para a Playboy, deu lugar à
discrição. Ela mora com os dois filhos em um apartamento de dois quartos na
Barra, comprado por seu ex-marido Rogério Oliveira. Trabalha como balconista da
Eletrocell, revendedora de telefones no Barrashopping. Com as comissões, chega
a receber R$ 800 mensais.
Edilaine virou Marcella
Praddo quando tinha 18 anos, depois de consultar um numerólogo. Ela chegou a
gravar um disco, cujo título era Basta de Acreditar. Participou do filme
Solidão, Uma Linda História de Amor, ao lado de Tarcísio Meira e José Wilker.
Marcella registrou Victória em 15 de dezembro de 1993. Teve de pagar multa por
ter perdido o prazo. Para a funcionária que a atendeu, Maria de Lourdes
Rodrigues Lopes, afirmou: "O pai dessa menina é Ayrton Senna". Filha
única de um militar da reserva, ela consegue manter um bom padrão de vida
graças à ajuda da mãe, Damiana, e da pensão que recebe do ex-marido. Dirige um
Renault e mantém a filha matriculada na escola PIC, cuja mensalidade é de R$
300.
Padrinho do casamento de
Marcella com Vanucci, Eduardo Homem de Carvalho testemunhou alguns encontros
dela com o piloto. "Quando ele vinha ao Rio, dirigia o Chevette
dela", lembra. Ele conta que ambos se afastaram, mas voltaram a se
encontrar, quase sempre na casa do piloto em Angra dos Reis, logo depois de
Marcella se separar de seu segundo marido. Eduardo também estava ao lado da
amiga quando Victória nasceu. "Alguns meses depois, Senna mandou de
presente uma réplica de um carro de Fórmula 1 com uma carta", conta.
Colaborou Viviane Rosalem
FONTE PESQUISADA
BARSOTTI, Adriana; RAMOS, Carlos Henrique. O
destino de Victória está nas mãos da Justiça. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoegente/17/reportagens/rep_senna.htm>.
Acesso em: 10 de setembro 2016.
onde rola grama verde os pés de poucos pisam.
ResponderExcluirContra fatos não há argumentos, como não houve mesmo. Já vimos outras pessoas tão poderosas quanto Senna, que tiveram de fazer o exame e a principio negaram serem os pais, no caso o Pelé e Ronaldo, o exame deu positivo e ponto, e vimos como Pelé não queria assumir e tal. Nesse caso deu negativo e ponto.
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