ADRIANE DIZ QUE FICOU SEM DINHEIRO APÓS A MORTE DE SENNA
18 DE MAIO DE 1996
ENTREVISTA A MICHEL PEYRARD/ PARIS MATCH
Depois do desabafo de Viviane
Senna, a reportagem da Paris Match
procurou Adriane
Galisteu para conhecer o
outro lado da moeda. A
modelo admitiu que não posaria nua se o piloto estivesse vivo e
acu-
sou o clã dos Senna de tentar controlar as amizades de seu
integrante mais
famoso. Reconheceu que ganhou notoriedade após a morte do
ex-namora-
do, mas justificou: "Consagramo-nos um ao outro durante 18
meses."
PM - Você acaba de comprar um apartamento de 314 metros quadrados
nos Jardins, área nobre de São Paulo. Pagou com o cachê recebido' da revista Playboy
por posar nua ou com os dividendos do livro de confidências sobre sua relação com
Ayrton Senna?
Adriane Galisteu - O cachê da Playboy foi suficiente. Deu para
com-
prar o apartamento, mobiliar e morar.
PM - Alguém tem o direito de censurá-la por ter utilizado a fama
de
Senna para ganhar dinheiro?
Adriane Galisteu - Tenho consciência de ter ganho notoriedade após
a morte do
Ayrton. Mas
sei também que devo muito ao meu trabalho. Sempre fui
manequim e, simplesmente, parei de trabalhar quando começou
minha
relação com o Ayrton. Um ano antes do acidente, nós nos
encontramos e
eu estava de partida para as Bahamas, onde faria um filme
pu-
blicitário. Ele estava no Brasil por uns dias, pronto para voltar
à
Europa. Aí ele me disse: "Se continuar assim, nunca estaremos
jun-
tos." Então, eu decidi interromper meu trabalho. E, após a
morte dele,
me vi sem dinheiro. Teria sido indecente se, dois meses depois do
desa-
parecimento dele, eu posasse sorridente para fotos numa revista.
Optei
por escrever este livro, que foi uma ideia do (Antônio) Carlos de Almei-
da Braga, um
dos amigos mais próximos do Ayrton. O resto
não é mais do que o meu trabalho. Nas páginas da Playboy,
não
há qualquer alusão ao Ayrton, assim como no contrato que acabo de
assinar
com uma editora brasileira.
PM - Ayrton aprovaria a reportagem da Playboy?
Adriane Galisteu - Provavelmente, não. Eu já havia posado para
essa revista antes,
mas as fotos não chegaram a ser publicadas. Ayrton conseguiu
recu-
perar os negativos com a direção. Eu não faria nada que
pudesse
desagradá-lo em vida, mas hoje eu tenho que seguir em frente.
Tenho
23 anos e não posso viver eternamente presa ao passado.
PM - Você não fez nada especial para lembrar o último
aniversário
da morte dele?
Adriane Galisteu - No céu não há calendário. são dois anos só para
nós aqui na Terra.
Mas eu rendo homenagens ao Ayrton diariamente, ao tocar um
objeto,
sentir um perfume ou ouvir uma música. Este aparelho de som,
eu
comprei para ele (aponta uma aparelhagem sofisticada) porque
sabia
que ele adorava o som. E ainda conservo pequenos objetos da
nossa
vida cotidiana. A escova de dentes dele, por exemplo, está
aqui.
PM - Você sofreu por ter sido rejeitada pela família de
Ayrton?
Adriane Galisteu - Eu os compreendo. Sei o que é perder uma pessoa
querida e ago-
ra imagino o que deve ser a perda de um filho. O trauma foi
tão
grande que eu posso compreender a atitude deles, mesmo que eu,
provavelmente, reagisse de
forma diferente. Se algum dia eles quiserem reatar relações
comigo, estou à disposição.
Durante os 18 meses em que eu e o Ayrton estivemos juntos, mantive
boas relações
com a família. Nos encontrávamos frequentemente em Angra dos
Reis
ou em Tatuí. Eu me entendia muito bem com Leonardo, irmão dele,
tinha
muita simpatia pela Viviane. Mas com certeza, eles não são
obrigados a
me aceitar após a morte do Ayrton. Afinal de contas, nunca fomos
casa-
dos e a família Senna forma um clã muito fechado. Eles sempre
vigiaram,
de forma ciumenta, as amizades dos filhos. Em nossa relação, onde
Ayrton
e eu víamos uma soma, eles viam uma divisão. Eles imaginavam que
ele não
pretendesse casar comigo. Mas não é a família que pode decidir o
que um
homem de 34 anos fará de sua vida. Somente ele podia responder a
essa
questão. Só sei que nos consagramos totalmente um ao outro. É um
fato:
nós nos amamos e durante um ano e meio ele me fez muito feliz. E
isso
não pode ser mudado, quer o clã dos Senna deseje ou não.
FONTE PESQUISADA
PEYRARD, Michel. Senna x Galisteu. Revista
Manchete, Rio de Janeiro, Ano 45, Nº 2.302, Revista Semanal, 6 – 11. 18 de maio
1996.
Foda.Essa última resposta...
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