sábado, 27 de abril de 2013

Reportagem diz que Viviane Senna se Projetou na Midia Através do Irmão

REPORTAGEM DIZ QUE VIVIANE SENNA SE PROJETOU NA MIDIA ATRAVÉS DO IRMÃO, POIS NINGUÉM A CONHECIA.


VIVIANE SENNA, NA PISTA DO IRMÃO AYRTON


por Maya Santana

DATA: 29/03/2012





O piloto Ayrton Senna teria completado 53 anos de idade no último dia 21 de março,  se não tivesse perdido a vida no circuito de Ímola, na Itália, naquele primeiro de maio de 1994. Logo depois do acidente, sua irmã, Vivianne,  mais velha dois anos, assumiu todos os negócios relacionados com o piloto e criou a Fundação Ayrton Senna. Na época do acidente, ela trabalhava como psicóloga e cuidava dos três filhos.

O Brasil não conhecia Viviane. Até que ela dissesse, o sobrenome conhecido, reconhecido e respeitado por japoneses,  italianos, suíços, alemães, franceses e por gente que a gente nem imagina.  Senna. Curto e sonoro. Marca e mito. Alçado ao pódio pelo irmão, o piloto  Ayrton. Por batismo Senna da Silva, brasileiríssimo, uma chancela verde-amarela  como a bandeira que tremulava em suas mãos vitoriosas. O Brasil não conhecia Viviane. Até que aquele violento acidente na curva  Tamburello roubasse de Ayrton o direito de seguir vencendo. Senna se foi diante  dos olhos aturdidos do mundo, naquele fatídico feriado de 1º de maio de 1994, na  italiana Ímola.


Agora reparem no trecho da reportagem abaixo, que conta como surgiu a ideia do Instituto Ayrton Senna:

Faltava alguns dias  para começar a temporada de 1994 da Fórmula 1 e Ayrton Senna refugiava-se no  Brasil, como fazia todo ano, entre o fim de um campeonato e o início do próximo.  Estava no avião da família a caminho da casa em Angra dos Reis, quando disse à  irmã que pretendia ajudar as crianças do país.

Não houve tempo para uma segunda conversa. Nem sequer um rabisco sobre o  projeto. Nada. O silêncio precoce de Senna deixou mais essa lacuna. “Tivemos uma  conversa muito rápida, ele disse que queria ajudar crianças e jovens do Brasil e  pediu para eu pensar em alguma coisa”, conta.

FONTE

50 e mais

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Esse ultimo trecho sublinhado de vermelho da conversa provavelmente foi inventado por Viviane Senna. Ayrton realmente estava com intenção de ajudar as crianças, e comentou com todos, porém iria ajudar através da venda de sua revistinha Senninha. Ele nunca quis propagar que ajudava, ele achava de péssimo gosto, está relatado em várias biografias dele. E em vida não fundou nenhuma casa de caridade, nenhum instituto. Viviane Senna induziu sua mãe e a família, o Brasil e o mundo que Ayrton Senna praticamente fundou com ela o Instituto, “expressando seu desejo, mas como não teve tempo, ela prosseguiu o "sonho" dele.” Inventou uma bela história para comover a todos...

Adriane Galisteu, assim como Senna ajuda muitas pessoas mas não sai se exibindo e criando institutos com nomes alheios, com vida alheia. Senna sempre ajudou e nunca quis que ninguém soubesse de nada. Ele não iria gostar de ter um instituto em seu nome. Isso tem em varias biografias.


Um instituto trás muito prestigio e muito dinheiro, a pessoa doa porque entra muito dinheiro pra conta dela. Todo mundo sabe como funciona... O prestigio que acarreta faz com que as empresas que a pessoa tem e tudo que ela faz consiga promoção para ela, patrocínios. Se passa de bonzinho... Senna nunca quis isso... Ele nunca pensou em ter um instituto em seu nome por causa dessas regalias.



Viviane Senna e Xuxa


AYRTON SENNA FAZENDO PROPAGANDA DE SENNINHA

Viviane aproveitou o sonho de ajudar as crianças carentes que Ayrton tinha, ele ganharia cestas basicas para doar as familias carentes e em troca colocaria propaganda das empresas parceiras da ação beneficente em sua revistinha. Ele não queria dinheiro nenhum em sua conta, como Viviane Senna faz hoje em dia, que as pessoas doam para conta do Instituto e compra produtos do Ayrton Senna. Esse dinheiro todo vai para a mão dela. 
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No início, as doações emergiam na forma de cheques assinados por Viviane - o primeiro milhão de generosidade foi sacado dos royalties da marca Senna. O personagem Senninha, hoje reproduzido em mais de 200 produtos populares, de batatas fritas a bicicletas, já garantia cifras respeitáveis. O sobrenome mitológico se desdobrava por incontáveis objetos do desejo, de relógios suíços (da marca Universal) a lanchas italianas (da fábrica Tullio Abbate). Mas ela começou a dominar a arte de multiplicar dinheiro no momento em que descobriu a palavra mágica: parceria.

Os modos tímidos e o discurso firme produziram uma boa receita de sedução. Empresas privadas e estatais se renderam aos acenos da herdeira da lenda. Ela não pode queixar-se da escassez de parceiros. Dos R$ 68 milhões que o instituto arrecadou em quatro anos, R$ 41 milhões vieram do licenciamento de produtos e R$ 27 milhões de parcerias. "Vieram das minhas alianças estratégicas", corrige Viviane, que tem em caixa R$ 37 milhões à espera de idéias. Que tampouco têm faltado: agora, empresários sobraçando propostas aguardam espaço na agenda da dona do dinheiro.

Viviane emergiu do anonimato no enterro de Senna com um gesto fortemente simbólico: agarrou o capacete do irmão com a fisionomia de quem nunca mais iria largá-lo. Naquele momento, deixou para trás duas mulheres que marcaram a vida do piloto. Xuxa, em cujos braços se apoiou, comovidíssima, nos funerais, e Adriane Galisteu, que evitou, solenemente, na mesma ocasião. A primeira manteve um breve romance com Senna. Tinha beleza, fama e fortuna suficientes para encarar um casamento de conto de fadas. Fora isso, gozava da simpatia da família do piloto - em especial, de Viviane. O namoro não prosperou e cada um seguiu em sua própria pista.

"As pessoas me acham uma dondoca, uma moça fresca." , lembra Viviane

Adriane construiu um belo patrimônio em quatro anos e hoje orgulha-se de faturar algo em torno de R$ 100 mil por mês. "Nunca precisei ficar vendendo boneco, capacete nem chaveiro para me estabelecer", ataca a ex-namorada. Ameniza apenas num ponto. "Reconheço que o Ayrton abriu as portas para mim. Depois, venci pelo meu trabalho."

Dona Neyde Senna não confirma que Ayrton pediu para Viviane Senna fazer um Instituto como ela diz

Na época, difundiu-se a versão de que caberia a Viviane cuidar dessas atividades assistenciais para atender a uma determinação expressa do irmão. A versão é retocada pela mãe. "Ela e o Lalli sempre se incomodaram com a situação do país. Reclamavam demais da desigualdade", diz Neide Senna.

No entanto Viviane continua confirmando a mesma historia que Ayrton Senna pediu para ela fazer o Instituto antes de morrer.

A irmã confirma que tratou desse assunto com Ayrton dois meses antes do drama de Ímola. "Estávamos na nossa casa, em Angra dos Reis, e o Beco pediu que eu pensasse em alguma forma de ajuda", recorda. "Ficamos de conversar quando ele voltasse da Europa. Não houve tempo." Só houve tempo para interditar as contas bancárias do irmão e canalizar as verbas publicitárias para uma fundação em Londres. Depois, a família centralizou a operação no Brasil, e o escritório londrino passou a funcionar como depósito de contratos. A executiva talentosa que habitava a retraída Viviane aflorou nos anos seguintes - e a levou muito além das fronteiras do assistencialismo.

Os Bens Deixados Por Ayrton Senna

Além do instituto, a holding da família abarca uma distribuidora de carros Audi, uma concessionária Ford, uma importadora de eletrodomésticos, uma empresa de serviços telefônicos, fazendas, jatos, helicópteros e dúzias de imóveis. Cada Senna cumpre seu papel. O patriarca é o presidente e cuida das fazendas. A mãe organiza um memorial para o filho. Fábio Machado, sobrinho favorito, é o executivo do grupo. O caçula, Leonardo, 33 anos, é o diretor da Senna Import. "O instituto é coisa da minha irmã", confirma. "Não interferimos no que é feito com o dinheiro dos licenciamentos. Ela o emprega, e bem."

O avião de Viviane está pronto para taxiar. Em terra, ela costuma circular a bordo de um vistoso Audi preto 2.8. Na semana passada, seguida por dois seguranças, pilotou-o rumo à sede do banco Merryll Lynch, na Avenida Paulista, no coração financeiro da capital. Lá, distribuiu charme numa mesa de reuniões que juntou diretores do próprio Merryll Lynch, do Chase Manhattan, do BankBoston, do JP Morgan, do Santander e do Lloyds. Os executivos livraram-se, por duas horas, de comentários sobre CPIs e trapalhadas do mercado financeiro. Terminado o encontro, pareciam conformados com a certeza de que terão de abrir a carteira.

Disposta a ancorar o instituto no hábitat do irmão, ela celebrou uma aliança estratégica com nomes de peso no mundo da velocidade. Figuram no conselho da fundação o ex-campeão Alain Prost, com quem Senna se reconciliara pouco antes da morte, o construtor Frank Williams, dono da última escuderia que defendeu, e Ron Dennis, chefão da McLaren, que festejou com o ídolo brasileiro o tricampeonato da Fórmula 1. Todos são minuciosamente informados da situação do instituto, recebem balancetes e opinam sobre projetos. "Mas as decisões são minhas", ressalva a comandante.

O lado pessoal de Viviane está descompensado". Sobra pouco tempo para os três filhos - Bianca, 19 anos, Bruno, 15, e Paula, 13 - do casamento com Lali, seu primeiro namorado. A viuvez é considerada assunto particularíssimo. "Sinto falta de alguém", deixa escapar. Pára por aí e recoloca a blindagem com que cerca as coisas do coração.

FONTE

Revista Época 1999




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