Quase que tenho vergonha de pensar … quanto mais escrever. Só agora, mesmo agora é que estou a ver o GP de Portugal de 1985 por inteiro, graças ao Youtube e, neste aniversário, da morte de Ayrton Senna, ver em pormenor o que realmente é um clássico da História da Fórmula 1.
Foi, aliás, o único Grande Prémio de Portugal que não vi, já que estive presente em todos os demais, primeiro como jovem espectador, em 1958 e 1960, no Circuito da Boavista original, e em 1959 no saudoso Monsanto, e, depois, como jornalista em todos os do Estoril. Exceto nessa primeira vitória de Ayrton, nessa corrida magistral de um jovem em apenas a sua segunda temporada de F1. Aliás, naquelas condições houve outras exibições notáveis também. Como a de Alain Prost e de Elio De Angelis, numa briga sensacional, apenas interrompida quando começou a chover ainda mais e o McLaren do francês fez acquaplanning na reta e rodopiou, acabando contra os rails.
Toda esta corrida só se pode equiparar aos grandes clássicos da F1, como a primeira volta do “fim do mundo” de Ayrton, em Donington, em 1993, como a vitória de Fangio, aos 46 anos, nos 22,8 km do Nordschleiffe do Nurburgring, em 1957, dando a maior lição no seu Maserati a outros grandes pilotos como Mike Hawthorn e Peter Collins, nas Ferrari oficiais, ao recuperar mais de um minuto depois de uma lenta e inesperada – mas voluntária – parada nas boxes, batendo o recorde da pista por nove vezes.
O Nurburgring há muito que era famoso graças aos grandes duelos mesmo antes da II Guerra Mundial, entre as equipas Audi, Mercedes e Alfa Romeo, e às exibições notáveis de Tazio Nuvolari.
São as grandes corridas que dão fama aos circuitos e os tornam clássicos. Mais até que o seu traçado. São os feitos humanos que os tornam inolvidáveis. Clássicos na história.
O Autódromo do Estoril também passou a ser famoso e a ter sua história enriquecida antes de se chamar Circuito. Principalmente por essa corrida de 1985, à chuva, e à demonstração de superioridade de um garoto paulista, morto há 18 anos, mas que é recordado como se lhe tivéssemos falado ontem, antes dele ter entrado para o Williams com que se debatia, e de se concentrar na primeira fila da grelha de partida para o GP de San Marino, e para a morte. Enquanto tentava se abstrair do que aconteceu essa manhã na sua vida privada.
Também o circuito de Imola ficou ainda mais famoso nesse trágico fim de semana com o pavoroso acidente de Rubens Barrichello e a morte de Roland Ratzenberger no sábado, e, claro, o acidente mortal de Ayrton no domingo 1 de maio.
São os feitos ou as experiências humanas – magistrais ou dramáticas e trágicas – que ficam na memória, mais do que qualquer traçado.
A história é feita pelos homens, pelos pilotos, não pelo asfalto ou pelos arquitetos ou engenheiros que constroem as pistas, por muito excelente que estas sejam. É a atuação dos pilotos, é ou seu destino – satisfação, glória ou morte – que dão fama a um autódromo. Por muito que o Coliseu de Roma tenha uma inolvidável espetacularidade arquitetónica sua imagem é muito mais marcante na história e na memória da humanidade e de Roma, pelas atrocidades ali cometidas nos tempos dos gladiadores e da perseguição dos cristãos.
Lamentável que o tempo e o homem tenha destruído a memória física de Ayrton no Estoril, que Fernanda Pires da Silva com tanto carinho ergueu.
Foi, aliás, o único Grande Prémio de Portugal que não vi, já que estive presente em todos os demais, primeiro como jovem espectador, em 1958 e 1960, no Circuito da Boavista original, e em 1959 no saudoso Monsanto, e, depois, como jornalista em todos os do Estoril. Exceto nessa primeira vitória de Ayrton, nessa corrida magistral de um jovem em apenas a sua segunda temporada de F1. Aliás, naquelas condições houve outras exibições notáveis também. Como a de Alain Prost e de Elio De Angelis, numa briga sensacional, apenas interrompida quando começou a chover ainda mais e o McLaren do francês fez acquaplanning na reta e rodopiou, acabando contra os rails.
Toda esta corrida só se pode equiparar aos grandes clássicos da F1, como a primeira volta do “fim do mundo” de Ayrton, em Donington, em 1993, como a vitória de Fangio, aos 46 anos, nos 22,8 km do Nordschleiffe do Nurburgring, em 1957, dando a maior lição no seu Maserati a outros grandes pilotos como Mike Hawthorn e Peter Collins, nas Ferrari oficiais, ao recuperar mais de um minuto depois de uma lenta e inesperada – mas voluntária – parada nas boxes, batendo o recorde da pista por nove vezes.
O Nurburgring há muito que era famoso graças aos grandes duelos mesmo antes da II Guerra Mundial, entre as equipas Audi, Mercedes e Alfa Romeo, e às exibições notáveis de Tazio Nuvolari.
São as grandes corridas que dão fama aos circuitos e os tornam clássicos. Mais até que o seu traçado. São os feitos humanos que os tornam inolvidáveis. Clássicos na história.
O Autódromo do Estoril também passou a ser famoso e a ter sua história enriquecida antes de se chamar Circuito. Principalmente por essa corrida de 1985, à chuva, e à demonstração de superioridade de um garoto paulista, morto há 18 anos, mas que é recordado como se lhe tivéssemos falado ontem, antes dele ter entrado para o Williams com que se debatia, e de se concentrar na primeira fila da grelha de partida para o GP de San Marino, e para a morte. Enquanto tentava se abstrair do que aconteceu essa manhã na sua vida privada.
Também o circuito de Imola ficou ainda mais famoso nesse trágico fim de semana com o pavoroso acidente de Rubens Barrichello e a morte de Roland Ratzenberger no sábado, e, claro, o acidente mortal de Ayrton no domingo 1 de maio.
São os feitos ou as experiências humanas – magistrais ou dramáticas e trágicas – que ficam na memória, mais do que qualquer traçado.
A história é feita pelos homens, pelos pilotos, não pelo asfalto ou pelos arquitetos ou engenheiros que constroem as pistas, por muito excelente que estas sejam. É a atuação dos pilotos, é ou seu destino – satisfação, glória ou morte – que dão fama a um autódromo. Por muito que o Coliseu de Roma tenha uma inolvidável espetacularidade arquitetónica sua imagem é muito mais marcante na história e na memória da humanidade e de Roma, pelas atrocidades ali cometidas nos tempos dos gladiadores e da perseguição dos cristãos.
Lamentável que o tempo e o homem tenha destruído a memória física de Ayrton no Estoril, que Fernanda Pires da Silva com tanto carinho ergueu.
Texto: Francisco Santos
Imagens: Francisco Santos
FONTE: jornaldosclassicos.com
Imagens: Francisco Santos
FONTE: jornaldosclassicos.com
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