Ayrton não era uma pessoa fácil. Pelo contrário. Mais do que
qualquer outro vencedor, era um obstinado, um obcecado pelo sucesso, pelas
vitórias, pelas poles, pelas conquistas. Para ele, a vida resumia-se a isso, a
esses objetivos. O reto era superficial e dispensável. Inclusive as pessoas,
fora do seu restrito grupo de amigos. Introvertido, cauteloso, desconfiado,
quieto, o primeiro contato com ele sempre foi difícil, mas depois tornava-se
agradável, prazenteiro.
Felizmente que no último 1 ano e meio de se vida, ele
conseguiu descobrir que os prazeres da vida vão mais além do sacrifício pela
perseguição dos objetivos traçados em busca do sucesso, e ter-se-á tornado mais
aberto a outros prazeres. Sei como é difícil e fico feliz por ele ter
conseguido. Terá sido um caminho longo, nessa descoberta de outros mundos fora
das pitas. Terá começado, creio, com a convivência com Xuxa, quatro anos antes,
mas que terá despontado mais nítido com seu amor por Adriane Galisteu. Pena que
ele não tivesse descoberto mais cedo que as mulheres podem ser as nossas
inspiradoras e encaminhadoras, apesar do tempo e da atenção que nos deviam de
outros objetivos.
FONTE: Livro Ayrton Senna do Brasil de Francisco Santos
Na verdade, Senna ainda não tinha amado uma mulher de
verdade, a ponto de se dedicar a F1 e a uma mulher, como se dedicava a Adriane
Galisteu.
Ayrton Senna e Adriane Galisteu namoraram um ano e meio. Os dois moravam juntos quando o piloto sofreu o acidente que o matou, em 1994.
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