Ayrton no Brasil com a mãe Neyde e o irmão Leonardo
Nada lhe dá mais prazer do
que uma garrafa de Guaraná, refrigerante muito difícil de se encontrado na
Europa. Por isso toda vez que chega ao Brasil sua mãe, Dona Neyde, já deixa
algumas garrafas reservadas, além de preparar seu prato predileto:
— O Ayrton gosta mesmo é de arroz, feijão, bife e salada, tudo com bastante guaraná. Ele é assim mesmo, simples. Gosta do Brasil e sempre que pode vem para cá. Chega a ficar menos de uma semana aqui, no intervalo das corridas. O que ele quer é ser uma pessoa comum, mas isso é impossível.
— O Ayrton gosta mesmo é de arroz, feijão, bife e salada, tudo com bastante guaraná. Ele é assim mesmo, simples. Gosta do Brasil e sempre que pode vem para cá. Chega a ficar menos de uma semana aqui, no intervalo das corridas. O que ele quer é ser uma pessoa comum, mas isso é impossível.
Ayrton e Adriane em Angra dos Reis se servem de feijão e arroz
Ayrton Senna degustando seu Guaraná ao lado da namorada Adriane e o irmão Leonardo
Ayrton se servindo de sorvetes, bolos e frutas em Angra dos Reis brinca com sua sobrinha Bianca e a colega dela
***
Ayrton devorando um prato de macarrão al dente
Entre os hábitos
gastronômicos, nada de muito especial. Era o maior devorador de profiteroles do
mundo, sem contar a paixão por uma boa massa al dente e com muito molho de
tomate. "Quase não frequentava restaurantes, mas quando ia, optava sempre
pelos italianos, independentemente do país em que estivesse", conta
Adriane, citando a comida da Inglaterra a mais detestada por Senna. "Nosso
prato oficial no Hotel Barclay [Hotel 5 Estrelas em Nova York nos Estados
Unidos] era a sopa Pomodoro (caldo com macarrão e verduras) com pão e
Coca-Cola".
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Senna comeu muito ovo e hamburgers no começo da carreira e em 1994, piloto rico e consagrado, já se dava ao luxo de se hospedar em hotéis de luxo com Adriane Galisteu
A família relembra: “durante
as refeições, era sempre este ritual: ele gostava de comer devagar. Às vezes,
até reclamava com a mamãe porque ela estava tirando a mesa e ele ainda não
tinha terminado! A comida era simples e tradicional”.
Como ele passava muito tempo
fora do Brasil, preferia comer comida brasileira sempre que podia, e Neyde
fazia arroz, feijão, bife, salada e muita, muita massa. A exigência constante
era molho. Tinha de ser molho de tomate caseira, sem nada mais. De acordo com a
mãe, ele se servia de porções generosas e gostava muito de comer.
***
Trecho do livro "Caminho das Borboletas", Adriane Galisteu cita a paixão de Ayrton por massas:
Angra, sim - porque era ali
que eu tinha um Béco só meu, a milhas e milhas de distância da instituição
mitológica Ayrton Senna da Silva. Sem egoísmo: era ali também que ele se tinha
só para si mesmo, homem, amigo, moleque, palhaço, inquieto, preguiçoso,
esperto, bobo, frágil, mas forte naquilo em que era verdadeiramente fundamental
para um ser humano ser forte. Imaginem um tricampeão do mundo, reverenciado
como um semideus, descendo para o café da manhã com aquela cara amarfanhada de
sono, só de calção e chinelo, sem camisa, barba por fazer, brigando com o amigo
que lhe rouba a torrada com requeijão, ou, depois, no almoço, com o cotovelo
esquerdo apoiado na mesa enquanto a mão direita, armada de um garfo e operando
como se fosse uma pá, escavava um pratão de talharim com muito molho de tomate
- al dente, exigia ele. Ele era, também na hora de comer, o rei da massa.
- O Nuno manda comer pasta,
para recuperar energia - tentava desculpar ele a sua voracidade, convocando o
distante testemunho de seu histórico amigo e preparador físico.
(Fiquei sabendo que, de fato,
um piloto como ele perde de três a quatro quilos numa prova. Tagliatelle nele!)
FONTES PESQUISADAS
FONSECA, Ricardo; MARTINS,
Paulo César. Um campeão de olho na história. O Globo, 31 de outubro 1988,
Matutina, Esportes, p. 9.
MARTINS, Lemyr. Day
by day X Holiday . Revista
Quatro Rodas, São Paulo, Nº 418-A, Ano 35, p. 42 – 48, Editora Abril, Maio
1995.
HILTON, Christopher. Tradução de Cláudio
Blanc. Ayrton Senna, uma lenda a toda velocidade: Uma jornada interativa.
Edição Brasileira. São Paulo, 2009.
GALISTEU, Adriane. Caminho das
Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994.
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