Ayrton Senna
e Adriane Galisteu se conheceram no
autódromo de Interlagos no GP Brasil de 1993. Adriane era Grid Girl [garotas
muito jovens que seguram o guarda-chuva para proteger os pilotos de F1 do sol]
e foi escalada para segurar o guarda-chuva para, ninguém mais, ninguém menos,
Ayrton Senna. Mais tarde ela descobriria que o melhor amigo de Ayrton Senna, o
ex-banqueiro Braguinha, foi quem deu uma “forcinha” para aproximar os dois,
ajudando na escolha das meninas que segurariam o guarda-chuva para os pilotos. Ele
colocou Adriane para ser escalada para proteger Ayrton do Sol, invertendo as
posições. Braguinha foi o cupido dos dois na verdade.
Braguinha e Senna
Após a vitória, Ayrton
convidou Adriane para comemorar com ele na Boate Limelight, Zona Oeste de São
Paulo. Lá Adriane comentou com Ayrton que um “velho maluco” havia dito que ele
estava muito interessado nela. Ayrton respondeu: “Esse “velho maluco” é meu amigo,
o Braguinha, você vai conhecê-lo melhor, ele é muito gente boa.”.
Ayrton, Adriane e Braguinha
Ayrton e Adriane, um amor forte e bonito
Na boate houve muito flerte
entre os dois, carinhos, mãos seguradas uma na outra e dançaram a noite toda.
Pelé também esteve presente e foi no camarote onde Ayrton estava e deu um forte abraço
no também ídolo e tiraram uma foto marcante.
NO VÍDEO ABAIXO A PRÓPRIA ADRIANE GALISTEU CONTA COMO FOI SEU PRIMEIRO ENCONTRO COM AYRTON SENNA E FALA DO CUPIDO BRAGUINHA:
TAMBÉM TRECHOS DO LIVRO "CAMINHO DAS BORBOLETAS" DE ADRIANE:
Mas alguma coisa tinha tocado
em mim. Meu desinteresse pela corrida transformou-se, de repente, numa enorme
ansiedade. Sinal de largada e eu, como todo mundo, passo a me revezar entre a
televisão e a amurada do hospitality center. Só tenho olhos para o carro
vermelho e branco da McLaren. Descubro-me torcendo freneticamente por ele.
Alain Prost na frente. Um milagre: uma nuvem negra, única em todo o céu de São
Paulo, sobrevoa o autódromo. Caía a chuvarada. Prost roda e sai da corrida. A
torcida vem abaixo.
A chuva pára. Ayrton Senna é
o vencedor.
Tempo de comemoração: os
diretores da Shell anunciam uma festa-surpresa em homenagem ao campeão. Depois
das dez da noite, no Limelight, uma boate da moda em São Paulo. Todas as
modelos estão convidadas, aliás, convocadas a comparecer. Arrastando-me de
cansaço, sonho com minha caminha, para retemperar as energias gastas no trabalho
e na surpreendente ansiedade que tomou conta de mim durante a prova.
Não gosto de boate, nem tenho
saído à noite. Mas ligo no automático: tenho de ir. Não iria me arrepender. A
noite ainda me traria muitas surpresas - ou, pelo menos, uma. Aquela pela qual,
ainda que meio inconscientemente, eu começava a me interessar.
Ele deu uma de Cinderela às
avessas: ao som das doze badaladas, apareceu. O Limelight regurgitava de gente,
música e dança, à espera da estrela da tarde e do convidado da noite - o
campeão. O sorriso dos garçons abria a passagem que o empurra-empurra dos
tietes insistia em bloquear. Medi minha impaciência, senti o drama e consultei
o staff da Shell: iria cumprimentar o Ayrton e me retirar
estrategicamente. Eu vestia jeans, miniblusa preta - o calor estava
diabólico -, usava um sapato de plataforma preto, nenhum traço de maquiagem.
Era a própria working girl. Uma bandana vermelha no pescoço foi o máximo
de futilidade que me permiti.
No que busquei, de novo, com
o olhar, nosso convidado, eis que já o vejo muito bem instalado num camarote, sendo
abraçado por outro herói nacional - Pelé. Mais o tal gordinho da corrida e o
irmão dele, Leonardo, que eu conhecia de fotografia e de histórias, muitas
contadas pelas modelos da Elite. E todo esse belo quadro emoldurado por pelo
menos duas dezenas de mulheres bem bonitas e aparentemente bem disponíveis.
Suspirei de alívio: diante daquilo, estava dispensada de qualquer figuração.
Antes de sair, quis apenas
cumprir o protocolo. Abri caminho com os cotovelos até o camarote e fui dar meu
alô. Mas o próprio Ayrton pediu ao segurança para dar passagem. Segurei na
mão dele para um rápido parabéns. Senti que ele estava eufórico com tudo aquilo
- a vitória, a comemoração, o paparico. Ele manteve a minha mão na dele.
Eu desconversei:
- Você foi o máximo. Estou
aqui em nome da Shell...
Nada de soltar minha mão. Só
para, de repente, pegar uma taça de champanhe e me oferecer:
- Comemore comigo.
- Obrigada, mas não bebo -
disse.
- Mas é um dia especial. Eu
ganhei. Não bebe nadinha?
- Nadinha, desculpa.
- Então, fica aqui com a
gente.
- Mais uma vez, desculpa. Mas
eu não estou gostando desse clima de camarote número 1.
Senti uma certa decepção no
rosto dele, mas fiquei firme. Só me permiti um escorregão mais pessoal, antes
de virar as costas:
- De qualquer modo, você tem
meu telefone...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A.,
novembro de 1994.
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