domingo, 29 de dezembro de 2013 - 13:26
SÃO PAULO (passo longe) – Schumacher apareceu de manhã na Globo fazendo
adestramento, o esporte mais chato do universo (até os cavalos detestam), mas
na real estava descendo montanhas de neve na França, onde tomou um tombo e deu com o coco numa pedra.
Felizmente, de capacete. Foi levado a um hospital e segundo as primeiras
informações, passa bem. Mas panca na cabeça é dose pra mamute, então é bom
ficar de olho.
O alemão é bom
esquiador. Anos atrás, quando ele corria na Ferrari, estive umas três ou quatro
vezes em Madonna di Campiglio no jabá mais esperado da temporada, a semaninha
na bela estação de esqui nos Alpes Italianos. O cara sabe andar naquele negócio com maestria, algo que eu não vou
fazer nunca, nem com, nem sem maestria. Esquiar deve ser muito legal, mas só de
colocar a bota que te imobiliza até o meio da canela (essa, pelo menos, não
quebra; foi chocante a imagem do rapaz das lutas se arrebentando na madrugada)
eu percebi que jamais conseguiria escorregar mais do que dois metros na neve.
Fazer curvas e frear, nunca. Prefiro as quatro rodas.
Mas Schumacher é
chegado numa velô sob qualquer forma. Quando parou de correr pela primeira vez,
passou a se estabacar em provas mequetrefes de motocicleta. A mulher achou que
era mais seguro voltar a correr de F-1. Agora que parou de novo, esperava-se
que iria sossegar para, como dizia, ficar olhando para os números de sua
carreira enquanto o fogo crepitava na lareira.
Que
nada. E ainda bem que não. O cara tem menos de 45 anos, não faz sentido ficar
em casa coçando o saco e passando Hipoglós. E se o que ele faz para se divertir
pode resultar numa cabeçada numa pedra, paciência. Lembro que Senna costumava
barbarizar de jet-ski quando tinha uma folguinha e conseguia passar uns dias em
Angra. Uma vez, antes de um GP no México, tomou um capote aquático de respeito
e um amigo passou por cima dele na água. Foi correr com um curativo na
cabeça, e lembro de vê-lo colocando o capacete com um sacrifício desgraçado —
tiveram de fazer um recorte no forro. E como desgraça pouca é bobagem, ainda
capotou na Peraltada num treino.
No mesmo ano, Mansell
se machucou jogando bola na Espanha — algo que para seu molejo era tão perigoso
quanto saltar da Torre Eiffel segurando um lençol como para-quedas. Pouco tempo
atrás, Webber se arrebentou de bicicleta na Austrália, assim como Montoya,
quando corria na McLaren, aprontou de motocross e também se machucou. Isso para
não falar de Kubica, que toda semana se quebra inteiro.
Esses caras são assim,
uai. Gostam da vida loka. Eu poderia sugerir que trabalhassem de motoboy em São
Paulo. Dá quase na mesma.
GOMES, Flávio. Vida Loka. Disponível em:
<http://flaviogomes.warmup.com.br/2013/12/vida-loka/>.
Acesso em: 31 de dezembro 2013.
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