André Sender e Bruno CecconSão Paulo (SP)
Gazeta Espotiva
01/05/2014 09h00min
A paixão de Ayrton Senna pelo
automobilismo vem dos tempos em que ele era chamado de Beco por sua família no
Jardim São Paulo. Dono de um cachorro batizado como Ford, o garoto iniciou a
‘carreira’ que culminou com o tricampeonato mundial na Fórmula 1 em um pequeno
jipe de pedal.
“Eu acredito que Ayrton já
nasceu piloto e esse prazer era alimentado pelos presentes que meus
pais davam , como esse jipe”, contou Viviane Senna, irmã do piloto, em
entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.
“Ele tinha personalidade forte desde pequeno e a paixão por carros começou.
Um dia depois do primeiro dos
três títulos mundiais conquistados pelo brasileiro (1988), o jornal A
Gazeta Esportiva publicou
matéria especial sobre a infância de Ayrton Senna, ilustrada por
fotos raras do acervo pessoal da família. Com apenas quatro anos, Beco ganhou
um presente que mudou sua vida.
“Meu pai construiu um kart
com o motor de um cortador de grama e deu de presente. O Ayrton permaneceu
do lado dele por seis meses, acompanhando tudo que fazia. Meu pai, aliás, ficou
surpreso quando entregou o brinquedo ao Ayrton que, em pouco tempo, dominava a
máquina e alcançava a velocidade de 60 quilômetros por
hora”, contou Viviane.
Munido de um estilingue,
Ayrton Senna, rotineiramente com braços e joelhos machucados, costumava quebrar
vidraças pela vizinhança. “Sem muito brilhantismo, mas bastante comportado”,
segundo A Gazeta Esportiva,
frequentou o Externato Jardim São Paulo e o Colégio Santana. E fez algumas
artes.
Ayrton Senna com jipe
de pedal e irmã Viviane
“Certa vez, com apenas oito
anos de idade, dirigiu um caminhão de entrega de refrigerantes após ser
desafiado pelo motorista. Mais tarde, dando pela ausência demorada do filho,
Dona Neide (mãe de Ayrton) foi procurá-lo e achou-o bebendo refrigerante com o motorista”,
noticiou o periódico.
Anos depois, Viviane ainda
lembra do episódio. “O Ayrton era superativo e, ao mesmo tempo, muito tímido.
Essas características se traduziam em um menino muito criativo. Quando a gente
menos esperava, ele vinha com alguma arte, como dirigir ainda menino, sem nem
sequer alcançar os pedais”, contou.
Outro costume inusitado de
Ayrton, de acordo com a irmã, era testar a aderência dos tênis antes de
comprá-los dando arrancadas no piso das lojas. Apesar do gosto precoce pelo
automobilismo, Beco não deixava de brincar com Viviane, dois anos mais velha.
“Eu também era mais tímida e
comportada, mas a gente se divertia muito juntos. Teve uma ocasião em que
resolvi, com minhas amigas, meninas pequenas, fazer um batizado das bonecas.
Adivinha quem foi o padre?”, perguntou Viviane, descrevendo episódio retratado
em uma das fotos publicadas por A Gazeta
Esportiva.
Ayrton batizando a boneca da irmã Viviane aos 3 anos
“O Ayrton era um grande
companheiro na infância. Depois, mais jovem, continuou introvertido, mas
brincalhão e alegre. Vivia pregando peças nos companheiros de equipe e adorava
fazer brincadeiras em casa, com a família. Mesmo distante fisicamente, na Fórmula
1, manteve-se sempre presente e um grande amigo”, lembrou.
Uma das lembranças marcantes
de Bruno Senna, filho de Viviane, remete à irreverência do tio entre os
familiares. De acordo com o jovem, com passagem pela Fórmula 1, Ayrton se
aproveitava da desatenção dos parentes nas horas das refeições para colocar
pimenta nos alimentos.
Levado pelo pai Milton,
Ayrton costumava andar de kart em trechos da Marginal Tietê. Em 1973, o garoto
nascido em 1960 venceu o Torneio de Férias de Interlagos. Ele chegou a ser aprovado
no vestibular para o curso de Administração de Empresas da FAAP, mas trancou e
seguiu a carreira de piloto no exterior.
Com o cachorro Ford,
Ayrton Senna foi uma criança tímida e ao mesmo tempo superativa
Nos períodos de folga, Ayrton
retornava ao Brasil para comer o filé com alho de Dona Neide e o pão italiano
da Padaria Basilicata, no Bixiga. Nos últimos anos de vida, a rotina do piloto
incluía momentos de descanso ao lado da então namorada Adriane Galisteu.
Ayrton e Adriane em Angra dos Reis
Foto: Arquivo Pessoal Adriane Galisteu
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Ayrton foi morar no exterior muito jovem, aos 18 anos.
O episódio da pimenta nos alimentos que Bruno, o sobrinho de Ayrton, conta, não aconteceu com ninguém dos parentes e nem com ele, foi contato por um amigo de Ayrton.
Ayrton e Adriane moravam juntos quando aconteceu o acidente fatal.
FONTE PESQUISADA
SENDER, André; CECCON, Bruno. Menino Beco
tinha cachorro Ford e pilotava jipe de pedal. Disponível em: <http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2014/04/formula-1/menino-beco-tinha-cachorro-ford-e-pilotava-jipe-de-pedal.html>.
Acesso em: 04 de maio 2014.
FOTOS AYRTON SENNA NA INFÂNCIA
FOTOS AYRTON SENNA E ADRIANE GALISTEU
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