Ayrton e Adrriane
Foto: Gianni Giansantti
O Comunicado
Ayrton comunicou a família em
fevereiro de 1994 que ele e Adriane iriam viver juntos em Portugal e que
ficaria 6 meses sem vir ao Brasil visitar os pais Milton e Neide, algo que ele
nunca tinha feito antes, a família ficou ressentida. E disse ainda que ele e
Adriane iriam se casar. O pedido seria feito no começo da temporada Européia de
F1.
A partir daí tentaram de tudo
para impedir o casamento e começaram a planejar um verdadeiro complô.
Adriane passou a receber
ligações de uma pessoa que se identificava apenas como “Jorge”, ele a alertava
que estavam armando contra ela para “melar” o relacionamento dela com Ayrton.
O Pedido de Casamento
No dia 29 de abril de 1994, uma sexta-feira, a revista Caras edição 25 era lançada, Ayrton e Adriane abraçados na
capa. Essa revista era uma grande surpresa de Ayrton para sua amada, ele
simulou uma entrevista para pedi-la em casamento.
Na véspera da corrida
fatídica, no dia 30 de abril de 1994, em uma atitude desesperada, o irmão
de Senna, Leonardo, enviado pela família, levou para ele uma fita cassete no
quarto do hotel para dissuadi-lo de se casar com Adriane. Nela, havia a
gravação de uma conversa telefônica dela com um antigo namorado. Quem ouviu a
fita afirmou que não havia indícios de traição de Adriane.
O dialogo por telefone de Ayrton e Adriane
após ele ouvir a fita, ela estava na casa que viviam juntos em Portugal:
Falamos de nós. De saudade e
de amor. Trocamos juras apaixonadas.
- Preciso lhe dar umas
palmadas - disse ele.
- Palmadas? Por quê?
- Tenho muito a lhe dizer. A
lhe propor. A lhe oferecer - prosseguiu. - Devo estar aí às 20h30, por aí.
Quero passar a noite em claro. Vamos conversar até o amanhecer. Quero
convencê-la de que sou, disparado, o melhor homem de sua vida.
Ri, com aquele comentário
inesperado.
- Você não conhece os
outros... - brinquei.
- Vou provar-lhe que sou o
melhor.
Ayrton ligou para Jo Ramirez,
pedindo que ele providenciasse um helicóptero para levá-lo, logo depois da
corrida, do autódromo para o aeroporto de Bolonha, onde já pedira a Owen
O'Mahony que ele estivesse a postos com o avião. Senna queria estar logo com
Adriane em Portugal
Foi Ayrton quem tomou a
iniciativa de comentar com o amigo Braguinha, na manhã de domingo, no saguão do hotel
Castello, depois do café da manhã, as gravações que ouvira na noite anterior.
De acordo com Braguinha, Senna demonstrou uma mistura de "contrariedade e
resignação":
- Vou dar umas palmadas nela
pra ela parar de ficar dizendo bobagens.
Para Braguinha, Ayrton deu
sinais de que absorvera o episódio com serenidade. Senna teria ficado muito
mais chateado, naquele mesmo saguão, com Ron Dennis, que não lhe devolveu um
aceno:
- Puxa vida, trabalhei anos
com esse cara e ele finge que não me conhece.
Nove anos depois, Ron Dennis
confirmou a intenção:
- Foi frieza. Não fui rude
com ele, mas aquela frieza estava mesmo em mim.
Nota: Ron ficou chateado por
Ayrton ter deixado a McLaren em um momento que precisavam dele.
A mágoa de Ayrton com a família
Os grampos nos telefones de
Adriane deixou Ayrton extremamente irritado com a família.
Francisco Santos, amigo e
biografo de Ayrton, no prefácio do livro “Ayrton Senna do Brasil”:
Não abro a ferida dos
telefones grampeados pela família Senna e a gravação de Adriane com
seus ex-namorado. Depois de debater isso com outros pessoas e com Adriane em
outubro de 1994 na Alemanha, quando a levei a uma entrevista na RTL, parece-me
que essas conversas não teriam passado de uma molecagem entre amigos e nada
tiveram para manchar o amor de Ayrton.
Mais grave terá sido –
principalmente para Ayrton – o fato da família ter mandado grampear os
telefones de seu apartamento em São Paulo e de sua casa em Angra dos Reis. Isso
o terá desgostado muito, a ponto de, segundo informações que tive, lhe terem
provocado uma reação para depois de Imola, que jamais aconteceu.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RUBYTHON, Tom;
VLIET, Pierre
Van. Sa dernière histoire d'amour. Formula 1 Magazine, Paris,
numéro 11, 36-48, Excelsior - Automobiles Classiques, Avril 2002.
ALMEIDA, Cynthia de Almeida. Adriane
Galisteu, as melhores curvas de Senna. Revista Caras, São Paulo, nº 20, ano 1,
p. 2-10, Editora Abril, 25 de março 1994.
WILLIAMS, Richard. Ayrton Senna: the
gladiatorial virtuoso who still sets the standard. Disponível em:
<http://www.theguardian.com/sport/blog/2014/apr/30/ayrton-senna-death-formula-one-20-years>.
Acesso em: 02 de maio 2014.
LIMA, João Gabriel de. Os segredos de Senna. Veja, São Paulo, edição 1849, ano 37, nº 15, p.70-77. 14 de Abril 2004.
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro
de 1994.
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
MARTINS, Lemyr.
Uma estrela chamada Ayrton Senna. São
Paulo: Editora Panda, 2001.
FOTOS AYRTON SENNA E ADRIANE GALISTEU
Ah, se aquela sweat-shirt da primeira foto falasse...
ResponderExcluirFamília horrível!!!!
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