sexta-feira, 23 de maio de 2014

Os Últimos Momentos de Ayrton e Adriane juntos


Ayrton e Adrriane
Foto: Gianni Giansantti


O Comunicado

Ayrton comunicou a família em fevereiro de 1994 que ele e Adriane iriam viver juntos em Portugal e que ficaria 6 meses sem vir ao Brasil visitar os pais Milton e Neide, algo que ele nunca tinha feito antes, a família ficou ressentida. E disse ainda que ele e Adriane iriam se casar. O pedido seria feito no começo da temporada Européia de F1.

A partir daí tentaram de tudo para impedir o casamento e começaram a planejar um verdadeiro complô.

Adriane passou a receber ligações de uma pessoa que se identificava apenas como “Jorge”, ele a alertava que estavam armando contra ela para “melar” o relacionamento dela com Ayrton.

O Pedido de Casamento

No dia 29 de abril de 1994, uma sexta-feira, a revista Caras edição 25 era lançada, Ayrton e Adriane abraçados na capa. Essa revista era uma grande surpresa de Ayrton para sua amada, ele simulou uma entrevista para pedi-la em casamento.

Na véspera da corrida fatídica, no dia 30 de abril de 1994, em uma atitude desesperada, o irmão de Senna, Leonardo, enviado pela família, levou para ele uma fita cassete no quarto do hotel para dissuadi-lo de se casar com Adriane. Nela, havia a gravação de uma conversa telefônica dela com um antigo namorado. Quem ouviu a fita afirmou que não havia indícios de traição de Adriane.

O dialogo por telefone de Ayrton e Adriane após ele ouvir a fita, ela estava na casa que viviam juntos em Portugal:

Falamos de nós. De saudade e de amor. Trocamos juras apaixonadas.
- Preciso lhe dar umas palmadas - disse ele.
- Palmadas? Por quê?
- Tenho muito a lhe dizer. A lhe propor. A lhe oferecer - prosseguiu. - Devo estar aí às 20h30, por aí. Quero passar a noite em claro. Vamos conversar até o amanhecer. Quero convencê-la de que sou, disparado, o melhor homem de sua vida.
Ri, com aquele comentário inesperado.
- Você não conhece os outros... - brinquei.
- Vou provar-lhe que sou o melhor.

Ayrton ligou para Jo Ramirez, pedindo que ele providenciasse um helicóptero para levá-lo, logo depois da corrida, do autódromo para o aeroporto de Bolonha, onde já pedira a Owen O'Mahony que ele estivesse a postos com o avião. Senna queria estar logo com Adriane em Portugal

Foi Ayrton quem tomou a iniciativa de comentar com o amigo Braguinha, na manhã de domingo, no saguão do hotel Castello, depois do café da manhã, as gravações que ouvira na noite anterior. De acordo com Braguinha, Senna demonstrou uma mistura de "contrariedade e resignação":
- Vou dar umas palmadas nela pra ela parar de ficar dizendo bobagens.
Para Braguinha, Ayrton deu sinais de que absorvera o episódio com serenidade. Senna teria ficado muito mais chateado, naquele mesmo saguão, com Ron Dennis, que não lhe devolveu um aceno:
- Puxa vida, trabalhei anos com esse cara e ele finge que não me conhece.
Nove anos depois, Ron Dennis confirmou a intenção:
- Foi frieza. Não fui rude com ele, mas aquela frieza estava mesmo em mim.

Nota: Ron ficou chateado por Ayrton ter deixado a McLaren em um momento que precisavam dele.

A mágoa de Ayrton com a família

Os grampos nos telefones de Adriane deixou Ayrton extremamente irritado com a família.

Francisco Santos, amigo e biografo de Ayrton, no prefácio do livro “Ayrton Senna do Brasil”:

Não abro a ferida dos telefones grampeados pela família Senna e a gravação de Adriane com seus ex-namorado. Depois de debater isso com outros pessoas e com Adriane em outubro de 1994 na Alemanha, quando a levei a uma entrevista na RTL, parece-me que essas conversas não teriam passado de uma molecagem entre amigos e nada tiveram para manchar o amor de Ayrton.
Mais grave terá sido – principalmente para Ayrton – o fato da família ter mandado grampear os telefones de seu apartamento em São Paulo e de sua casa em Angra dos Reis. Isso o terá desgostado muito, a ponto de, segundo informações que tive, lhe terem provocado uma reação para depois de Imola, que jamais aconteceu.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

RUBYTHON, Tom; VLIET, Pierre Van. Sa dernière histoire d'amour. Formula 1 Magazine, Paris, numéro 11, 36-48, Excelsior - Automobiles Classiques, Avril 2002.

ALMEIDA, Cynthia de Almeida. Adriane Galisteu, as melhores curvas de Senna. Revista Caras, São Paulo, nº 20, ano 1, p. 2-10, Editora Abril, 25 de março 1994.

WILLIAMS, Richard. Ayrton Senna: the gladiatorial virtuoso who still sets the standard. Disponível em: <http://www.theguardian.com/sport/blog/2014/apr/30/ayrton-senna-death-formula-one-20-years>. Acesso em: 02 de maio 2014.

LIMA, João Gabriel de. Os segredos de Senna. Veja, São Paulo, edição 1849, ano 37, nº 15, p.70-77. 14 de Abril 2004.

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

MARTINS, Lemyr. Uma estrela chamada Ayrton Senna. São Paulo: Editora Panda, 2001.



FOTOS AYRTON SENNA E ADRIANE GALISTEU
















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