terça-feira, 1 de julho de 2014

"Senna Melhor Que Prost": Rivalidade Brasil X França Comanda Clima No DF

30/06/2014 19h18 - Atualizado em 30/06/2014 19h18
Globo Esporte globoesporte.globo.com
Por Heitor Esmeriz - Brasília

Com provocações dos dois lados, torcida brasileira adota Nigéria, mas Le Bleus, carrascos em três Copas, fazem a festa no fim com a vitória por 2 a 0

Em campo, França x Nigéria. Nas arquibancadas do Mané Garrincha, Brasil x França. Naturalmente, quando o time do coração está fora da disputa, a tendência é ficar do lado mais fraco. Mas os brasileiros tinham também outros motivos para adotar os africanos nesta segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. A rivalidade com os Bleus é antiga e prevaleceu na festa da torcida, com provocações dos dois lados. No fim, o apoio brasileiro não foi suficiente para a Nigéria superar o favoritismo francês. Vitória por 2 a 0 e vaga nas quartas. 

Brasileiro apela para o automobilismo para provocar franceses (Foto: Thiago Lavinas)

Se na bola os franceses levaram a melhor num passado recente, os brasileiros apelaram para o automobilismo para sair em vantagem nos argumentos. O gerente de logística Fábio Corte reviveu a histórica rivalidade entre Ayrton Senna e Alain Prost na Fórmula 1 durante os anos 80 e o início da década de 90. Com um capacete em referência ao piloto brasileiro, exibia uma faixa em inglês que, traduzida ao português, dizia que Senna é melhor que Prost. Uma opinião compartilhada até mesmo pelos franceses, segundo o autor da ideia. 


- Em campo está difícil ultimamente para o nosso lado. Eles têm levado vantagem. Então, resolvi levar para a pista que é melhor. Alguns deles (franceses) já concordaram que o Senna foi mais piloto – afirmou Corte, entre uma solicitação e outra de foto.

Além da tradicional ola, talvez tenha sido o único momento em que brasileiros e franceses mostraram sintonia. No restante do tempo, era cada um defendendo o seu lado. Enquanto os brasileiros lembravam dos cinco títulos mundiais, os europeus devolviam com um sinal de três, que poderia ter dois significados: o placar de 3 a 0 na final da Copa de 1998 ou as três vezes em que os Bleus passaram pelo Brasil em Mundiais (1986, 1998 e 2006). De um jeito ou de outro, faziam questão de reforçar a fama de algozes.

Mané Garrincha dividido entre França e Brasil, apesar do jogo com a Nigéria (Foto: Agência AP )

A preferência pelas Super Águias ficou clara desde o momento em que os times pisaram no gramado. Os gritos de “Nigéria, Nigéria” ecoavam por todo o estádio abafaram os cantos franceses, concentrados em um pequeno, mas barulhento grupo atrás de um dos gols. No momento dos hinos, admiração pela Marselhesa e empolgação com os nigerianos, mesmo sem saber a letra da canção.

Quando a bola rolou, vaia a cada toque de bola da França, principalmente para cima de Benzema, e aplausos a cada jogada dos africanos, mesmo que fosse um carrinho na lateral. Se a Nigéria ficava com a posse por mais tempo, então, os gritos de ‘olé, olé’ davam o tom. O grito de gol saiu, aos 18 minutos, com Musa, mas a arbitragem marcou impedimento.

Uma bola isolada para arquibancada também virou atração. Ela passou de mão em mão por alguns minutos. Cada um que a pegava, aproveitava para tirar uma foto. Os seguranças precisaram entrar em ação para recuperar a bola.

A torcida brasileira ia junto a cada ataque da Nigéria, mas quando o jogo esfriava, a iniciativa na arquibancada era dos azuis, que mostraram um repertório variado de canções, mas que sempre acabavam ofuscados pelas respostas: vaias, “Nigéria, Nigéria”, gritos de pentacampeão e o hit “Sou Brasileiro” reforçavam escolha dos brasileiros, que já estavam elegendo o goleiro Enyeama como xodó. Ele já havia parado Benzema duas vezes, Pogba uma...

Era o principal jogador da Nigéria em campo. Isso até soltar um escanteio na cabeça de Pogba. O gol, aos 34 minutos do segundo tempo, abriu o caminho para a vitória francesa e também foi a senha para os europeus irem à forra nas arquibancadas. Até a Colômbia, adversária do Brasil nas quartas de final, foi lembrada pelos europeus. Era a hora deles provocarem. Quem sabe o próximo confronto não seja em campo, pelas semifinais. Se as duas seleções avançarem, se cruzam por uma vaga na grande decisão. Após o apito final, enquanto os franceses celebravam a vitória sobre a Nigéria, os brasileiros deram o recado: “França, pode esperar, a sua hora vai chegar”.


FONTE PESQUISADA

ESMERIZ, Heitor. "Senna melhor que Prost": rivalidade Brasil x França comanda clima no DF. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/futebol/selecoes/franca/noticia/2014/06/senna-melhor-que-prost-rivalidade-brasil-x-franca-comanda-clima-no-df.html>. Acesso em: 30 de junho 2014.


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