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Por Heitor Esmeriz - Brasília
Com provocações dos dois lados, torcida
brasileira adota Nigéria, mas Le Bleus, carrascos em três Copas, fazem a festa
no fim com a vitória por 2 a
0
Em campo, França x Nigéria.
Nas arquibancadas do Mané Garrincha, Brasil x França. Naturalmente, quando o
time do coração está fora da disputa, a tendência é ficar do lado mais fraco.
Mas os brasileiros tinham também outros motivos para adotar os africanos nesta
segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. A rivalidade com os
Bleus é antiga e prevaleceu na festa da torcida, com provocações dos dois
lados. No fim, o apoio brasileiro não foi suficiente para a Nigéria superar o
favoritismo francês. Vitória por 2
a 0 e vaga nas quartas.
Brasileiro apela para o automobilismo para
provocar franceses (Foto: Thiago Lavinas)
Se na bola os franceses
levaram a melhor num passado recente, os brasileiros apelaram para o
automobilismo para sair em vantagem nos argumentos. O gerente de logística
Fábio Corte reviveu a histórica rivalidade entre Ayrton Senna e Alain Prost na
Fórmula 1 durante os anos 80 e o início da década de 90. Com um capacete em
referência ao piloto brasileiro, exibia uma faixa em inglês que, traduzida ao
português, dizia que Senna é melhor que Prost. Uma opinião compartilhada até
mesmo pelos franceses, segundo o autor da ideia.
- Em campo está difícil
ultimamente para o nosso lado. Eles têm levado vantagem. Então, resolvi levar
para a pista que é melhor. Alguns deles (franceses) já concordaram que o Senna
foi mais piloto – afirmou Corte, entre uma solicitação e outra de foto.
Além da tradicional ola,
talvez tenha sido o único momento em que brasileiros e franceses mostraram
sintonia. No restante do tempo, era cada um defendendo o seu lado. Enquanto os
brasileiros lembravam dos cinco títulos mundiais, os europeus devolviam com um
sinal de três, que poderia ter dois significados: o placar de 3 a 0 na final da Copa de 1998
ou as três vezes em que os Bleus passaram pelo Brasil em Mundiais (1986, 1998 e
2006). De um jeito ou de outro, faziam questão de reforçar a fama de algozes.
Mané Garrincha dividido entre França e Brasil, apesar do
jogo com a Nigéria (Foto: Agência AP )
A preferência pelas Super
Águias ficou clara desde o momento em que os times pisaram no gramado. Os
gritos de “Nigéria, Nigéria” ecoavam por todo o estádio abafaram os cantos
franceses, concentrados em um pequeno, mas barulhento grupo atrás de um dos
gols. No momento dos hinos, admiração pela Marselhesa e empolgação com os nigerianos,
mesmo sem saber a letra da canção.
Quando a bola rolou, vaia a
cada toque de bola da França, principalmente para cima de Benzema, e aplausos a
cada jogada dos africanos, mesmo que fosse um carrinho na lateral. Se a Nigéria
ficava com a posse por mais tempo, então, os gritos de ‘olé, olé’ davam o tom.
O grito de gol saiu, aos 18 minutos, com Musa, mas a arbitragem marcou
impedimento.
Uma bola isolada para
arquibancada também virou atração. Ela passou de mão em mão por alguns minutos.
Cada um que a pegava, aproveitava para tirar uma foto. Os seguranças precisaram
entrar em ação para recuperar a bola.
A torcida brasileira ia junto
a cada ataque da Nigéria, mas quando o jogo esfriava, a iniciativa na
arquibancada era dos azuis, que mostraram um repertório variado de canções, mas
que sempre acabavam ofuscados pelas respostas: vaias, “Nigéria, Nigéria”,
gritos de pentacampeão e o hit “Sou Brasileiro” reforçavam escolha dos
brasileiros, que já estavam elegendo o goleiro Enyeama como xodó. Ele já havia
parado Benzema duas vezes, Pogba uma...
Era o principal jogador da
Nigéria em campo. Isso até soltar um escanteio na cabeça de Pogba. O gol, aos
34 minutos do segundo tempo, abriu o caminho para a vitória francesa e também
foi a senha para os europeus irem à forra nas arquibancadas. Até a Colômbia,
adversária do Brasil nas quartas de final, foi lembrada pelos europeus. Era a
hora deles provocarem. Quem sabe o próximo confronto não seja em campo, pelas
semifinais. Se as duas seleções avançarem, se cruzam por uma vaga na grande
decisão. Após o apito final, enquanto os franceses celebravam a vitória sobre a
Nigéria, os brasileiros deram o recado: “França, pode esperar, a sua hora vai
chegar”.
FONTE PESQUISADA
ESMERIZ, Heitor. "Senna melhor que
Prost": rivalidade Brasil x França comanda clima no DF. Disponível em:
<http://globoesporte.globo.com/futebol/selecoes/franca/noticia/2014/06/senna-melhor-que-prost-rivalidade-brasil-x-franca-comanda-clima-no-df.html>.
Acesso em: 30 de junho 2014.
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