Folha de São Paulo - 23 de outubro de 1994
MT
DA REPORTAGEM LOCAL
Adriane Galisteu não faz
planos para sua vida após o lançamento de seu livro, em novembro.
Sem trabalhar desde que
começou a namorar com Ayrton Senna e afastada da família do piloto, a modelo
tem contado com a ajuda de amigos para viver.
Para ela, o livro, que será
também lançado na Austrália, Portugal, Argentina e França, "é um primeiro
passo" para se reestruturar financeiramente.
Folha - Com o Ayrton, você
viveu num mundo frequentado por príncipes e estrelas de Hollywood. Daqui para a
frente, quem é que vai te agradar?
Adriane - Eu adoraria
saber... Claro, tenho 21 anos. Se hoje não consigo gostar de alguém, sei que,
um dia, isso pode acontecer.
Folha - Você quer ser mãe?
Adriane - Sim, queria ter uns
oito filhos...
Folha - Houve problemas entre
você e a família Senna?
Adriane - Durante o tempo em
que a gente estava juntos, de jeito nenhum. Depois, eu não falo.
Folha - Você acha que será
acusada de oportunismo?
Adriane - O que me importa é
a visão das pessoas que amaram o Ayrton verdadeiramente.
Folha - Você não teme que sua
imagem fique para sempre associada à de Senna?
Adriane - Isso vai ser
eterno. Eu não temo isso, mas me orgulho. Agora, não serei eu quem vai usar o
nome e a privacidade dele.
Folha - Está preparada para
ganhar dinheiro com o livro?
Adriane - A minha intenção
não é essa. Se eu não precisasse de nada, escreveria dois exemplares, um para
mim, outro para o Braga (o empresário Antonio Carlos de Almeida Braga, amigo de
Senna e que hospedou Adriane em Portugal após a morte do piloto).
Folha - Você disse "se não
precisasse de nada"...
Adriane - Eu perdi tudo.
Parei no tempo, vivi a vida do Ayrton por um ano e meio, larguei meu trabalho.
Agora, tenho de recomeçar, inclusive materialmente.
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O livro “Caminho das
Borboletas” foi um meio que Adriane encontrou de recomeçar. Ela perdeu tudo.
Adriane seria a esposa de Ayrton, foi extremamente feliz com o campeão e da
noite para o dia tudo mudou e se tornou um verdadeiro pesadelo. A partir de então encontrou pela
frente dor, desespero, desrespeito, e abandono, rejeição e humilhações da família
de seu amado, além dos julgamentos... O grande amigo de Ayrton, Braga e sua família ajudaram Adriane. Eles foram verdadeiros anjos em sua vida.
"Fiz este livro, porque
achei que devia isto aos verdadeiros fãs do Ayrton. Eu recebia 200 cartas por
semana de todos os lugares do mundo. A segunda ideia que me levou a
fazê-lo foi a de recomeçar minha vida e esta, foi a maneira mais
verdadeira que eu encontrei.", diz Adriane sobre o porque de contar sua
história em entrevista a revista Top Teen.
O livro é lindo, foi o
recomeço de Adriane, que havia perdido tudo, e como disse uma fã: “A história do
grande amor de Ayrton vive para sempre nesse livro”. Leiam a declaração completa
de uma fã italiana sobre o livro “Caminho das Borboletas”:
"Adriane e Ayrton viviam
juntos... ele lhe adicionou como dependente de seu cartão de crédito . Como sua
companheira, ela mudou sua vida. Ayrton estava curtindo mais a vida. Depois do
acidente fatal, amigos de Senna, Antonio Braga e sua esposa, ajudaram Adriane a
reconstruir sua vida, inclusive profissionalmente. Ela tinha apenas 21 anos e
morou com o casal e suas filhas em Portugal por um período. Ela não conseguia
dormir, então sua mãe que também passou uma temporada por lá, tentava acalmá-la
ficando com ela no mesmo quarto e cama. Adriane lembra que o quarto "foi
pintado com a cor favorita de Ayrton, que era como uma lembrança dele para
ela", então ela estava totalmente deprimida. Antonio Braga depois de algum
tempo, sugeriu que ela escrevesse um livro sobre sua vida, sua longa história
de amor com Ayrton. Ela gravou algumas fitas lembrando aqueles momentos doces
da vida em comum, e era uma espécie de terapia para ela, um escritor fez o
resto, transformando seus depoimentos em escrita. A história do grande amor de
Ayrton vive para sempre nesse livro."
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FONTE PESQUISADA
Adriane Galisteu: "Parei no tempo,
devo recomeçar" . Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/10/23/esporte/11.html
>. Acesso em: 26 de janeiro 2015.
Campeão insubstituível. Top Teen, São Paulo, edição 9, Ano 1, p. 4-5.
Campeão insubstituível. Top Teen, São Paulo, edição 9, Ano 1, p. 4-5.
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