20/08/2015 09h57 -
Atualizado em 20/08/2015 10h58
Em entrevista à revista oficial
da FIA, tetracampeão mundial conta que sondou ídolo brasileiro sobre
possibilidade de ser seu piloto, quando planejava montar equipe Prost
Por GloboEsporte
Paris, França
Senna e Prost em revista "Auto" (Foto: Reprodução)
Imagine uma equipe chamada
“Prost” tendo Ayrton Senna como
principal piloto. A combinação entre os nomes que protagonizaram a maior
rivalidade da história da Fórmula 1 teria chances de virar realidade, não fosse
o acidente fatal com o ídolo brasileiro em Ímola, em 1994. Quem garante é o
próprio francês Alain Prost.
Em entrevista à revista “AUTO”, da Federação Internacional de Automobilismo, o
tetracampeão mundial refletiu sobre sua carreira na categoria e revelou que
dias antes do fatídico GP de San Marino sondou o antigo rival sobre a
possibilidade de comandá-lo em uma equipe. Mal sabia Senna que, naquela época,
o "Professor", aposentado, já estava negociando a compra da Ligier,
que viraria "Prost" três anos depois.
- Engraçado... Talvez uma
semana antes do acidente nós estávamos conversando no telefone e eu disse ao
Ayrton: “Sabe, seria engraçado se um dia eu tivesse uma equipe e você pudesse
ser meu piloto”. E nós rimos disso. Naquela época eu já estava negociando a
compra da Ligier, no começo de 94. Seria fantástico, definitivamente -
confessou.
Alain Prost como chefe da equipe Prost, no GP da França de
1997 (Foto: Getty Images)
Inimigos declarados nas
pistas, Prost e Senna se tornaram amigos fora dela pouco antes do francês se
aposentar. O episódio do GP da Austrália que encerrou a temporada de 1993 foi
simbólico. Na corrida que marcou a última apresentação do “Professor” na F-1 e
a última vitória do brasileiro, o tricampeão chamou o rival para ficar com ele
no degrau mais alto do pódio. Era o começo de uma relação de amizade, tão
intensa quanto rápida, interrompida pela tragédia de maio de 1994.
- Nosso relacionamento foi excepcional, especialmente comparado a quando estávamos correndo! E garanto que nossa relação seria muito, muito boa se Ayrton ainda estivesse conosco. Não há dúvidas disso – disse Prost demonstrando sentimento de carinho, segundo a revista.
- Nosso relacionamento foi excepcional, especialmente comparado a quando estávamos correndo! E garanto que nossa relação seria muito, muito boa se Ayrton ainda estivesse conosco. Não há dúvidas disso – disse Prost demonstrando sentimento de carinho, segundo a revista.
Alain Prost e Ayrton Senna fazendo as pazes no GP da
Austrália de 1993 (Foto: Getty Images)
A equipe Prost só virou
realidade em 1997. O projeto durou até 2001. Nesse período, foram 83 GPs
disputados e três pódios, dois com o francês Olivier Panis e um com o italiano
Jarno Trulli - nenhuma vitória. O tetracampeão mundial garante não ter muita
saudade desse período. Segundo o “Professor”, ter tido uma equipe de Fórmula 1
foi o “grande erro” de sua vida.
- Três meses depois de eu
começar a equipe tivemos alguns bons resultados e quase vencemos uma corrida.
Mas aos meus familiares e amigos próximos eu dizia “Estou morto”. Eu sabia
desde o começo, eu sabia... Conhecia muito bem a Fórmula 1, conhecia muito bem
o país. Foi meu grande erro. Se eu cometi um erro, foi este. Seria muito melhor
não ter feito isso. Deveria ter desistido no último minuto. Dois dias antes de
assinar o contrato eu não queria mais, mas tínhamos um projeto com a Peugeot e
um contrato de cinco anos de motores grátis e muito desenvolvimento. Eles voltaram
dois dias antes de eu assinar e passou a ser apenas três anos e eu tinha que
pagar pelo motor. No fim, fiquei feliz em parar.
Olivier Panis no GP do Brasil de 1997, primeiro pódio da
equipe Prost (Foto: Getty Images)
Curiosamente, apesar da
experiência ruim com a equipe própria na F-1, Prost voltou a se aventurar
recentemente no meio. Consultor da montadora francesa Renault, o tetracampeão
mundial fundou, em parceria com o compatriota Jean Paul Driot, dono da DAMS, a
equipe "e.dams", para competir na Fórmula E, recém-criado campeonato
de carros elétricos da FIA, onde dividem as responsabilidades de direção e
chefia do time. E em apenas um ano, o novo projeto tem tido mais sucesso do que
a primeira empreitada: a e.dams foi campeã do Mundial de Equipes da categoria
na temporada de estreia.
Alain Prost, chefe da equipe e.dams, com o troféu da Fórmula
E em Londres (Foto: Divulgação)
FONTE PESQUISADA
GLOBO ESPORTE - Alain Prost revela que
cogitou ser chefe de Senna: "Seria engraçado". Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2015/08/alain-prost-revela-que-cogitou-ser-chefe-de-senna-seria-engracado.html>.
Acesso em: 20 de agosto 2015.
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