sábado, 15 de agosto de 2015

Andretti Lembra Tempos de F1 ao Lado de “Grande Amigo” Senna e Diz Que Categoria Hoje “Virou Uma Bagunça”

Andretti e Senna foram companheiros de equipe na McLaren em 1993

Michael Andretti foi um dos últimos companheiros de equipe de Ayrton Senna na F1 e disputou parte da temporada de 1993 antes de ter sido dispensado pela McLaren. O norte-americano, dono de equipe em categorias como Indy e F-E, lamentou o momento atual da principal classe do automobilismo mundial

Michael Andretti nos dias atuais

Grande Prêmio - grandepremio.cloudapp.net
07/08/2015 11:33

Enquanto esteve na F1, Michael Andretti disputou apenas 13 corridas na temporada 1993. Seu desempenho não foi dos mais animadores, bem longe das grandes performances apresentadas na Indy, antes e depois da sua passagem pela McLaren. Da F1, Andretti demonstra não sentir falta alguma e inclusive é um dos críticos do momento atual da categoria, que considera ter virado uma “grande bagunça”. Mas o mesmo não se pode dizer do seu companheiro de equipe à época, Ayrton Senna. “Um grande amigo meu”.

A saída de Gerhard Berger da McLaren ao fim de 1992 para voltar à Ferrari abriu espaço para a contratação de um jovem e promissor piloto norte-americano. Assim, a escuderia britânica contratava Andretti para ser o novo companheiro de equipe de Senna num momento em que a escuderia deixava de lado a parceria vitoriosa com a Honda e entrava numa fase de transição, trazendo os motores fabricados pela Ford, os mesmos da Benetton de Michael Schumacher.

Michael Andretti disputou parte da temporada 1993 da F1 como piloto da McLaren (Foto: Divulgação)

Andretti, no entanto, teve muitas dificuldades de adaptação à categoria e ao carro em si. Tendo um companheiro de equipe duríssimo como Senna, as comparações eram inevitáveis, e o norte-americano não resistiu à pressão, o que influiu diretamente no seu desempenho. Foram poucos resultados animadores. Curiosamente, o melhor deles foi o terceiro lugar no GP da Itália, sua última corrida na F1. Depois disso, Michael foi dispensado pela McLaren, que elevou ao posto de titular o então reserva, o finlandês Mika Häkkinen, futuro bicampeão do mundo.

Andretti é dono hoje de uma das equipes mais vencedoras da Indy e tenta trilhar o mesmo caminho de sucesso na F-E, a categoria dos carros elétricos. Satisfeito com sua participação no automobilismo nos dias de hoje, o ex-piloto e dirigente, com 52 anos, não tem motivos para elogiar a fase atual da F1, pelo contrário. “Tenho que dizer que é uma grande bagunça agora”, afirmou ao site ‘Top Gear’, da emissora britânica BBC.

“Eles cometeram um erro permitindo que os engenheiros protagonizassem as regras e tudo mais. Ainda é a maior categoria de automobilismo do mundo, mas eles precisam mudar. Deixaram as coisas muito caras. Com esse motor, eles praticamente dobraram os custos das equipes clientes. É um dinheiro estúpido e, para quê?”, questionou.

Preocupado com os rumos da F1, Andretti clamou por mudanças. “Então é evidente que você sempre vai ouvir as queixas de que os carros hoje são muito fáceis de guiar. Eles precisam mudar as regras e fazer novamente com que um carro de F1 seja difícil de guiar e mais rápido do que qualquer outra coisa.”

Sobre Ayrton, as lembranças são as melhores possíveis, sobretudo depois que Michael foi dispensado da McLaren dias após a corrida em Monza. “Ele era grande e se tornou um grande amigo meu. Ele foi um grande defensor meu, mesmo quando deixei a McLaren, ele deu uma coletiva de imprensa na corrida seguinte dizendo o quanto fui tratado injustamente, dizendo que eu fui um dos seus melhores companheiros de equipe. Ele não foi obrigado a fazer isso, ele o fez apenas porque sentiu que deveria ter feito.”

Michael Andretti em ação na sua última corrida como piloto de F1, em Monza (Foto: Forix)

“Senna era um companheiro muito duro porque claro que ele provavelmente foi um dos melhores pilotos que já existiu, então ter sido comparado a ele foi muito difícil. Mas, novamente, eu estava sendo comparado com o melhor, e uma grande parte do tempo que estávamos testando, eu tinha um bom ritmo em relação a ele, e isso me fazia sentir bem. Então, quando começava a corrida, ficava 1s ou 2s longe do seu ritmo. Mas ele era um cara de muita qualidade”, ressaltou.

Senna ajudando Andretti com dicas sobre o carro

Andretti e Senna foram companheiros de equipe na McLaren em 1993
Foto: LAT

Andretti e Senna foram companheiros de equipe na McLaren em 1993

Foto: Arquivo Pessoal Michael Andretti

Andretti e Senna foram companheiros de equipe na McLaren em 1993

Michael Andretti é filho do campeão de fórmula 1 de 1978, Mario Andretti

Michael Andretti decepcionado na equipe McLaren

Mario Andretti com a equipe McLaren

Mario Andretti hoje

Mario Andretti hoje

Questionado pela publicação a respeito do atual momento da McLaren, Andretti partiu em defesa da Honda. A montadora japonesa fornece os motores para seus carros na Indy e, conhecendo o trabalho da fábrica em Sakura, aposta que logo os bons resultados vão surgir. “É difícil dizer se é a McLaren ou a Honda. Acho que a Honda está empregando um grande esforço. Eles são nossos parceiros na Indy, são muito agressivos e não gostam de perder. Acho que eles vão dar a volta por cima”, finalizou.


FONTE PESQUISADA

GRANDE PRÊMIO - Andretti lembra tempos de F1 ao lado de “grande amigo” Senna e diz que categoria hoje “virou uma bagunça”. Disponível em: <http://grandepremio.cloudapp.net/f1/noticias/andretti-lembra-tempos-de-f1-ao-lado-de-grande-amigo-senna-e-diz-que-categoria-hoje-virou-uma-bagunca>. Acesso em: 14 de agosto 2015. 

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