Essas malas estavam com
Ayrton Senna em Ímola na Itália, a última corrida de sua vida
Essas são imagens das malas de Ayrton Senna na sua última corrida de
Fórmula 1 em 1994. Ou seja, a
malas que estavam com Ayrton em Ímola. Na primeira foto vemos o
macacão de corrida da Williams sem o nome dos cigarros Rothmans que foi utilizado
por ele nas 3 primeiras corridas daquele ano e sim o genérico Racing, a ser usado
em pistas onde a propaganda de tabaco era proibida.
Ayrton Senna conversa com o tricampeão
Niki Lauda sobre a segurança na fórmula 1, na manhã de domingo, do dia 01 de
maio de 1994, a
poucas horas de seu fatídico acidente. Reparem que Ayrton usa a mesma camisa e
certamente a calça que estão arrumadas na mala
*
Além disso, vemos também
luvas de competição, balaclava, tênis e roupas do dia-a-dia como calça
jeans, camisa social e um pequeno pacote de lenços de papel, no canto esquerdo
da foto.
Na segunda mala, essa de mão,
Ayrton levava seus objetos pessoais, como uma Bíblia, diversas credenciais de
acesso onde se lê numa delas o nome da Williams, um gibí do seu recém criado
personagem Senninha, agenda, algo que parece ser um porta-passaporte,
caneta Mont Blanc, cartões de crédito, um pequeno porta-earplug para
amenizar o barulho dos motores e algo que parece um colírio junto à alguns bottons de
seu capacete.
Em 2004 a Família Senna
organizou uma exposição sobre ele no Shopping Eldorado de SP que acredito ter
sido a mais completa de todas que já fizeram. Além de todos os troféus tinha a
Mclaren de 1990, a
Lotus de 1987 e a Lotus de 1986. Nessa exposição estavam expostas essas duas
malas, exatamente da maneira que estão na foto. Talvez essas fotos possa ser da
exposição. Na exposição, a descrição contava que a mala de roupas estava em
Imola e que o Ayrton tinha organizado ela dessa maneira para que assim que
acabasse a corrida, ele pegasse o helicóptero, ele deixou, inclusive, no cabide do motorhome da Williams, uma outra calça e camisa que seriam usadas na viagem.
Ayrton Senna com sua mala de mão em Ímola 1994
E porque Ayrton estava com
tanta pressa?
Estaria indo direto de Imola
para Paul Ricard na França para um futuro teste de uma nova
versão do [carro] Williams FW16, como especulado por um fã
Não!
O melhor amigo de Senna, o
ex-coordenador técnico da McLaren, Jo Ramirez, revela que Ayrton estava ansioso
para encontrar Adriane depois da corrida
Ayrton e Adriane
Trecho a seguir extraído do
livro "Ayrton Senna, o herói revelado":
Apesar da frieza de Ron,
Ayrton ainda mantinha laços com a McLaren, a ponto de, na véspera, ter ligado para Jo Ramirez, pedindo que ele
providenciasse um helicóptero para levá-lo, logo
depois da corrida, do autódromo para o aeroporto de
Bolonha, onde já pedira a Owen O'Mahony que
ele estivesse a postos com o avião. Senna queria
estar logo com Adriane em Portugal e justificou ao
velho amigo Jo:
- Espero que você não repare
eu estar te ligando e te pedindo esse favor, agora que
saí da McLaren. É que esse pessoal da Williams não
faz nada pelos pilotos. Somos apenas empregados.
*
Antes de conhecer a namorada Adriane
Galisteu, Ayrton Senna era muito solitário. Em depoimento ao livro Ayrton, o
herói revelado, Nuno cobra [amigo pessoal e preparador físico do campeão] resumiu a infelicidade e solidão de
Ayrton com um episódio:
Ayrton: "Sabe qual é o meu maior
amigo, Nuno?"
Nuno: " Não. Qual?"
Ayrton: "É a mala."
Ayrton se referia ao ritual
solitário nos hotéis do mundo, quando chegava ao quarto, abria a mala,
tirava dela um pequeno aparelho de som e punha logo uma fita ou CD para
tocar, para só depois verificar o tipo da cama, as instalações do banheiro, o
telefone, a vista e a maciez dos colchões. Ele tinha de ter música sempre, e
a mala era sua companheira. A partir daquele dia, algumas
despedidas de Senna e Nuno teriam a marca da solidão:
- Lá vamos eu e a mala.
Ayrton solitário com sua mala em um fim de semana de
Grande Prêmio, vídeo de 1990:
Em 1993, os dias de solidão chegam ao fim, nessa imagem Adriane acompanha Ayrton e carrega a mala de
mão do campeão em um dos muitos grandes prêmios de fórmula 1 que o
acompanhou
Vídeo - Ayrton e sua amada Adriane na
Austrália em 1993: fim da solidão
É tocante pensar: as malas arrumadas por Ayrton
continuam do mesmo jeito que ele as
deixou. As malas já prontas,
organizadas, para que no fim da corrida se
encontrasse com sua amada Adriane Galisteu.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INÁCIO, José. As malas de
Ayrton Senna. Disponível em: <http://joseinacio.com/2015/05/01/as-malas-de-ayrton-senna/>.
Acesso em: 04 de agosto 2015.
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói
revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.
Vendo essas imagens...doi muito
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