quarta-feira, 18 de maio de 2016

O Piloto Rubens Barrichello Recorda Jantar Inesquecível Com Ayrton Senna e Adriane Galisteu



TRADUÇÃO LIVRE

Ayrton era alguém que eu admirava muito. Ele foi um grande campeão e, quando penso nele, eu o vejo sorrindo olhando para mim. Essa é a minha lembrança mais forte dele, mas o melhor momento que tive com ele foi no GP da Austrália, em 1993. Christian Fittipaldi, Ayrton, eu e nossas namoradas saímos para jantar em um lugar no centro de Adelaide, longe o suficiente de nossos hotéis para ter de conduzir.

Eu sabia que Ayrton era um pouco brincalhão, porque eu tinha ouvido falar coisas sobre jogar maletas de helicópteros [na verdade, foi Berger que jogou uma malete de Senna], eu pessoalmente ainda não tinha visto isso - e eu queria ir!

Fomos em três carros (alugados) separados e eu falei para Christian antes de sair que eu ia bater na traseira do carro de Ayrton, no caminho para o restaurante, apenas para ver qual seria sua reação.

Assim, no primeiro semáforo que passamos, fui trovejante (forte, estrondoso – referente a som) na parte traseira de seu carro – bam! (Barrichello explicou que bateu forte na traseira do carro de Senna) Mas não houve reação dele ou Adriane [namorada de Senna], que estava no banco do passageiro.

Em seguida, Christian teve de ir para o próximo semáforo - bam! Mais uma vez, não houve reação de Ayrton . Ele continuou a dirigir muito lentamente por todo o trajeto em direção ao restaurante. Eu pensei que ele deve ter tido um dia ruim ou algo assim.

De qualquer forma, tivemos um jantar muito divertido, uma boa refeição italiana. Em seguida, Ayrton levantou-se, dizendo que ele tinha que voltar para o hotel , porque ele tinha alguns trabalhos a fazer antes de ir dormir. Ele disse que não queria dividir a conta (Senna pagou a conta) e nos pediu para ficar um pouco mais e nos divertir. Não tem problema, nós dissemos. Ele e Adriane foram embora.

Olhei para fora da janela enquanto ele dirigia para longe para vê-lo invertendo direto em direção ao meu carro - acidente. Sua vingança! A parte da frente era uma verdadeira bagunça. Você não vai acreditar o tamanho do problema que me meti com a Hertz (empresa de locação de veículos) quando eu entreguei o carro de volta.




IDIOMA ORIGINAL

Ayrton was someone I admired very much. He was a great champion and, when I think of him, I see his smiling face staring down at me. That is my strongest memory of him but the best time I had with him was at the Australian Grand Prix in 1993. Christian Fittipaldi, me Ayrton and our girlfriends went out to dinner somewhere in the centre of Adelaide, far enough away from our hotels to have to drive.

I knew that Ayrton was a bit of a practical joker because I had heard stuff about throwing briefcases out of helicopters [actually it was Berger throwing Senna's briefcase] but I hadn't seen it myself - and I wanted go!

We drove in three separate cars and I told Christian before leaving that I was going to bump into the back of Ayrton's car on the way to the restaurant, just to see what sort of reaction we would get out of him.

So,at the first set off traffic lights, I went thundering into the back of his car  - bam! But there was no reaction from him or Adriane [Senna's girlfriend], who was in the passenger seat.

Then Christian had a go at the next traffic lights - bam! Again, there was no reaction from Ayrton. He continued to drive quite slowly through the traffic towards the restaurant. I thought he must have been having a bad day or something.

Anyway, we had a really fun dinner, a nice Italian meal. Then Ayrton stood up, saying that he had to get back to his hotel because he had some work to do before going to bed. He said he didn’t want to split up the party and asked us to stay a little longer and enjoy ourselves. No problem, we said. Off he and Adriane went.

I glanced out of the window as he drove away to see him reversing flat-out towards my car – crash. His revenge! The front was a real mess. You cannot believe how much trouble I got into with Hertz when I handed the car back.

Senna’s logic was that the Williams was now the dominant car and would be for a long time. He prepared to join the team.



FONTE PESQUISADA

HILTON, Christopher. Memories of Senna: Anecdotes and insights from those Who knew him.  Sparkford: Haynes Publishing, 2011.



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