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29 de junho de 2016
Companheiros na McLaren de
1990 até 1992, austríaco viu engenheiro que indicou ser colocado no carro do
brasileiro
Dono de apenas três vitórias
nos três anos que esteve ao lado de Ayrton Senna na McLaren, Gerhard Berger
revelou em uma coluna ao site oficial da McLaren que o time acabou lhe
preterindo após a indicação do engenheiro Giorgio Ascanelli para a equipe.
Enfrentando um início difícil
de temporada em 1990, ele falou com o chefe da equipe, Ron Dennis, sobre seu
trabalho com Ascanelli na Ferrari. Sua indicação foi levada a sério, mas não da
maneira que ele imaginava.
“O carro foi construído para
o Prost, por isso com o meu tamanho... Na verdade, isso não deveria ser uma
desculpa, mas haviam algumas coisas que não eram boas para mim. Mas quero
deixar bem claro: Ayrton foi o melhor que eu”, falou. “Só estou dizendo que
enfrentei algumas coisas.”
“E aqui está outra coisa.
Quando eu estava na Ferrari, meu engenheiro era Giorgio Ascanelli. Nós
trabalhamos bem juntos, e ele entendia exatamente o que eu precisava. Eu dizia
a ele, 'o carro está fazendo isso aqui’, e depois ia embora para a festa.
Voltava no dia seguinte e o carro estava mudado completamente, graças às ideias
do Giorgio.”
“Quando vim para a McLaren Eu
tinha um engenheiro muito bom, Steve Hallam. Mas ele estava acostumado a
trabalhar com o Prost, que falava: "preciso que você altere o roll-bar,
altere as molas e etc’. Prost era da velha escola, e eu estava acostumado com a
nova escola, os com computadores e com os engenheiros fazendo os cálculos.
Então, eu me vi tendo um pouco de dificuldade em acertar o carro. Estava
faltando o Giorgio.”
“Então eu fui para o Ron
Dennis e disse: 'tinha um grande engenheiro na Ferrari, e eu acho que devemos
contratá-lo. Acho que realmente melhoraria as coisas para mim’. Então, Ron o
trouxe a bordo e começou a trabalhar com Ascanelli. Mas um dia, Ron veio até
mim e disse: 'tenho uma boa notícia e uma má notícia, o que você gostaria de
ouvir primeiro?’ Eu disse: 'a boa notícia, claro’. Ele disse: 'Ascanelli está vindo’.
Eu disse: 'Fantástico! E qual é a má notícia?’ E Ron disse: ‘A má notícia é que
ele vai estar no carro do Ayrton...”
“Isso para mim foi um ponto
crucial. Assim, o peso ficou cada vez mais do lado do Ayrton, e eu estava cada
vez mais com dificuldades. No entanto, eu mantive meu temperamento. Eu vi os
pontos fortes de Ayrton, e vi que, em geral, toda a equipe foi fantástica
comigo. Eu tinha um ótimo relacionamento com Mansour Ojjeh (acionista da
McLaren), mas também com a mecânica. Eles eram a minha família. Com Ayrton,
pensei apenas tentar ser melhor, eu não culpo a equipe ou a Honda ou qualquer
outra coisa.”
A boa ação mal recebida
No GP do Japão de 1991, no
qual Senna se sagrou campeão pela terceira vez, Berger estava na pole mas
acabou sendo superado pelo brasileiro no meio da prova. Com o título garantido
após o abandono de Nigel Mansell no início da corrida, Ayrton deixou Berger
passar após um pedido do chefe, Ron Dennis.
Berger disse que não sabia do
acerto dos dois, e achou o episódio injusto. “No Japão, eu estava na pole e
estava liderando a corrida. Mas tive um escapamento quebrado.”
“Ayrton me ultrapassou. Estava
em segundo e ainda com o escapamento quebrado, quando ele ficou lento no final.
Eu pensei que ele tinha tido um problema de combustível ou algo assim. Pensei
que aquela ultrapassagem era justa, então passei.”
“Eu não sabia naquela hora
que ele estava me deixando vencer. Eu não gosto disso. Se eu soubesse, teria
freado. Nós teríamos parado ambos os carros antes da linha de chegada, e talvez
quem estivesse atrás ganharia a corrida.”
FONTE PESQUISADA
MOTORSPORT - Berger revela como teve
engenheiro ‘roubado’ por Senna. Disponível em: <http://br.motorsport.com/f1/news/berger-revela-como-teve-engenheiro-roubado-por-senna-793452/>.
Acesso em: 29 de junho 2016.
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