O preparador físico Nuno
Cobra durante o funeral do piloto Ayrton Senna na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo
Foto: Gazeta Press, 05/05/1994
Trecho a seguir extraído do
livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu:
O preparador físico de Ayrton é uma figuraça, um filósofo do corpo e da mente, que tem gente que chama de
louco, mas que compreendeu que a vida só pode ser vivida com equilíbrio.
Entendo todo o desespero dele diante do caixão, naquele sombrio dia de maio.
Quando voltei a falar com o Nuno, um dos poucos amigos do Ayrton que
continuaram me procurando, ele me contou que passou dez dias sem comer, cinco
dias sem dormir e que só voltou à vida normal porque a mulher e os filhos
cobraram-lhe a responsabilidade com a família. Nuno disse mais: que a reação
dele era a de um escultor, um Donatello, que de repente visse seu David
despedaçado.
- O Ayrton foi minha
obra-prima.
Aquele menino raquítico que,
em 1984, não agüentava 25 minutos de exercício, mas que precisava de repente se
sentar ao volante de um Toleman e resistir a duas horas de prova, que desmaiou
ao final de uma corrida na África do Sul, que passou mal em Hockenheim,
transformou-se num homem rijo, forte mas elástico, peitoral, bíceps,
tríceps flexíveis, o que faz a diferença desses mastodontes de academia.
"O músculo tem de ser inteligente", resumia Nuno.
Nuno e Senna trabalharam
juntos durante muito tempo na preparação física e espiritual do piloto (Foto:
Arquivo pessoal)
Nuno Cobra no Lançamento de
“Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu
FONTE PESQUISADA
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A.,
novembro de 1994.
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