sábado, 25 de junho de 2016

Professor Nuno Cobra Se Desespera Com Morte de Ayrton Senna

O preparador físico Nuno Cobra durante o funeral do piloto Ayrton Senna na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Foto: Gazeta Press, 05/05/1994

Trecho a seguir extraído do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu:

O preparador físico de Ayrton é uma figuraça, um filósofo do corpo e da mente, que tem gente que chama de louco, mas que compreendeu que a vida só pode ser vivida com equilíbrio. Entendo todo o desespero dele diante do caixão, naquele sombrio dia de maio. Quando voltei a falar com o Nuno, um dos poucos amigos do Ayrton que continuaram me procurando, ele me contou que passou dez dias sem comer, cinco dias sem dormir e que só voltou à vida normal porque a mulher e os filhos cobraram-lhe a responsabilidade com a família. Nuno disse mais: que a reação dele era a de um escultor, um Donatello, que de repente visse seu David despedaçado.

- O Ayrton foi minha obra-prima.

Aquele menino raquítico que, em 1984, não agüentava 25 minutos de exercício, mas que precisava de repente se sentar ao volante de um Toleman e resistir a duas horas de prova, que desmaiou ao final de uma corrida na África do Sul, que passou mal em Hockenheim, transformou-se num homem rijo, forte mas elástico, peitoral,  bíceps, tríceps flexíveis, o que faz a diferença desses mastodontes de academia. "O músculo tem de ser inteligente", resumia Nuno.


Nuno e Senna trabalharam juntos durante muito tempo na preparação física e espiritual do piloto (Foto: Arquivo pessoal)

Nuno Cobra no Lançamento de “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu





FONTE PESQUISADA

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário