Entrevista de Giorgio Terruzzi (autor do livro Suite 200. L'ultima notte di Ayrton Senna – Suite 200. A última noite de Ayrton Senna) a Gino Consorti para a revista mensal do Santuário de San Gabriele - "L'eco di San Gabriele" em junho de 2014.
Chegamos a esse trágico fim de semana em Imola. O
que você lembra de uma maneira particular?
Tudo. Parecia quase uma distração de Deus... Nada
aconteceu durante 10 anos [mortes em um final de Semana de corrida na Fórmula
1], enquanto na sexta-feira houve um acidente muito grave, a morte de Roland
Ratzenberger no sábado e outro incidente imediatamente após a largada. Então o
acidente de Senna...
Naqueles dias, você notou sinais incomuns no
comportamento de Senna?
Todos olhamos e observamos atentamente tudo o que
Senna fez nesse fim de semana. Naquele domingo, no entanto, todos os pilotos
estavam entre aspas perturbados. Um colega [deles] estava realmente morto. Eu,
no entanto, também sou da idéia de que um piloto, quando ele está no grid de
largada, pensa apenas em correr. Ou seja, não é possível que essas pessoas mantenham
a percepção do perigo em conjunto, de luto e corrida. Se assim fosse, eles
iriam imediatamente para casa. Então eu acho que Senna pensou em vencer a
corrida naquele dia. Quer dizer que, como todos, estava preocupado e perturbado
por uma morte e com a precária segurança do circuito, certamente não há dúvida.
No momento da largada você estava perto de seu carro.
Que tipo de sensação [do Senna] você registrou?
Normalmente, não quero dar muita importância à
dietrologia [palavra em italiano que significa teoria da conspiração – busca
por motivos ocultos], digo no entanto que, para todos naquele momento, era uma
situação pesada. E pois é difícil distinguir os vários graus de tensão. Só lembro
de um ar [de Senna] de grande preocupação. Repito, a coisa extraordinária que
acontece quando há um acidente na pista é a velocidade com a qual tudo é
ignorado. No momento em que a corrida começa, todo tipo de escória é jogada
fora, caso contrário você não fica dentro [da corrida]. Naquele dia, durante os
procedimentos para a largada, a atmosfera era sombria mas a corrida restituiria
tudo.
Após a morte de Roland Ratzenberger na prática
[treinos livres] no sábado, Senna através de seu patrão Frank Williams pediu a
direção da prova para cancelar a corrida...
É verdade, mas foi rapidamente posto de lado porque
é muito difícil adiar um grande prêmio por muitas razões complexas.
Também para sua companheira Adriane Galisteu, no
final da sessão de qualificação do sábado, Senna confessou a intenção de não
correr...
Sim, embora à
noite, com base em outros testemunhos, por ocasião de várias reuniões com Frank
Williams e sua comitiva [amigos que o acompanhavam], Senna mostrou que de alguma forma havia metabolizado a
idéia de correr.
Sobre a noite: houve outro episódio que perturbou o
campeão brasileiro. Leonardo, o irmão mais novo de Ayrton, o fez ouvir uma
gravação telefônica "quente" entre sua companheira Adriane e um de
seus ex...
Esse episódio representou o vínculo que Senna teve com
sua família, especialmente com seu pai, uma figura patriarcal com caminhos e
pensamentos antigos. Pelo que eu saiba na gravação não havia nada além do que
atingiu o gesto. É como dizer: olhe Ayrton que também governamos isso, não
queremos esse seu relacionamento.
Por quê?
Eles sempre viram mulheres se aproximando de Ayrton
enquanto as pessoas tentavam aproveitar a situação. Esta garota, eu digo garota porque era muito jovem, eu
entendo que isso poderia fazer você pensar sobre isso, mas ao mesmo tempo, no
entanto, era também a mulher com quem Senna vivia e com quem ele estava bem.
Eu, de fato, como muitos outros, nunca vi Ayrton tão sereno como naquela época.
Foi a mulher que finalmente o acompanhava nas pistas. aos 34 anos, ele também
pode considerar a hipótese de dar uma importância diferente a uma relação
sentimental. Foi surpreendente que sua família, seu irmão enviado pela família,
não parasse mesmo em um dia tão fatal. Por exemplo, ele poderia aguardar o fim
da corrida [para mostrar as gravações e discutir com o irmão]... Em vez disso,
era uma missão que foi, no entanto, levada até o fundo [até as últimas
consequências] naquele momento. Isso dá
a mistura da intenção de sua família.
Seu pai, depois de lhe dar um kart quando criança,
mais tarde mostrou uma contração à escolha de Ayrton para ser um piloto. Tanto é assim, que o fez voltar da Inglaterra para o Brasil para colocá-lo atrás de uma
mesa em uma loja de material de construção...
Sim, aconteceu depois do primeiro ano de corrida na
Inglaterra. Seu pai, em geral, era um pouco bivalente, por um lado, ele tinha
que dar-lhe o kart e iniciá-lo para o esporte [em alguma atividade esportiva,
pois Senna foi uma criança hiperativa], mas, por outro lado, percebeu, tarde,
que o pequeno kart libertou uma alegria, um talento [em Senna] . Ele [o pai] estava,
portanto, um pouco triste porque sabia os riscos que enfrentava e então provavelmente
tinha outros planos para ele [Senna]. Ele [o pai] era um homem habituado a controlar
e gerenciar tudo e isso produzia [nele: no pai] uma desconfiança em relação
àqueles que tentavam entrar nesse relacionamento entre pai e filho, família-campeão.
Obviamente para nós de fora, é impossível explicar completamente a dinâmica de
um relacionamento familiar.
"Se você faz, faça bem". Na sua opinião, o
que afetou a existência de Ayrton essa "crença" que seu pai Milton
repetia frequentemente na família ...
Certamente, era a chave da vida. Senna era uma
pessoa que não podia dar ao luxo de fazer nada de errado [errar], nem beber
café... Mas voltando a Adriane o extraordinário é que até hoje esta menina é
tratada como uma intrusa, uma interesseira, quando todas as pessoas próximas a
Ayrton [se referindo a família do Ayrton] estavam cientes que era uma história
realmente importante. Talvez ele tivesse se casado com ela, certamente era
muito importante para ele.
Depois de ouvir essa fita, Senna telefonou para
Adriane, como ela revelou mais tarde...
Sim, e ele havia se arrumado para sair imediatamente
após a corrida para encontrá-la na casa que eles tinham em Portugal. Um lugar
escolhido para viver livremente seu relacionamento, porque no Brasil, com
controle parental, não era possível.
Os tons dessa chamada [entre Senna e Adriane na véspera do dia fatídico] como eram?
Eu diria piada, também porque ela era uma menina muito feliz. Visto de Ímola, a situação era claramente muito pesada, mas ela,
que estava a milhares de quilômetros de distância, não tinha percepção de toda
essa bagunça e, acima de tudo, ela não sabia que eles tinham feito essa
gravação e feito Ayrton ouvi-la... Então seu tom era isso de alguém que talvez
tentasse animá-lo um pouco.
Capa da Revista "L'eco di San Gabriele" de junho/2014
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Intervista a Giorgio Terruzzi
di Gino Consorti
L'eco
di San Gabriele – Nº6 Giugno 2014 – Anno 102
Arriviamo a quel tragico weekend di Imola. Cosa
ricordi in modo particolare?
Tutto. Sembrò quasi una distrazione di Dio... Non
era sucesso nulla per 10 anni mentre il venerdi ci fu un incidente gravissimo,
la morte di Roland Ratzenberger il sabato e un altro incidente subito dopo la
partenza. Poi I'incidente di Senna...
In quei giorni cogliesti qualche segnale inusuale
nel comportamento di Senna?
Noi tutti guardiamo e riguardiamo con attenzione
tutto ciò che Senna fece in quel weekend. Quella domenica, però, tutti i piloti
erano tra virgolette disturbati. Era infatti morto un loro collega. Io, però,
sono anche dell'idea che un pilota, quando si trova sulla linea di partenza,
pensi esclusivamente a correre. Cioè non è possibile, per questa gente, tenere
assieme la percezione del pericolo, di un lutto e il correre. Se fosse così
andrebbero immediatamente a casa. Credo quindi che Senna quel giorno pensasse a
vincere la corsa. Che poi, come tutti, fosse preoccupato e disturbato da una
morte, dalla sicurezza precaria del circuito, è sicuramente fuor di dubbio.
Tu al momento della partenza eri vicino alla sua
macchina. Che tipo di sensazione registrasti?
Solitamente non voglio dare troppa importanza alla
dietrologia, dico comunque che per tutti in quel momento era una situazione
pesante. E pois è difficile distinguere i vari gradi di tensione. Ricordo solo
un'aria di grande preoccupazione. Ripeto, la cosa straordinaria però che accade
quando c'è un incidente in pista è la velocità con la quale viene accantonato
il tutto. nel momento in cui inizia la gara ogni tipo di scoria viene gettata
fuori, altrimenti non ci stai dentro. Quel giorno durante la procedura di
partenza I'atmosfera era cupa, ma la corsa avrebbe poi azzerato tutto.
Dopo la morte di Roland Ratzenberger nelle prove del
sabato, Senna tramite il suo patron Frank Williams aveva chiesto alla direzione
corsa di annullare la gara...
È vero, ma la cosa fu rapidamente accantonata perché
è molto difficile rinviare un gran premio a causa di tante e complesse ragioni.
Anche alla sua compagna Adriane Galisteu, al termine
delle qualifiche del sabato, Senna aveva confessato I'intenzione di non
correre...
Si, anche se nella serata, sulla scorta di altre
testimonianze, in occasione di variincontri avuti con Frank Williams e il suo
entourage, Senna mostrò di aver in qualche modo metabolizzato l'idea di
correre.
A proposito di serata: ci fu un altro episodio che
turbò non poco il campione brasiliano. Leonardo, fratello minore di Ayrton, gli
fece ascoltare una registrazione telefonica "scottante" tra la
compagna Adriane e un suo ex...
Quell'episodio rappresentava il legame che Senna
aveva con la sua famiglia, soprattutto con suo padre, una figura patriarcale
dai modi e dal pensare antico. Da quello che ho saputo nella registrazione no
c'era niente di che ma ciò che colpiva era il gesto. E come dire: guarda Ayrton
che noi governiamo anche questo, noi non vogliamo questa tua relazione.
Perchè?
Loro hanno sempre visto le donne che si avvicinavano
ad Ayrton come delle persone che tentavano di approfittarsi della situazione.
Questa rapazzina, dico rapazina perché era molto giovane, capisco che potesse
far pensarse a quello ma nello stesso tempo, però, era anche la donna con la
quale Senna viveva e con la quale stava bene. Io, infatti, al pari di tanti
altri, non avevo mai visto Ayrton sereno come in quel periodo. Era la donna
finalmente portava in pista. a 34 anni può anche essere che abbia valutato
l'ipotesi di dare un'importanza diversa a una relazione sentimentale. Era
dunque sbalorditivo che la tua famiglia, tuo fratello mandato dalla famiglia,
non si fermasse neanche in un giorno così funesto. Ad esempio poteva aspettare
la fine della gara... Invece era una missione che andava comunque portata in
fondo in quel momento. Questo dà la mistura dell'intenzione della sua famiglia.
Suo padre, dopo avergli regalato un kart da bambino,
successivamente si mostrò contratio alla scelta di Ayrton di fare il pilota.
Tant'è che lo fece tornare dall'Inghilterra in Brasile per metterlo dietro una
scrivania nella sua impresa di costruzioni...
Sì, accadde dopo il primo anno di corse in
Inghilterra. Suo padre tutto sommato era un po'bivalente, da una parte era
stato lui a regalargli il kart e avviarlo verso questo sport, dall'altra però
si era reso conto, tardi, che quel piccolo go-kart aveva liberato una gioia, un
talento. Era dunque un po' pentito perché sapeva i rischi a cui andava incontro
e poi probabilmente aveva altri progetti su di lui. Era un uomo abituato a
controllare e a gestire tutto e questo ha prodotto una diffidenza nei confronti
di chi cercava di entrare in quel rapporto tra padre e figlio, famiglia-campione.
Ovviamente per noi dal di fuori è impossibile spiegare completamente le
dinamiche di un rapporto familiare.
"Se lo fai, fallo bene". A tuo avviso
quanto ha inciso nell'esistenza di Ayrton questo "credo" che suo
padre Milton spesso ripeteva in famiglia...
Sicuramente era la chiave della vita. Senna era uno che
non poteva permettersi di fare male niente, neanche bere un caffè... Ma
tornando ad Adriane la cosa straordinaria è che ancora oggi questa ragazza
viene trattara come una intrusa, una approfittattice quando invece tutte le
persone vicine ad Ayrton erano consapevoli che si trattasse di una storia
veramente importante. Forse l'avrebbe sposata, sicuramente era molto importante
per lui.
Dopo aver ascoltato quel nastro Senna telefonò ad
Adriane, come ha rivelato lei successivamente...
Si, e aveva organizzato di partire subito dopo la
corsa per raggiungerla nella casa che avevano in Portogallo. Un luogo scelto
per vivere liberamente il loro rapporto in quanto in Brasile, con il controllo
dei genitori, non era possibile.
I toni di quella telefonata come furono?
Direi scherzoni, anche perché le era una ragazza
molto allegra. Vista de Imola la situazione era chiaramente molto pesante, ma
lei che stava a migliaia di chilometri di distanza non aveva certo la
percezione di tutto quel casino e soprattutto non sapeva che avevano fatto
ascoltare quella registrazione ad Ayrton... Quindi il suo tono era quello di
una che forse provava a tirarlo un po' su di morale.
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FONTE PESQUISADA
CONSORTI, Gino. L'ultima notte di Ayrton
Senna. L'eco
di San Gabriele, santuário de San Gabriele, ano 102, nº 6,
p.12-18. Junho de 2014.
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