Naquela entrevista que Adriane Galisteu concedeu a
Miriam Dutra, então correspondente da TV Globo na Europa, ao ser perguntada
sobre os planos do casal, se eles falavam sobre casamento e filhos, Adriane
respondeu: "Nós tínhamos muito o que conversar e muito o que se falar.
Muito o que ser feliz." Por que ela disse isso? Por causa das últimas
conversas que os dois tiveram. Em uma outra entrevista ela falou que nesses últimos dias os dois
disseram coisas que não diziam no começo do namoro. A relação foi ficando muito
séria, o amor muito forte, a relação foi crescendo muito. Em seu livro Adriane
descreve um trecho dessas duas conversas – que somadas duraram mais de 4 horas.
Nesse trecho fica claro que Ayrton iria a propor em casamento naquele mesmo dia
que morreu, que seria também o dia que os dois se reencontrariam em Portugal e
começariam uma nova vida na Europa:
"Tenho muito a lhe dizer. A lhe propor. A lhe
oferecer - prosseguiu. - Devo estar aí às 20h30, por aí. Quero passar a
noite em claro. Vamos conversar até o amanhecer. Quero
convencê-la de que sou, disparado, o melhor homem de sua vida."
O amor dos dois era muito forte, eram muito felizes,
portanto esse era o caminho natural mesmo dessa relação.
Algumas questões sobre essa decisão do Ayrton:
Quanto a família Senna vocês podem imaginar porque e
o quanto estavam tão tensos, nervosos, preocupados, tentando separá-los. Eles
não queriam esse casamento. O casal morava em São Paulo e se mudaram para Portugal, para ficarem bem longe da família dele. E lá Ayrton pediria Adriane em casamento, no dia que se reencontrassem.
Outra coisa, sobre a imprensa: eles já perturbavam o
Ayrton quanto a vida pessoal dele, imagina se soubessem que ele iria se casar.
Ele tentou despistá-los.
"Desde pequena eu sonhei com casamento. Sempre
imaginei aquela coisa da Igreja, do vestido branco. Cresci achando que esse dia
iria chegar. Com todos os meus namorados eu achei que ia casar. Aos 14 anos eu
coloquei uma aliança no dedo e cheguei em casa dizendo que estava noiva. Quase
levei uma surra do meu pai. No final, não rolou casamento e eu quase morri.
Achei que nunca mais encontraria alguém. Depois conheci outro e pensei “ah, é
com ele que eu vou casar”. O engraçado é que nunca pensei em namorar, relaxar.
Sempre quis casar. Eu tive namoros longos, sempre com o pé no altar, tomando
susto do destino. Com o Ayrton, com quem eu tinha certeza que iria casar, levei
uma trombada de frente.
" - Adriane Galisteu (Revista Trip, 1998).
FONTE PESQUISADA
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994.
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994.
Revista Trip, #66, Ano 12, 1998
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