FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL
DO ENVIADO ESPECIAL
São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994
Folha de São Paulo - folha.uol.com.br
O resultado da autópsia realizada ontem no corpo do piloto não deixa dúvidas. Ratzenberger morreu com o impacto de seu carro no muro de concreto da curva Villeneuve, a mais de 300 km/h.
Segundo os médicos, em nenhum momento depois do choque Roland recobrou seus sinais vitais. As massagens cardíacas realizadas ainda na pista não tiveram efeito. Ratzenberger morreu no autódromo –clínica e legalmente, pela legislação italiana.
A FIA e a Foca omitiram essa informação. O corpo do piloto foi embarcado num helicóptero e transferido para o hospital Maggiore, de Bolonha.
O teatro incluiu massagens cardíacas no lado direito do peito de Roland. Oficialmente, ele morreu oito minutos depois de ser hospitalizado. Esse curto espaço de tempo, de certa forma, exime o hospital de uma suposta participação na farsa montada pelos dirigentes.
Oito minutos foi o tempo necessário para remover seu corpo do helicóptero, colocá-lo numa ambulância, levá-lo até a ala de traumatologia e subir de elevador até a unidade de reanimação.
Se fosse declarada sua morte no circuito, a Justiça Italiana interditaria imediatamente o autódromo para a abertura de inquérito.
A morte de Ratzenberger foi "transferida" para o hospital, livrando o GP da ameaça de suspensão. Se não tivesse sido enganada pela FIA e pela Foca, a Justiça da Itália poderia ter impedido a realização da prova que matou Ayrton Senna, 34, e feriu mais dez pessoas. Uma delas, um torcedor atingido por um pneu do carro de Pedro Lamy, está em coma.
(FG)
FONTE PESQUISADA
GOMES, Flávio. Dirigentes omitiram morte de Ratzenberger. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/esporte/4.html>. Acesso em: 03 de novembro 2019.
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