quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Nova Máquina de Ayrton Senna Revista Manchete Junho/1993


A Nova Máquina de Ayrton Senna Revista Manchete Junho/1993

O Casal é perfeito. Ele, o campeão de todas as pistas. Ela, a número um em todas as curvas. Mas há afinidades maiores na vida amorosa de Ayrton Senna e Adriane Galisteu, a máquina humana na vida do campeão. A começar pelas virtudes que tem em comum, que vão do fascínio pela natureza ao gosto por um relacionamento tão franco quanto possível. Sempre que podem eles se curtem um ao outro, na curtição que é a paradisíaca mansão de Senna em Angra dos Reis, na costa sul do Rio de Janeiro. Nessas horas, Ayrton esquece a guerra
Das corridas da F1, onde este ano tenta a mágica de um titulo quase impossível. E Adriane tira as passarelas de modelo do seu
Horizonte. É um autentico pitstop amoroso, do qual Manchete registra com exclusividade as cenas de uma paixão explícita.

Ney Bianchi.

O trio inseparável Adriane Galisteu, Ayrton Senna e a cadelinha Kinda, na prainha que deságua na mansão de Angra. Os raros Amigos que freqüentam a casa do piloto dizem que ele “está numa boa”. O próprio Senna não esconde isso e nos últimos tempos Adriane encaixou-se como uma personagem indispensável na vida e nas temporadas de lazer do campeão.

- Que conselhos você daria a um piloto que está começando na F1?

-“Nenhum. Não adianta. Não sou desses de ensinar técnicas. Cada um tem que aprender por si só. Não existem duas pessoas iguais no mundo. Portanto cada qual assimila as coisas à sua maneira, de acordo com sua formação. É no dia-a-dia da F1 que os novatos têm que buscar melhores lições, descobrir o que é
bom e ruim para eles... é com eles mesmo... É lá é que vão ver se tem algum talento ou não.”

- Aprender a conviver com a lei das selvas das corridas?

- “Não é bem assim – retruca. – Na F1 existe muita pressão, disputas entre pilotos, mecânicos, chefes de equipe, um patrocinador contra o outro. É um mundo diferente, onde tudo tem que estar certinho a tempo e a hora. Mas é um mundo – à sua moda – civilizado, moderno, com regras que temos que respeitar, um mundo que exige inteligência, coragem, determinação e uma formação técnica apurada de todos os seus habitantes. Temos que aprender a conviver com todos e seguir as regras.”

- Você já pensou em se mudar do Brasil?

-“Porque faria isso? Nunca pensei isso, moro com Adriane em São Paulo e viajo pelo mundo quando tenho corridas, tenho uma casa em Portugal, mas só passo curtas temporadas de alguns dias. Nunca pensei em me mudar do Brasil. Só se tivesse um motivo muito forte eu me mudaria pra outro pais. E também eu tenho negócios aqui, em São Paulo, e meu lazer é em Angra”


A Empresa a Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos, ocupa 5 andares num moderno prédio em São Paulo, onde o seu Helicóptero é o único a usar o heliporto ali disponível. A empresa tem cerca de 5 funcionários bilíngüe (português e inglês) e é presidida pelo seu pai,, Milton da Silva. O irmão Leonardo, é o responsável pelos negócios mais novos da empresa. Seu primo Fábio é responsável pelas relações internacionais. Tudo ali funciona – em instalações muito luxuosas e modernas – a tempo e a hora.

Pergunto se já pensou em abandonar as corridas.

- “Não, ainda não é hora. Acho que posso competir até 40 anos. Mas isso não quer dizer que vou fazer assim. Posso parar bem antes daqui à 2 ou 3 anos. Até 40 anos acho viável para vencer corridas, ser campeão e competitivo. Apenas é o que considero viável para um piloto de  F1.”

- Qual é seu ídolo?

-“Juan Manuel Fangio, um homem reto, um campeão completo, um exemplo para todos os desportistas de todos os esportes.”

Ayrton e Adriane, confirmo, é lua de mel, sim. Eles vivem em uma vida de recém casados. E não me perguntem pelas obsoletas instituições sócias do noivado e do casamento.

Não colocou objeções quanto à publicação das fotos dessa reportagem. As namoradas de antigamente não tiveram esse privilégio, nenhuma. Senna não gostava de ser visto ou fotografado com namoradas.


Da ultima vez que vim a Angra,
Olhando para Adriane descreveu-me a sua mulher ideal:
“É a que sabe dividir todos os instantes do relacionamento, ser parceira em tudo. Claro que há o lado físico, a beleza. Mas a beleza
acaba, no fundo, o que fica, o que realmente une um casal, fortalece o relacionamento íntimo, é a capacidade que o homem e a mulher têm de somar, em tudo e por tudo.” Adriane estava a seu lado e nesse momento ganha um afago do campeão, como numa confissão pública de que ela preenchia todos os requisitos da mulher de seus sonhos.

Dirão vocês: “Ela é uma bruxa, hipnotizou o Senna.”

Fiquem certos de que bruxa ela não é, porque se fosse até eu ia querer ir para o inferno que, de resto, mesmo sem Adriane, deve ser o maior
Barato. O que pode acontecer é ela ter uma magia,  ter alguma coisa de maga, tal sorte que tem dado a ele ultimamente. E em vários GPs, ao vivo.

Adriane se esquiva de falar do namorado, sempre faz tudo de acordo com a vontade de Ayrton. Como modelo profissional ela poderia se aproveitar. Não faz e não quis. Desde que assumiu compromisso sério com Senna, ela ficou reclusa, e tudo que faz pede seu consentimento e ele analisa os contatos de trabalho dela.
Ayrton é uma espécie de empresário artístico dela. Almeja algo maior para sua carreira do que apenas tirar fotos publicitárias.

Lembro-me do dia que falei com ele sobre casamento ele respondeu-me:

“Pode ser hoje, amanhã, daqui a alguns meses... Não são as corridas que vão influenciar nisso.”

Mas, a seguir, foi enigmático:

“Não há data nem lugar marcado – riu um riso meio zombeteiro como quem diz: “Se vocês não descobrirem, eu não digo...”

Mas Ayrton deixou uma pista:

Ele olhou nos olhos de Adriane. Olhou olho no olho com Adriane. Ela corou, ficou muito vermelha. Tenho certeza que arquivou o recado. E quem conhece Senna,
sabe que ele é o cara dos de repente. Pode acontecer casamento e ninguém ficar sabendo. E namorado repentista é fogo... não é mesmo Adriane?


FONTE PESQUISADA

BIANCHI, Ney. Adriane, a nova máquina de Senna. Revista Manchete, Rio de Janeiro, Nº2.151, ano 42, p. 04 – 09, Editora Bloch, 26 de junho 1993.

Ayrton Senna e Adriane Galisteu namoraram um ano e meio. Os dois moravam juntos quando o piloto sofreu o acidente que o matou, em 1994.


5 comentários:

  1. Que fofo! Que legal ter provas desse lado apaixonado do Senna.Torna ele menos mito e mais humano.Nossa,estou adorando!

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  2. -“Porque faria isso? Nunca pensei isso, moro com Adriane em São Paulo e viajo pelo mundo quando tenho corridas, tenho uma casa em Portugal, mas só passo curtas temporadas de alguns dias. Nunca pensei em me mudar do Brasil. Só se tivesse um motivo muito forte eu me mudaria pra outro pais. E também eu tenho negócios aqui, em São Paulo, e meu lazer é em Angra”

    Eles nao tinham ideias em viver em Portugal?
    Ja li isso em varioso sitios.

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    1. Segundo o Braguinha,amigo da família,quando ele brigou com os irmãos Viviane e Leonardo,ele cogitou passar a temporada européia toda em Algarve,vindo para o Brasil só pra negócios.
      Ele tava chateado de não poder,aos 34 anos,fazer suas próprias escolhas e achava que já tava na hora de cortar o cordão umbilical.E em relação a Adriane,ele só poderia fazer dar certo,se terceiros não ficassem importunando.Ele sempre dizia que com Adriane iria ser diferente do que foi com a outra.Alguns achavam que essa "outra" era a Xuxa.Vai saber,né?

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    2. Ele nao queria sair do Brasil, era muito patriota. A casa de portugal era para temporadas na Europa. Mas pelo que dizem, se a familia ficasse pertubando a privacidade dele com Adriane, ele iria sim ficar morando uns tempos em Portugal

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  3. Senna era um piloto fantástico, mas como pessoa era melhor ainda. Ainda hoje, passados quase 20 anos ainda não acredito que ele morreu, tinha tanto para dar, tanto para fazer e não merecia ter perdido a vida. Fico feliz de saber que a Adriane deu a volta por cima. E do que tenho lido fico horrorizada com o que a família Senna fez e tem feito com o nome de Ayrton Senna, é uma vergonha. Ele não merecia isso! Que descanse em paz.

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