Impressionado com torcida brasileira a
Ayrton Senna no Brasil em 1994
14/09/2012 08h45 - Atualizado em 14/09/2012 12h07
Globo
Esporte - m.globoesporte.globo.com
Brabham disputou o GP do Brasil de F-1 em 1994 e hoje pilota no
Mundial de Endurance (Foto: Divulgação)
Por Alexander Grünwald e Felipe Siqueira
São Paulo
Filho do tricampeão mundial
de Fórmula 1 Jack Brabham, David Brabham está de volta a Interlagos após 18
anos. Neste fim de semana, ele guiará o protótipo da Honda nas Seis Horas de
São Paulo, etapa brasileira do Mundial de Endurance, o WEC, ao lado do ex-F-1
Karun Chandhock e do britânico Peter Dumbreck. A prova será disputada neste
sábado, a partir do meio-dia, com transmissão ao vivo e na íntegra do SporTV 3. A última vez que David
havia pilotado no circuito paulista foi no GP do Brasil de F-1 de 1994. Naquela
ocasião, ficou impressionado com o apoio da torcida a um piloto que, assim como
seu pai, detinha três títulos mundiais: Ayrton Senna.
- Corri aqui no GP do Brasil
de 1994 na Simtek. Ficamos em 12º, e eu gostei muito. Quando corri, o Senna
estava na Williams e o apoio que ele teve da torcida foi simplesmente incrível.
Nunca esquecerei daquela atmosfera que ele gerava - conta o piloto.
Mas, para David Brabham, a
mesma paixão que rende elogios também merece críticas. Para ele, muitos
brasileiros têm o costume de só aceitar a vitória e acabam deixando seus
compatriotas de lado na hora que mais precisam: nos momentos difíceis. Ele cita
o caso de Felipe Massa. Idolatrado em 2008 quando, por um ponto, quase
quebrou o jejum verde-amarelo de títulos, o brasileiro da Ferrari convive com
críticas em razão das dificuldades que enfrenta na temporada atual. Massa é o
10º colocado no campeonato com 47 pontos, enquanto seu companheiro Fernando
Alonso é o líder com 179.
Para David, Felipe precisa de apoio
- Torcedores brasileiros são bem apaixonados. Eles querem ver sucesso dos pilotos. E isso é um pouco duro, porque se caso eles não vencerem, muitos tendem a dizer “jogue este no lixo” e procure por outra pessoa. Agora que o Felipe Massa precisa de apoio, não sei se os brasileiros estão dando. Ele, definitivamente, está passando por dificuldades. E é nessa hora que as pessoas precisam de apoio, porque a velocidade e o comprometimento já estavam lá antes. E é comum em qualquer esporte perder confiança depois de um grave acidente. Ele voltou e provavelmente não é o mesmo, mas está chegando lá. Não sei o que a Ferrari vai fazer, mas acredito que ele tenha um ano melhor em 2013 - analisa o veterano.
David teve uma passagem curta, discreta e difícil na F-1. Ao todo foram 24 GPs na principal categoria do automobilismo mundial. Ingressou em 1990 na equipe fundada pelo próprio pai, a Brabham, que enfrentava sérios problemas financeiros. Depois de três anos ausente, retornou em 1994 pela pequena Simtek. Novamente, David vivenciou a realidade de um time com dificuldades econômicas. No entanto, enfrentou dramas bem maiores naquele ano: a perda do companheiro de equipe, Roland Ratzenberger, e do brasileiro Ayrton Senna no fatídico fim de semana do GP de San Marino.
- A Formula 1 foi uma época difícil. Entrei na Brahbam, o que foi um excelente momento, defender a equipe do meu pai. Mas o time estava piorando e piorando, sem dinheiro. Na Simtek, novamente uma equipe com poucos recursos, e então perdemos Ratzenberger e depois Senna. Do nosso ponto de vista, perdemos dois companheiros, parte da família. Foi difícil para todos se recuperarem – revela o piloto que nasceu em Londres, mas pilota com nacionalidade australiana, terra natal dos pais.
Novos ares
Depois da fase dura na F-1, David encontrou a felicidade nos carros de turismo e protótipos. Disputou campeonatos de turismo na Inglaterra e no Japão, onde foi campeão. Seguiu para os Estados Unidos para a American Le Mans Series (um dos campeonatos que deram origem ao atual WEC) e venceu diversas vezes a prova Petit Le Mans. Em 2009 faturou a tradicional 24 Horas de Le Mans pela Peugeot, pilotando o modelo 908 HDi com o espanhol Marc Gené e o austríaco Alexander Wurz. Hoje, aos 47 anos, encara o desafio do Mundial de Endurance, lançado este ano. A bordo do protótipo HPD ARX 03a da Honda na equipe JRM, o herdeiro dos Brabhahm sabe que uma vitória em São Paulo é praticamente impossível em razão da forte concorrência dos carros da Audi e Toyota. Mas sonha com um pódio.
Protótipo da equipe JRM, de David Brabham, Karun Chandhok e Peter Dumbreck, no Mundial de Endurance em SP 14/09/2012 | (Foto: Divulgação)
- Agora nos carros esporte o ambiente está melhor, estou mais feliz. É muito difícil vencer, porque Audi e Toyota estão muito fortes. Mas podemos ter uma boa corrida, atrás dos híbridos e se algum deles tiver problemas, um pódio será uma meta possível, caso tudo corra perfeitamente. A cada corrida ficamos mais fortes. Às vezes damos um passo para trás, mas dois para frente. A equipe está conhecendo esse tipo de corrida, esse tipo de carro, e isso leva tempo. Então no fim do campeonato estaremos mais fortes, vamos esperar para ver. Mas estamos nos sentindo mais confortáveis - avalia o competidor.
FONTE PESQUISADA
GRÜNWALD, Alexander; SIQUEIRA, Felipe. De volta ao Brasil, filho de Brabham lembra de Ayrton e defende Massa. Disponível em: <http://m.globoesporte.globo.com/motor/noticia/2012/09/de-volta-ao-brasil-para-o-wec-filho-do-tri-jack-brabham-defende-massa.html?hash=5>. Acesso em: 13 de agosto 2014.
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