Não escondi dele um detalhe da minha vida pessoal -
faço questão de ser leal em tudo, em termos de relacionamento. Mas uma urgência
me pressionava. Com ou sem Ayrton Senna (essa mística ainda me apavorava), era
hora de pôr um ponto final nos dramas e vaivéns do meu passado amoroso.
Fiz minha trouxa e comecei a me mudar - gradualmente, de
forma a não produzir feridas e mágoas, mas com convicção, a cada momento que se
seguia a uma daquelas típicas discussões que não levam a nada. Estiquei
um colchão na casa de minha madrinha - ela e meu tio me acolheram com enorme
carinho. Para agravar, os imprevistos externos: notinhas da imprensa, falando
da "amiga secreta de Ayrton Senna" e ilustradas com fotos de
Angra.
Fomos nós, meninas da Elite, distribuir ovinhos de Páscoa na
Avenida Paulista, uma promoção pré-Páscoa da Amor aos Pedaços. Fotógrafos e
repórteres nos cercam. De repente, uma jornalista mais atilada dá o alarme:
- Mas você não é a namorada do Ayrton?
No dia seguinte, esta coelhinha que vos fala estava na primeira
página de todos os jornais. Fato consumado, capítulo novo na história de minha
vida.
Pra os jornais, eu
era a nova "loira misteriosa" na vida de Ayrton Senna.
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