sexta-feira, 7 de junho de 2013

CAMINHO DAS BORBOLETAS - Após a noite de amor, Ayrton Senna liga para Adriane Galisteu


Felizmente, tenho uma pessoa de absoluta confiança, a quem nunca tive vergonha de consultar sobre meus segredos, todos eles. Liguei para minha mãe - isso mesmo, minha mãe, sócia de todas as agruras e felicidades de minha vida, desde sempre, desde criancinha. Ela quase  teve um chilique. Perguntei:
- Ele vai me ligar?
- Vai, minha filha. Vai.
A voz dela, ainda que surpresa, não era de quem consolava uma filha ansiosa e confusa. Era a voz do conhecimento e da razão.
Passei a segunda-feira em plantão telefônico. Nada. Corri para pedir colo a minha mãe. Ela insistiu: "Vai telefonar". Terça-feira - espera.
Telefonou. Meio tímido:
- Perdeu um festão.
- Ah, é? - eu, travadona.
- Tem mais: você esqueceu seu relógio. Pensei comigo: Freud explica.
- Aqui pra nós, relógio horrível, hein? Pesadão,  meio masculino... Achei que era de algum amigo meu -  provocou.
Modelito surfista: relógião de mergulho. Mas eu gostava. Sugeri que ele entregasse para a dupla Daniela-Danielle, com quem eu acabaria me encontrando na agência. Encontrei-as, na quarta-feira, mas nada de relógio.
- Ele quer entregar pessoalmente - disseram as  duas. - E olha, não falou de outra coisa a não ser de você.  
Tive que me conter para não sair, em plena Elite, dando socos no ar, como um jogador de futebol após o gol. Mas  meus olhos devem ter me denunciado quando elas contaram a reação dele, quando o Gordinho sacaneou:
- Você ficou amarradão na loura, cara! Eu também.
Ayrton fechou a cara:
- Não brinca com isso, não.


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