domingo, 8 de dezembro de 2013

Além de Piloto Automobilístico, Ayrton Senna Era Piloto de Helicóptero EM CONSTRUÇÃO

Ayrton pilotando seu helicóptero

BREVÊ

O coronel Fiúza, oficial da Força Aérea Brasileira encarregado de brevetar Senna para helicópteros, estava tão preocupado, que chegou a ligar para o Nelson Loureiro, piloto e instrutor de Ayrton, avisando que o teste em São Paulo seria "duro" e incluiria, entre outras situações de vôo, manobras de rotação a 180 e a 360 graus, simulação de pane hidráulica e o chamado "pouso corrido", que acontece quando o helicóptero fica sem o rotor de cauda. Algumas questões teóricas o próprio Nelson Loureiro desconhecia, ele mesmo confessou, dez anos depois.
Fiúza estava preocupadíssimo com a responsabilidade de dar o brevê a um ídolo que, para ele, era um patrimônio da nação brasileira. Mas a realização do sonho do brevê de helicóptero foi também uma demonstração do perfeccionismo de Senna. No dia 10 de outubro de 1993, depois de uma hora e 40 minutos de vôo, o chamado check final do brevê, o coronel Fiúza, segundo Nelson, desceu do Esquilo de Ayrton completamente aliviado e impressionado com a qualidade do novo brevetado.
Para Owen O'Mahony não houve qualquer dificuldade na hora de ensinar Ayrton a pilotar. Segundo ele, o patrão não gostava de se arriscar quando pilotava o jato. Comportado, quando assumia o comando do avião, era mais para pousar, ao voltar para casa, no Algarve. Ayrton tinha um código para Owen, quando queria pilotar:
"Ele perguntava: Como está o vento em Faro? com isso, deixava claro que queria pilotar, sim, mas só se as condições estivessem boas.”
De acordo com Nelson Loureiro, Ayrton, como passageiro, a bordo de aviões ou helicópteros, parecia estar na pista. Não tinha medo de nada. Sua única pergunta aos pilotos, em situações de vôo que pareciam mais delicadas, era:
- Dá pra chegar?
Se a resposta era sim, ele não se preocupava mais com o assunto.
Júnior lembra que houve, no entanto, pelo menos um susto no ar. Em 1989, Senna pilotava seu helicóptero, levando amigos de São Paulo para a casa de Angra. Júnior estava ao lado. No meio da viagem, o tempo fechou na serra do Mar.
Ayrton viveu momentos difíceis depois de cometer um erro de avaliação sobre as condições de visibilidade.
Sem que os convidados a bordo percebessem e, principalmente, sem transparecer qualquer sentimento de medo ou pânico, Senna fez um pouso muito difícil no condomínio Portogalo. Ao contrário do que fazia, seguiu direto para a casa, sem cumprimentar o administrador, Matheus, e a mulher, dona Maria. Minutos depois, ao perceber que Ayrton tinha se isolado num canto, olhando em silêncio para o mar, Júnior se aproximou e cobrou:
- Você não acha que exagerou hoje? A resposta de Senna, sério:
- E por que você acha que estou aqui sentado até agora?

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O BREVÊ, UM SONHO ANTIGO

“Ter conseguido, finalmente, minha licença para pilotar helicópteros, um sonho antigo”. Ayrton Senna em entrevista a Karin Sturm – Extraído do livro: Ayrton Senna: Sua vitória, seu legado.

Licença de Piloto Privado de Helicóptero do nosso ídolo Ayrton Senna. #PPH #ayrtonsennadobrasil #ídolo #H350 #senna 



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DEPOIMENTO PAI DE AYRTON SENNA

O Ayrton tinha muita iniciativa. Fez 18 anos e no dia seguinte foi tirar a carteira de habilitação. Foi ele quem descobriu e contratou o Tchê, seu mecânico nos tempos de kart. Quando tirou o brevê para piloto de helicóptero, ele veio me mostrar o diploma. Um pergaminho que hoje está na sala da Arystec (sigla de Ayrton Senna Técnica) no aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo. Olha, não sei como ele não pediu para pilotar um dos supersônicos da FAB que os escoltaram quando ele regressou tricampeão da Fórmula 1 e no qual depois voou como convidado.

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DEPOIMENTO ADRIANE GALISTEU

Ayrton Senna e Adriane Galisteu de Helicóptero


Passamos por poucas e boas, em Angra, naquele helicóptero que ele guiava meio amalucado. Uma vez, foi a porta do meu lado, co-piloto, que abriu, bem na hora em que passávamos entre os dois cocorutos dos morros que formam a cidade. Ventou, o helicóptero deu de banda, ele gritava "fecha, fecha", eu puxava, mas a porta resistia ao vento. Ele me ajudou e pousamos em Portogallo empapados de suor. Pior ainda foi aquele sábado em que ele absolutamente tinha de voltar a São Paulo e as nuvens negras desceram sobre o litoral como naquelas tardes de outras tragédias ilustres.
   Soube depois que ele consultou seu piloto em São Paulo:
   - Não vem que não dá - aconselhou nosso bom Nelson.
- Mas tenho de ir.
E foi. Pior: comigo. Não se enxergavam cinco metros à frente da perigosa serra do Mar, entre Parati, Ubatuba e Caraguatatuba. Nuvens espessas e negras. Ele por assim dizer engatou uma primeira - jogou tudo. Se passasse, ótimo: se não passasse, a ver. O helicóptero ganhou altitude, ganhou altitude, foi subindo até que clac, um estranho barulho e um mergulho para baixo. Ele ficou lívido. Agarrou-se no controle e trouxe o aparelho até muito perto do mar, enquanto eu, sem tempo sequer de invocar minha santa padroeira, só lembrava, em silêncio, daquele acidente recente:
- Ulysses, não. Ulysses, não.
Ele disfarçou bem. Voando baixo, explorou as brechas desenhadas entre as nuvens e acabou atravessando, sem sobressalto, em direção a São Paulo, porto seguro. Desligou as hélices e teve a reação mais natural de quem tinha passado por um aperto daqueles:
- Me espera aqui que vou fazer pipi.
Na verdade, o campeão quase tinha feito nas calças. Eu também.

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ELE PILOTAVA TUDO QUE TIVESSE MOTOR

Adriane se sentia segura quando o piloto era Ayrton Senna


Senna, um exímio piloto de... TUDO.

Embora tenha pavor de voar, Adriane Galisteu se sentia segura quando o piloto era Ayrton Senna. Ela confiava muito na condução dele, seja em helicópteros, motos, jetski, barcos, lanchas ou carros. A ponto de em certas ocasiões acompanhá-lo em vôos de helicóptero com o tempo horrível.

"Hoje vejo o quanto a gente se arriscava." Adriane Galisteu

Para Adriane, Senna era piloto com a plena definição da palavra, era viciado em adrenalina e não tinha nada que ele não soubesse guiar e sempre guiava muito perfeição.

Ayrton e Adriane sempre estavam juntos, seja de helicóptero, barco, jetski, cavalo... ou a pé.



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AYRTON SENNA ANALISA O PLANO DE VOO DE SEU HELICÓPTERO

Foto: Norio Koike / Fanpage Facebook Ayrton Senna Oficial

Ayrton Senna era um eterno curioso, sempre querendo aprender algo novo. Por isso, adorava conhecer tudo sobre o funcionamento de helicópteros e aviões.

Nessa foto o tricampeão, que possuía brevê de piloto, analisa o plano de voo com o comandante Rocco, que à época pilotava seu helicóptero.

Ayrton Senna deixando o autodrómo de Interlagos com seu Helicóptero
Foto: Reprodução


Ayrton Senna pilotando seu helicóptero na companhia de sua namorada Adriane Galisteu  em 1994
Foto: Gianni Giansanti

                           

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

MARTINS, Lemyr. Uma estrela chamada Ayrton Senna. São Paulo: Editora Panda, 2001.

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

Fanpage Oficial Ayrton Senna no Facebook


STURM, Karin. Ayrton Senna:, Sua Vitória, Seu Legado. Tradução Paulo A. Wengorski. Rio de Janeiro: Record, 1994.


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3 comentários:

  1. Gostaria de reproduzzir esta matéria sobre meu eterno ídolo Ayrton para meu jornal no meu Blog Asas & Flaps, teria a licença de vocês ? muito agradeceria

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  2. fiz varias viagens neste helicóptero do campo de marte até Tatuí,no comando o super competente comandante Rocco.


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