Senna e Ron Dennis 1988
Senna teria ficado muito mais
chateado, naquele mesmo saguão, com Ron Dennis, que não lhe devolveu um aceno:
- Puxa vida, trabalhei anos
com esse cara e ele finge que não me conhece.
Nove anos depois, Ron Dennis
confirmou a intenção:
- Foi frieza. Não fui rude
com ele, mas aquela frieza estava mesmo em mim.
Por trás do gesto, o
desapontamento de Ron com a decisão de Ayrton de deixar a equipe num momento em
que ela precisava dele. Para Ron, parcerias eram para os bons e maus momentos.
Ele esperava que Ayrton ficasse e, mesmo entendendo que ele precisava vencer,
sentira-se "traído":
- Era como uma namorada
chegar e dizer que não quer mais ficar com a gente. Você se sente um pouco
rejeitado e menosprezado.
Apesar da frieza de Ron,
Ayrton ainda mantinha laços com a McLaren, a ponto de, na véspera, ter ligado
para Jo Ramirez, pedindo que ele providenciasse um helicóptero para levá-lo,
logo depois da corrida, do autódromo para o aeroporto de Bolonha, onde já
pedira a Owen O'Mahony que ele estivesse a postos com o avião. Senna queria
estar logo com Adriane em Portugal e justificou ao velho amigo Jo:
- Espero que você não repare
eu estar te ligando e te pedindo esse favor, agora que saí da McLaren. É que
esse pessoal da Williams não faz nada pelos pilotos. Somos apenas empregados.
FONTE PESQUISADA
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário