(Não estou criticando as feministas, pelo contrário, minha bronca é com o grupo americano Liberty Media, dono da F1 desde setembro de 2016, que vem fazendo várias mudanças desde então e estão usando o argumento de que a exclusão das moças é para protegê-las do ambiente machista da F1. As meninas querem apenas ganhar a vida como podem. Precisam ser respeitas e ouvidas.)
Tirá-las sem ao menos perguntar o que elas acham, no meu ponto de vista, já é por si só machismo velado.
Fórmula 1 decide pelo fim das "grid girls" nas corridas a partir do GP da Austrália
Novos donos da F1 decidem
abolir tradição que acompanhava a categoria por décadas: "Essa prática não
faz parte dos valores da marca, além de ser questionável com as normas sociais
modernas"
31/01/2018 11h45
Globo Esporte - globoesporte.globo.com
Em um comunicado emitido
nesta quarta-feira, a Fórmula 1 anunciou que não realizará mais os desfile das
“grid girls” nas corridas da categoria. A medida, que servirá para todos os
eventos satélites que ocorrem durante os GP's, passa a valer já no GP da
Austrália, o primeiro de 2018.
A medida é parte de um
extenso pacote de mudanças realizadas pela Liberty Media desde que assumiu o
comando da categoria, em 2017. De acordo com o diretor de marketing da F1, Sean
Bratches, a prática "não faz parte dos valores da marca, além de ser
questionável com as normas sociais modernas".
- Ao longo do ano passado,
vimos diversos aspectos que precisávamos mudar. Enquanto a prática de empregar
“grid girls” tem sido uma tradição na F1 por décadas, sentimos que essa prática
não faz parte dos valores da marca, além de ser questionável com as normas
sociais modernas. Não acreditamos que a prática seja apropriada ou relevante
para a F1 ou seus fãs, sejam eles novos ou velhos, ao redor do mundo – afirma
Bratches.
Print da votação que está acontecendo no site do
GloboEsporte.com perguntando o que os fãs acharam da exclusão das Girls pelos novos gestores da Fórmula 1
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Fim de uma
Tradição
Após fim das Grid Girls, mundo lamenta e relembra de Adriane Galisteu, pois foi como uma Girl que a modelo conquistou
Ayrton Senna, considerado o maior piloto de todos os tempos.
Parc Fermé @PFF1
31 de jan
Adriana Galisteu was a Shell publicity girl at the
Brazilian GP when she met Ayrton Senna.
Diego @doyama87
1 de fev
Em resposta a @mafiasummer
Curiosidade: O Senna conheceu a Galisteu na época em
que ela era Grid Girl hahahahah
@speedmonkeycouk
I was trying to remember which F1 driver it was who
met his partner when she was a #GridGirl. Just remembered. It was Senna. She’s
Adriane Galisteu
Contos da Fórmula 1
@ContosdaF1
31 de jan
#F1 Para refletir: se não houvesse grid girls na F1
há 25 anos, o que seria de Adriane Galisteu?
KAROLINA
@krolpedroni
31 de jan
KAROLINA retweetou Contos da Fórmula 1
Continuariam sendo mulheres/modelos lindas e
principalmente a Galisteu seria exatamente o que ela é hoje já que não é mais
tão lembrada como a namoradinha do Senna, aliás, não foi por causa dele que ela
entrou para a tv
KAROLINA
@krolpedroni
31 de jan
to falando que o problema não tá nas grid girls e
sim na mentalidade de certos homens...
Lúcia Azevedo
@luciaazevedo
1 de fev
Mais Lúcia Azevedo retweetou Estadão
Adriane Galisteu conheceu o Senna por ter sido 'grid
girls' além de ser modelo também na época.
Será que vão acabar com as do ringue também⁉ 😉
erik houben @erikhouben
1 de fev
Gridgirl en Playboy-model Adriane Galisteu was de
laatste liefde van Ayrton Senna. Ook over haar lees je in het boek dat ik over
hem mag schrijven met @Olav_Mol
Gridgirl e Playboy modelo Adriane Galisteu [Galisteu não foi modelo da Playboy] foi o
último amor de Ayrton Senna. Você também pode ler sobre ela no livro que posso
escrever sobre ele com @Olav_Mol
Anselmo Caparica
@caparica
31 de jan
Mais Anselmo Caparica retweetou Erica Hideshima
Perfeito. Infelizmente a Fórmula 1 cedeu a essa
patrulha. Na minha opinião, não deveria.
Erica Hideshima
@ericahideshima
sobre o fim das grid girls na F1: se elas estão ali
é porque querem, ninguém obriga as moças a usarem roupa curta e decotada. É um
trabalho como outro qualquer, exercido por quem quer! Que chatice isso!
Amilcar Magalhães
@amilcarzs
Em resposta a @caparica
Foi assim que a Galisteu conquistou Senna.
19:52 - 31 de jan de 2018
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Formula 1 decide e agora é oficial:
adeus, grid girls
01 FEV 2018
Por: Racing Motor Sports
A Fórmula 1 oficializou nesta quarta-feira o fim das
grid girls. As moças em torno dos carros no grid, antes das largadas dos GPs,
eram quase um símbolo da categoria desde o seu surgimento. A partir da década
de 1970, elas passaram a simbolizar um estilo de vida na F1.
A Liberty Media, que desde 2016 é a dona da
categoria, justifica o fim das grid girls aos novos tempos, em que a mulher já
não aceita mais ser tratada como objeto. A decisão foi acatada pela FIA, que
tende a disseminar o fim das grid girls também em outras categorias.
Para substituir as grid girls, a Liberty quer
colocar celebridades na pista. A ação ocorrida no circuito de Austin, durante o
GP dos Estados Unidos de 2017, quando o recordista e multicampeão mundial Usain
Bolt deu o start para a volta de apresentação, e fez uma volta no circuito com
Lewis Hamilton, é um exemplo do que será feito a partir da temporada 2018.
Sean Bratches, diretor-gerente de operações
comerciais da Fórmula 1, justificou o fim das grid girls. "Embora a
prática de ter meninas no grid tenha se tornado tradição na Fórmula 1, esse
costume não combina mais com nossos valores e as normas de uma sociedade
moderna. Não acreditamos que a prática seja apropriada ou relevante para a
Fórmula 1 e seus fãs", disse.
As primeiras grid girls surgiram em 1969, mas não
eram todas as equipes que adotavam. Seguiu assim nos anos 1970. A febre
explodiu nos anos 1980, com todos os times da F1 adotando modelos e se
espalhando pelas demais categorias. Uma das grid girls mais famosas é Adriane
Galisteu, que atuou no GP Brasil de 1993 e passou a namorar Ayrton Senna.
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Cintia Ferretti, que trabalhou no GP do Brasil nos
últimos três anos, discorda do fim das modelos e conta em depoimento ao GRANDE
PREMIUM que, ao contrário de outros eventos, sempre foi bem tratada na F1: ‘o
mundo precisa entender as pessoas e não só julgar’
ANDRÉ AVELAR, São Paulo
"Fui grid girl da F1 por três anos
consecutivos: 2015, 16 e 17. Fiquei muito triste com a decisão de agora não
pelo fato do dinheiro em si, mas por tudo que a F1 representa.
Achei a atitude totalmente errada e tenho impressão que
foi tomada por eles mesmos. Nós, meninas que estamos trabalhando, não fomos
ouvidas. Eles alegam que vai contra o pensamento de hoje, que o mundo está
mudando, que já não tem nada a ver a mulher lá, mas todo mundo que trabalha com
isso está lá porque quer.
Cintia Ferretti, grid girl do GP do Brasil de 2015 a 2017
Para a gente, é um trabalho maravilhoso de se fazer.
Tem uma exposição muito boa, o coração bate mais forte na frente dos carros e
você se sente fazendo parte de algo importante. E sempre fui muito bem tratada
na F1. As roupas são normais, não são aquelas que marcam o corpo inteiro. O
cuidado deles vai desde a alimentação, água, ao lanche... Tudo. Quem ouve,
parece que é bobagem, que seria o básico, mas não é. Tem muito evento em que a
gente passa 10, 12 horas sem sequer tomar água ou poder ir ao banheiro.
Já fiquei com vontade de ir ao banheiro e não fui
porque tinha o risco de ser mandada embora e não receber pelo evento. As
meninas têm até uma estratégia de não beber muita água para não ir ao banheiro
porque eles falam que atrapalha o evento.
As pessoas deveriam pesquisar mais, tentar conhecer
um pouco mais as coisas. É muito fácil olhar para uma menina lá na pista e
falar que é uma ‘puta’. Ninguém sabe o trabalho que a gente tem para chegar lá
Cintia Ferretti, grid girl do GP do Brasil de 2015 a
2017
Na F1 era diferente e todo mundo sempre tratou a
gente muito bem. Claro que sabemos que vamos ouvir uma ou outra coisa da
arquibancada, da torcida, mas só. Nunca deixariam colocar a mão na gente.
Andamos escoltadas com o pessoal da segurança. A organização não deixava a
gente nem parar para tirar foto porque eles têm essa proteção com as meninas.
Há todo um preparo antes e respeito pelo trabalho de cada uma.
Recentemente, fui fazer uma recepção em uma balada,
uma espécie de hostess, em que ficava recebendo as pessoas e colocando
pulseirinha no pessoal. Veio um cara bêbado e começou a me agarrar, me segurar
e querer me beijar de qualquer jeito. E as pessoas olhavam e não faziam nada.
Ninguém nem pensava em me ajudar. Foi um puro descaso. Já passei por coisas
desse tipo em que era tratada como se não fosse nada.
As pessoas deveriam pesquisar mais, tentar conhecer
um pouco mais as coisas. É muito fácil olhar para uma menina lá na pista e
falar que é uma ‘puta’. Ninguém sabe o trabalho que a gente tem para chegar lá,
todos os sofrimentos pelos quais passamos na vida. O mundo precisa começar a se
doar um pouco mais para as pessoas para entender e não apenas julgar."
*depoimento de Cintia Ferretti, modelo, de 26 anos,
ao repórter André Avelar
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FONTES PESQUISADAS
GLOBOESPORTE - Fórmula 1 decide pelo fim das
"grid girls" nas corridas a partir do GP da Austrália. Disponível em:
<https://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/formula-1-decide-pelo-fim-das-grid-girls-nas-corridas-a-partir-do-gp-da-australia.ghtml>.
Acesso em: 05 de fevereiro 2018.
ESPORTE INTERATIVO - Formula 1 decide e agora é
oficial: adeus, grid girls. Disponível em: < http://www.esporteinterativo.com.br/posts/19996-formula-1-decide-e-agora-e-oficial-adeus-grid-girls>.
Acesso em: 05 de fevereiro 2018.
AVELAR, André. 'Grid girl não é puta'. Disponível em:
<http://grandepremium.grandepremio.com.br/box/materias/grid-girl-nao-e-puta>.
Acesso em: 06 de fevereiro 2018.
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