O domingo seguinte ao do encontro em Angra, 18 de abril,
seria meu aniversário, 20 anos, data redonda. Não tinha a menor idéia de onde
andaria, naquela dia, o homem que preenchia os meus pensamentos, os meus
minutos, os meus sonhos. Mas, naquela mesma noite do GP da Inglaterra, uma voz
triunfante me encontrava na casa de minha mãe:
- Gostou?
- Maravilha - respondi, surpresa.
- Estou ligando para desejar boa Páscoa.
Se até aquele momento eu não sabia se a vitória dele tinha
a ver comigo, agora não podia duvidar. Eu me soltei: - Estou morrendo de
saudade.
- Volto amanhã pra vê-la. Também estou com muita saudade.
Dia seguinte da corrida, final da tarde, nova ligação:
- Desculpa, não deu para ir.
Só pensava no domingo, no meu aniversário, mas não quis
adiantar nenhuma pergunta:
- Pena...
Silêncio do outro lado da linha. E uma gargalhada:
- Sua boba. Estou aqui no escritório. Trabalhando. Mas com
uma enorme vontade de vê-la. Vamos para Angra amanhã?
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